domingo, maio 04, 2008

A Bíblia e o espiritismo - parte 3

E quanto a tal "imortalidade da alma"? Note o que diz Eclesiastes 9:5 e 6: "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol."

Salomão, inspirado por Deus, deixa claro que os mortos não sabem de nada, não vêem nada, não sentem nada. Não têm mais parte em nada do que se faz neste mundo. Segundo o texto, é impossível que uma pessoa que tenha morrido interaja de alguma maneira com os vivos. No Salmo 146:4, é dito que quando a pessoa morre, naquele momento "perecem todos os seus desígnios".

Eclesiastes 12: 7 - "E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu."

Segundo a Bíblia, espírito é o ruach, ou simplesmente fôlego. No ato da criação do ser humano, Deus promoveu a união de dois elementos para formar um terceiro: "Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente." Pó da terra (carbono, enxofre, hidrogênio, oxigênio, ferro...) + fôlego de vida (energia vital, respiração, fôlego...) = alma vivente (nephesh, ser humano). Note que o texto diz que Adão se tornou alma vivente e não que teria recebido uma alma. Na morte, segundo a Bíblia, o processo é inverso: o pó volta ao pó, o fôlego (espírito), que não se trata, portanto, de uma entidade consciente, volta a Deus e a alma (pessoa) deixa de existir (até a ressurreição).

Hebreus 9:27 - "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo." O Homem nasce, cresce e morre apenas uma vez.

Conclusão: A idéia de imortalidade da alma teve início na criação, quando Satanás disse a Eva que ela não morreria se comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Essa idéia, segundo a Bíblia, surgiu na mente de Satanás, idéia essa totalmente contrária ao que Deus revelou. Depois, outras culturas trataram de dar formas e contornos diferenciados à mesma idéia, como ocorreu no caso do dualismo grego, que ensinava ser o corpo uma espécie de mero "envoltório" da alma (que para eles se tratava de uma entidade imaterial).

A vantagem do inimigo com essa ideologia é que, crendo assim, o ser humano passa a não depender mais daquele que é "o caminho, a verdade e a vida", Jesus Cristo. (Aliás, para o espiritismo, Jesus não é Deus, mas um "espírito evoluído" à semelhança de quem podemos nos tornar. O anjo caído queria ser como Deus. Não conseguiu e agora tenta rebaixar o Deus Filho à posição de simples "espírito".)

[Continua...]