segunda-feira, maio 05, 2008

Catequese às avessas

É pouco provável que a ladainha de um pastor evangélico seja capaz de catequizar um materialista convicto. A recíproca é ainda mais verdadeira: argumentos racionais contra a irracionalidade [grifo meu] da fé são incapazes de fazer um crente descrer. Vem daí a curiosa situação do Tratado de Ateologia (Martins Fontes, 222 pp., R$ 39,80, trad. Monica Stahel), de Michel Onfray: o filósofo francês investe contra a religião numa retórica inflamada, à maneira dos libertinos do século 18 - mas, ao contrário destes (que falavam para cortesãos vigiados pela Igreja), prega para uma sociedade já laicizada. Do outro lado do balcão - os devotos das três religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) -, a reação é de indiferença.

(Folha de S. Paulo, 28/7/2007)

Nota: É mais uma obra do neo-ateísmo pós-moderno, dentro do esquema “Deus não existe. Eu odeio Deus e os crentes”.
Parece que esses autores nunca leram - e nem entenderam - sobre o aspecto da racionalidade tanto da fé religiosa quanto da científica.

Leia também: "Conspiração da Veja?", onde falo um pouco mais sobre o Onfray.