sexta-feira, maio 02, 2008

A chave do código

A badalada obra de Dan Brown chegou às telas como a segunda melhor bilheteria de estréia da história do cinema, perdendo apenas para o lançamento de "Star Wars 3: A Vingança dos Sith". Tal qual "Paixão de Cristo", em 2004, a adaptação cinematográfica de O Código Da Vinci comprova que a polêmica religiosa é um marketing com resultado certo. Prova disso é que, desde que foi lançado em 2003, o romance que deu origem ao filme tem dado o que falar. O livro já vendeu mais de 60 milhões de exemplares em todo o mundo, está há mais de três anos na lista dos mais lidos do The New York Times, gerou protestos de católicos de vários países e boicote do próprio Vaticano. Diante dessa enxurrada de informações e controvérsias, uma pergunta muito simples ainda merece resposta: O que há de ficção e realidade na obra de Dan Brown?

Com esse objetivo, os jornalistas Alcebíades de Sá e Wendel Lima entrevistaram o professor Rodrigo Silva, doutor em Novo Testamento pela Pontifícia Faculdade Nossa Senhora de Assunção, SP, e especialista em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele é autor do livro A Arqueologia e Jesus (2005) e curador-adjunto do Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork, localizado no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Engenheiro Coelho, SP. Nesta entrevista, Silva fala sobre as inconsistências históricas do romance, explica como se deu a organização e manutenção dos livros bíblicos, e desmistifica o possível envolvimento amoroso de Cristo com Maria Madalena.

Por que o senhor resolveu estudar O Código Da Vinci?

A princípio, não tive intenção de ler o livro. Aliás, livros sensacionalistas sempre são publicados, um atrás do outro e depois de um tempo você começa a ficar vacinado. Foram vários – Operação Cavalo de Tróia, Eram os Deuses Astronautas?, O Código da Bíblia – e depois de algum tempo você percebe que não passa de um modismo ou de alguém querendo ganhar dinheiro. Não é difícil encontrar alguém que diga ter encontrado o quinto evangelho, o décimo primeiro mandamento, a existência de uma conspiração mundial ou qualquer coisa sensacionalista. Porém, a quantidade de pessoas que se fixaram nesse tipo de literatura – que eu sei que não traz boa informação – e fazem um questionamento sério contra o cristianismo, me obrigaram a estudar o livro e dar uma resposta à altura aos ataques que ele faz contra o cristianismo.

Como o senhor avalia o livro?

É um livro muito bem escrito, do ponto de vista literário. Apesar de se tratar de uma ficção, o argumento é empolgante. Ele é um bom roteirista. É uma peça literária de características muito boas. É uma leitura que prende o leitor. Tem suspense intercalando as cenas. Tem um episódio ocorrendo no Museu do Louvre e outro episódio ocorrendo no outro lado do país, em Saint Sulpice. Pena que com um conteúdo muito perigoso, no sentido das pessoas confundirem a obra como se ela tivesse valor histórico. Na verdade, trata-se de uma ficção com erros totalmente comprometedores no que diz respeito à veracidade histórica.

O romance dá a entender que a Bíblia, como se tem hoje, foi fruto dos interesses do imperador romano Constantino. Ademais, a Igreja Católica teria canonizado os evangelhos tradicionais (Mateus, Marcos, Lucas e João) para manipular a história de Jesus. Isso procede?

Não, o processo de canonização dos livros da Bíblia antecede em muito a era constantiniana. O Cânon Muratoriano, por exemplo, escrito por volta do ano 200 d.C., ou até mesmo antes, já trazia a lista de livros aceitos como inspirados no Novo Testamento. Antes disso, os judeus já tinham o cânon do Antigo Testamento fechado. A única coisa em termos de cânon que a Igreja Católica fez (e isso não se deve a Constantino, mas a Jerônimo e ao papa Damásio) foi acrescentar no IV século alguns livros apócrifos ao Antigo Testamento (Macabeus, Judite, Baruque, etc.) e mais alguns capítulos aos livros de Daniel e Ester. Mas a própria Vulgata Latina, tradução da Bíblia para o latim, produzida por Jerônimo, trouxe uma nota dizendo que esse material fora acrescentado e não fazia parte da lista original. A maioria absoluta dos evangelhos apócrifos ou gnósticos é posterior a isso e, portanto, nada têm a ver com a canonização como se pretendessem ser retirados por conterem "verdades" que abalariam a fé. Isso é romance, não realidade histórica.

Alguns questionam a confiabilidade dos escritos bíblicos por desconhecer ou desconfiar do modo como ela foi copiada ao longo dos séculos. É possível evidenciar que a Bíblia que temos hoje é a mesma que foi escrita por seus autores originais?

Sim, e para isso há um trabalho bastante científico que os acadêmicos chamam de crítica textual. Ela é usada com todos os livros da antiguidade dos quais temos apenas cópias manuscritas. De todas as obras clássicas da antiguidade (Ilíada de Homero, História de Heródoto, Os anais de Tácito, etc.) nenhuma é tão bem pesquisada e rica em evidências documentais (isto é, manuscritos) como a Bíblia. Só para se ter uma noção, enquanto o Novo Testamento possui algo em torno de 5.300 cópias antigas bem documentadas e catalogadas, o segundo livro mais bem documentado (e que está num longínquo segundo lugar) é a Ilíada de Homero, com apenas 643 cópias. Depois, bem em terceiro lugar, os discursos de Demóstenes, com duzentas cópias, e assim por diante. Além disso, temos uma excelente prova da fidedignidade textual do Antigo Testamento no achado de 1947 dos Manuscritos do Mar Morto. Ali se encontraram cópias do Antigo Testamento datadas de até 270 a.C. Ora, se a Bíblia tivesse sido modificada nesse meio tempo, os manuscritos encontrados próximo ao Mar Morto demonstrariam isso, pois foram copiados antes de surgir o Cristianismo. E eles confirmam o texto que hoje possuímos.

Segundo a versão do livro, a biografia de Cristo relatada pelos evangelhos apócrifos difere muito da contada pelos evangelhos bíblicos. O que caracteriza um livro apócrifo e por que esses são rejeitados pelos cristãos?

Eles são rejeitados pelas seguintes questões: (1) são tremendamente tardios, foram compostos séculos depois da morte de Cristo; (2) são fruto de grupos cismáticos com o Cristianismo apostólico. Os gnósticos, por exemplo, romperam com a tradição apostólica e resolveram criar sua tradição por conta própria, mas sem ter testemunhas oculares, pois os eventos já haviam há muito ocorrido. Eles diziam não precisar do testemunho apostólico histórico, pois uma revelação (gnose/conhecimento) especial os indicaria o que escrever; (3) sua história é por demais ridícula para ser acreditada. O evangelho de Judas (tão badalado ultimamente), por exemplo, diz que o traidor de Jesus é o verdadeiro herói porque permitiu que Cristo morresse e Sua alma pudesse ir em paz para o Céu. Já pensou se isso fosse tomado a sério pela humanidade?

Dan Brown se baseia no evangelho de Filipe para dizer que Jesus teria beijado Maria Madalena na boca. O senhor parece contrapor essa idéia com as evidências da própria fonte do autor, o livro apócrifo. Explique.

Ele faz essa afirmação com base num evangelho gnóstico chamado de evangelho de Filipe, que data do terceiro século d.C. Esse evangelho de Filipe foi encontrado em Nag Hammadi, no Egito e traz, de forma bastante fragmentada, um texto copta. Sir Teabing, personagem do livro, cita o evangelho de Felipe mencionando Maria como a companheira do Senhor. E conclui: "Qualquer estudioso do aramaico poderá lhe explicar, a palavra companheira, naquela época, literalmente significava esposa" (pág. 263). O interessante, porém, é que o evangelho foi escrito em grego e a única coisa que resta é uma tradução copta.

"E a companheira do Salvador é Maria Madalena. Cristo amava-a mais do que a todos os discípulos e costumava beijá-la com freqüência na boca. O restante dos discípulos ofendia-se com isso e expressava sua desaprovação. Diziam a ele: 'Por que tu a amas mais do que a nós todos?'" (texto de Brown).

Além de ser um texto tardio (c. 250 d.C.), o evangelho de Felipe está rasgado em muitas partes. Foi encontrado assim. Se respeitarmos as partes faltantes, o que temos é o seguinte:

"E a companheira do [... Ma]ria Mad[alena]. [... amou] a ela mais que [todos] os discípulos [e costumava] beijá-la em sua [...as ] demais [mulheres {ficaram ofendidas?}] - note não discípulos - viram seu amor por Maria e perguntaram a ele: Por que o Senhor [a] ama mais do que a nós. E o Senhor respondendo disse: Por que eu não amo vocês tanto quanto a ela? [...]" - Felipe 59 ou 63:33-36 [dependendo da edição impressa em que se encontre]

Obs.: O sentido final pode ser "quem disse que eu não as amo tanto quanto a ela?" Note-se ainda que o Evangelho de Felipe não diz em parte alguma que Jesus e Maria eram casados. O livro original em que Dan Brown se baseia não diz que Jesus beijou Maria na boca. O texto original diz que “a companheira do ( ) a ela mais do que a todos os discípulos e beijá-la em sua ( )”. Enfim, a pergunta que fica é beijava onde? Pode ser em sua mão ou em sua face. O texto original não diz em que lugar Jesus a beijava. Foi o autor de O Código Da Vinci e alguns editores modernos que colocaram, por conta própria, as palavras “beijou na boca”. Mas, convenhamos, você pode estar colocando em risco a verdade dos fatos afirmando algo que não pode ser provado. Naquela lacuna eu posso colocar qualquer outra palavra – face, mãos, testa - o que era mais normal para aquela época.

Uma questão muito evidenciada na obra é o suposto interesse da Igreja Católica em manchar a imagem de Maria Madalena. Como o catolicismo vê a mulher?

Não sou católico, portanto não teria nenhum interesse em defender a Igreja Católica, mas também não vou criticá-la naquilo em que ela não está errada. O catolicismo não tem a menor dificuldade em aceitar a presença da figura feminina no sagrado, como diz o livro. O livro advoga a tese de que Madalena era uma deusa ao lado de Jesus e isso foi retirado da teologia porque o catolicismo temia a presença feminina na sua teologia. Mas se o Vaticano temesse a presença do feminino na sua teologia, não seria tão clara sua devoção a Maria, mãe de Jesus. A teologia católica chega a ter um estudo chamado “Mariologia”, em defesa de Maria, como “a mãe de Deus”.

Em sua opinião, quais são algumas das inconsistências históricas da obra de Dan Brown?

A própria maneira com que ele trata os autores do Renascentismo, dizendo que Da Vinci era homossexual, quando não há nenhuma base histórica para isso; dizendo que a Monalisa que Da Vinci pintou na verdade era um quadro codificado também para retratar o feminino sagrado; e defendendo aquela idéia de que Maria Madalena era a consorte de Jesus. Veja o que diz o próprio autor, numa descrição de determinada aula ministrada por um professor de Harvard, na página 130:

"- Digo sim, respondeu Langdon, sabe qual era a companheira de Amon? A deusa da fertilidade?

"A pergunta recebeu vários minutos de silêncio como resposta.

"- Era Isis - disse-lhes Langdon, apanhando uma caneta para escrever no quadro.

"- Então temos o deus Amon - e escreveu o nome no quadro - e a deusa Ísis, cujo pictograma antigo era L'ISA.

"Langdon terminou de escrever e afastou-se do projetor, recuando. AMON L'ISA."

O nome de Isis não era grafado L'ISA: Pronúncia aproximada "Aw-set ou Ow-set". Em grego a primeira ocorrência desse nome foi no século V a.C. (Jônico) THS ESIOS (genitivo). Em copta era (Ese) ou (Esi), Aay-seh ou Aay-see. E mais, Isis não era companheira de Amon e sim de Osiris; a companheira de Amon era Mut.

Da Vinci, nós sabemos, era um pintor sério e a Monalisa que ele pintou, nada mais era que uma mulher chamada Lisa, casada com Giocondo de Gherardini, homem rico que tinha casado recentemente. Ela estava grávida e o marido encomendou o quadro a Da Vinci para presenteá-la. Monalisa significa "Minha Lisa" – nada mais, nada menos. Outras madonas como ela também foram pintadas por outros pintores renascentistas. Era uma forma normal de se ganhar dinheiro. Alguém contratava um pintor e ele retratava. O quadro de Da Vinci ficou famoso porque, pela primeira vez na história, temos um quadro com características dimensionais. Ela está como uma fotografia. Até então, as técnicas da pesquisa davam aos quadros uma característica de painel. Então, a novidade do quadro é do ponto de vista artístico e não filosófico ou teológico.

Além disso, o livro diz que "de acordo com os costumes judaicos, o celibato era proibido" (pág. 262). Justamente pelo contrário, havia tradições judaicas que encorajavam o celibato. Entre os essênios, por exemplo, havia essa ênfase e o casamento era visto como uma possibilidade (1 Qsa 1:4-10; Josefo, Antigüidades 18.1.5.21; Philo, Hipotética 11.14-). Entre os essênios, ficar solteiro era uma maneira de demonstrar inteira dedicação a Deus. Noutra parte do romance, ao mostrar as fotos de alguns manuscritos, Sir Leigh (um personagem que faz as vezes de historiador) diz para Sophie (a mocinha do enredo): "São fotocópias dos manuscritos de Nag Hammadi e do Mar Morto... São os mais antigos registros cristãos" (pág. 263).

Embora os textos de Nag Hammadi incluam textos gnósticos cristãos, os Manuscritos do Mar Morto, não! São pré-cristãos. Além disso, Nag Hammadi é da segunda metade do IV século. Como podem ser os mais antigos registros cristãos?

O senhor também questiona os dados que o novelista apresenta sobre a origem do Priorado de Sião e a fundação de Paris. Por quê?

O autor coloca toda a base de sua tese na afirmação de que o dito Priorado foi fundado em 1099, pelo rei francês Godofredo de Buillon, quando na verdade o Priorado de Sion é uma ordem política fundada por Pierre Plantard, na década de 1950. Plantard foi preso várias vezes por fraude e já está provado que era o cabeça de um movimento anti-semita que pretendia "purificar" a França. Ele, sim, se dizia herdeiro do trono francês e descendente de Jesus e Maria. Foi, portanto, Plantard e não Buillon quem fundou esse movimento. Foi ele também quem implantou documentos falsos na Biblioteca Nacional de Paris. É bom que se diga que ele mesmo admitiu a sua falsificação no tribunal. Ele mesmo admitiu que forjou toda a história a respeito do Priorato de Sião, que numa versão procederia do século XVI e na outra do século XII, mas que de histórico não tinha nenhuma prova.

Ele fala também que a família Merovíngia fundou Paris: "Os merovíngios fundaram Paris e foram perseguidos pelo Vaticano que tentava matar seus descendentes. Houve momentos em que a descendência quase foi extinguida" (pág. 274).

A família Merovíngia fundou Paris? Mas nem de longe! Qualquer estudioso da França sabe que Paris foi fundada por uma tribo celta gaulesa chamada Parisii, no 2º século a.C. O que os merovíngios fizeram foi tornar Paris a capital do Império Franco, em 508 d.C.

Fale mais sobre as fontes de Brown e Pierre Plantard, o fundador do Priorado.

As fontes principais de Brown são livros como Holy Blood, Holy Grail, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln. Lá fala do Priorato, do casamento de Jesus, do bebê chamado Sarah e da legitimidade dos descendentes de Cristo quanto ao trono da França. Em 1953, um francês chamado Pierre Plantard foi preso por fraude. Em 1954 ele fundou um pequeno clube social chamado Priorado de Sião. Ele tirou esse nome de um grupo de direita do século XIX que lutava contra o governo por questões trabalhistas. O propósito aparente do seu clube era administrar habitações para pessoas de baixa renda. Mas logo foi revelado que eram um grupo anti-semita e neo-nazista, que pretendia "purificar e renovar" a França. O grupo foi dissolvido em 1957, mas Plantard manteve o nome. Entre 1960 e 1970, ele se proclamou herdeiro do trono francês, descendente de Jesus e Maria e pôs documentos falsos na Biblioteca Nacional Francesa (são esses documentos que Brown cita na pág. 221 de seu livro). Algum tempo depois, nos anos 70, Plantard foi acusado por um associado, que disse ter participado da fraude. Depois, nos anos 80, foi desmascarado pelo jornalista Jean-Luc Chameil. Finalmente ele mesmo confessou em juízo, no dia 11 de setembro de 1993, que forjou estes documentos. O curioso é que ele estava depondo voluntariamente a favor de outra pessoa do governo quando o assunto veio à tona. Plantard morreu no anonimato, em fevereiro de 2000.

O que dizer sobre a "nova leitura" que o autor faz do quadro da Santa Ceia, de Da Vinci?

Ele afirma que um dos personagens da Santa Ceia que está sem barba não é um apóstolo e sim Maria Madalena, justamente pelo fato do mesmo não possuir barba e, além disso, ter traços efeminados. Devemos entender que, caso isso fosse a intenção de Da Vinci, não seria nada além de sua opinião pessoal, sobre um assunto que ele não vivenciou, expressado numa tela. Isso não significa a verdade dos fatos. Porém, João, o discípulo amado, é quem está sem barba e com feições efeminadas. É bom que se diga que era comum à pintura renascentista pintar os mais moços com expressões efeminadas. Elizabeth Levy, especialista em história da arte, explica que em seu Tratado Sobre a Pintura, Leonardo comenta que cada figura deve ser pintada de acordo com sua posição social e idade. Um homem sábio, uma velha, uma criança, etc. Um neófito é sempre pintado com cabelos longos e rosto bem barbeado transmitindo a idéia de que não está maduro ainda.

Existem, inclusive, outros quadros de Da Vinci, nos quais ele faz isso, ao pintar, por exemplo, João Batista. Sandro Botticelli também, ao fazer um auto-retrato, ficou com expressões que nós, erroneamente, entenderíamos como efeminadas. Até Jesus e os santos, em alguns quadros renascentistas, são colocados dessa forma, ao retratarem sua adolescência. Isso não significa que aqueles personagens fossem homossexuais, muito menos mulheres. Caso Dan Brown tivesse razão, e aquele personagem fosse Maria Madalena, a pergunta clássica é: Onde foi parar o décimo segundo discípulo? Afinal, todos sabemos que Jesus tinha doze apóstolos e não onze.

Como o senhor explica o sucesso editorial de O Código Da Vinci?

Estamos vivendo "a era da queda dos grandes discursos", ou pós-modernidade. As pessoas estão escaldadas da tradição. Estão cansadas dos ritos antigos, do velho discurso, da velha história. Querem coisas novas e qualquer coisa que aparentemente esteja modificando a História, ou provando que vivemos uma farsa até aqui, aguça a curiosidade e a emoção das pessoas.

Quando se fala em historicidade da Bíblia, inevitavelmente, a tendência é buscar respaldo na Arqueologia. Como essa área do conhecimento esclarece a identidade do homem Jesus?

Se você estivesse me entrevistando por volta de 1900 e nós estivéssemos na Alemanha, sua pergunta possivelmente seria: Podemos crer que Jesus existiu de fato? Hoje, a Arqueologia provou que Jesus existiu. Logo, a nova moda dos questionadores é saber se o Jesus que existiu é o mesmo da Bíblia. Isso é modismo filosófico, não ciência séria. Cada dia que passa, a Arqueologia confirma mais que os discursos, descrições e ensinos de Jesus - conforme aparecem nos evangelhos - sustentam um quadro bastante autêntico e afinado com o ambiente judaico do primeiro século.

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