sexta-feira, maio 02, 2008

Cientista fanático?

Issac Newton é considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos. Mas o que muita gente não sabe é que ele era também profundo estudioso das profecias bíblicas. Surpreendentemente, a revista Sapiens nº 4 (publicação “filha” da Superinteressante) chamou atenção para esse lado pouco conhecido do descobridor da gravidade, das leis do movimento, criador da ótica e reinventor da matemática.

O texto, cuja chamada de capa é “A face oculta de Isaac Newton”, afirma que o cientista passou a vida estudando a Bíblia para “prever quando Jesus voltaria à Terra”. O subtítulo da matéria deixa claro todo o preconceito da mídia popular contra aqueles que se dedicam a conhecer a Palavra de Deus: “Isaac Newton, quem diria, era um religioso fanático”. Por que fanático? Só porque não limitava a fonte de seus conhecimentos ao método científico? Na verdade, o fato de Newton não ver contradição entre a ciência e a religião deveria fazer os cientistas céticos de hoje rever seus conceitos.

A matéria diz mais: “No caso de Newton, o misticismo e a religião não só conviveram com a ciência como a fortaleceram. ‘Seu mergulho profundo nas experiências alquímicas [que eram muito comuns na época e foram precursoras da própria química] e nas raízes da teologia pode ter influenciado seus pensamentos a respeito de uma visão mais ampla do Universo’, afirma Michael White, autor da biografia Issac Newton – O Último Feiticeiro.”

Segundo Sapiens, Newton morreu afirmando que o movimento e as órbitas dos planetas eram definidos por Deus, assim como a composição da matéria. “Se os homens, animais, etc. tivessem sido criados por ajuntamentos fortuitos de átomos, haveria neles muitas partes inúteis, aqui uma protuberância de carne, ali um membro a mais. Alguns animais poderiam ter um olho só, outros, mais dois”, escreveu o cientista, que “encarava o aprendizado como uma forma de obsessão, uma busca a serviço de Deus”, nas palavras de James Gleick, autor de Isaac Newton.

No fim da matéria, somos informados de que, nos últimos dias de vida, Newton passou a dedicar mais tempo ao estudo da Bíblia. Suas observações sobre as previsões do Apocalipse viraram uma obra póstuma. “Em 1727, enquanto os criadores das máquinas a vapor nasciam na Inglaterra, Newton morreu tentando descobrir a data que Deus tinha marcado para o Juízo Final.”

Para mim, é bastante significativo o fato de que, depois de tanto estudar várias áreas do conhecimento, Newton tenha dedicado à Bíblia seus últimos dias. Teria percebido nela uma fonte mais coerente e segura de informações e de inspiração?

A propósito dessa matéria da Sapiens, gostaria de mencionar o livro O Cientista Isaac Newton: Adventista, do Dr. Ruy Carlos de Camargo Vieira. O livro de 94 páginas trata justamente dos estudos de Newton sobre as profecias de Daniel, baseado no que o cientista escreveu em Observations upon the Profecies of Daniel and the Apocalypse of St. John, publicado em Londres, em 1733.

Num artigo de Leon D. Stancliff, citado por Ruy Vieira, o autor diz que “se tal personagem [Newton] foi capaz de compatibilizar a fé religiosa com o conhecimento científico, conviria olharmos mais profundamente para a sua experiência”.

Recomendo a leitura do livro do Dr. Ruy, que pode ser adquirido através do site www.scb.org.br ou pelo fone (61) 3368-5595.

Michelson Borges