sexta-feira, maio 09, 2008

Cometas se parecem com asteróides

Depois de dois anos de estudos das partículas de um cometa, capturadas de sua cauda pela sonda espacial Stardust, os cientistas descobriram que os cometas podem ser muito mais parecidos com os meteoros do que se imaginava. Em 2006, a equipe que estuda as minúsculas partículas, capturadas em uma espuma de aerogel, anunciaram que os resultados da missão exigiriam que se refizesse a teoria sobre a formação do Sistema Solar. Parece que agora também as teorias sobre os cometas, sua formação, composição e classificação, terão que ser igualmente repensadas. Ao invés de pequenos blocos de gelo, como os cientistas esperavam, a maioria das micropartículas capturadas na cauda do cometa Wild 2 se formou muito próximo ao jovem Sol e foi alterada pelos materiais do sistema solar que apenas nascia.

As partículas do cometa também não possuem ingredientes que se esperava encontrar na poeira de um cometa. A conclusão é que o cometa Wild 2 é muito mais parecido com um meteorito vindo do cinturão de asteróides do que com um antiquíssimo bloco de matéria praticamente inalterado desde a formação do Sistema Solar, como prediziam as teorias.

"O material é muito menos primitivo e mais alterado do que os materiais que nós temos coletado por meio de capturas de alta altitude em nossa própria estratosfera, a partir de vários cometas", diz o pesquisador Hope Ishii. "Como um todo, as amostras parecem muito mais asteroidais do que cometárias." ...

Hoje, um corpo celeste é definido como um cometa quando ele apresenta uma cauda formada por materiais congelados que se vaporizam pela ação do Sol. Sob esse aspecto, o Wild 2 é definitivamente um cometa. Mas pela sua formação ele não deveria ser. "Isto é um lembrete de que nós não podemos fazer distintições do tipo 'preto ou branco' entre asteróides e cometas", diz Ishii. "Há um continuum entre eles."

(Inovação Tecnológica)

Nota: Essa notícia interessante acaba reforçando outra teoria (a do grande bombardeamento). Segundo essa hipótese, bem descrita no livro Uma Breve História da Terra, do geólogo Dr. Nahor Neves de Souza Jr., há fortes indícios de que planetas e satélites do sistema solar sofreram intenso bombardeio de meteoritos algum tempo atrás, possivelmente provenientes da fragmentação de um planeta que teria existido entre Marte e Júpiter, lugar onde hoje está o cinturão de asteróides. Essa chuva intensa de meteoritos poderia ter sido um dos fatores desencadeadores do dilúvio global. Com essa nova teoria sobre os cometas, pode-se supor que eles seriam os "restos" dessa catástrofe cósmica.[MB]