quinta-feira, maio 01, 2008

Deus é coisa da sua cabeça?

A revista Superinteressante do mês de fevereiro tentou fazer um ilustre entrevistado dizer algo que os editores queriam que ele dissesse, mas parece que não deu certo. Nas páginas 34 e 35 há uma entrevista com o autor do livro Why God Won’t Away, Andrew Newberg. Abaixo, cito alguns trechos:

“Existe alguma parte específica do cérebro que seja responsável pela experiência religiosa?“Não exatamente. Nossa pesquisa sugere que experiências religiosas são complexas. Envolvem emoção e cognição e se distribuem por várias estruturas. Estão ligadas ao lobo frontal, a parte do cérebro que determina nossas vontades; à região do lobo parietal, que controla nosso senso próprio; ao sistema límbico, que desempenha papel fundamental nas emoções; e, finalmente, ao hipotálamo, que também é responsável pelas reações emotivas.”

[Será por isso que a Bíblia afirma que a religião verdadeira, além do componente emotivo, é racional? A religião bíblica diz respeito a todas as áreas da vida, e a pesquisa de Newberg parece confirmar isso.]

“E como o corpo sente os efeitos dessa experiência?
“Os resultados sugerem mudanças hormonais e nos sistemas imunológico e nervoso autônomo, diminuindo batimentos cardíacos, pressão sangüínea e estresse. Um grande número de estudos aponta que a religiosidade resulta em benefícios para a saúde. ...

“...existe relação entre religiosidade e boa saúde. ... Uma pesquisa com um grupo de pesquisa com um grupo de pacientes operados do coração mostrou que a incidência de mortes durante o período de recuperação era maior entre os que não praticavam nenhuma fé.”

“Como saber, então, se foi Deus quem criou o cérebro ou se é o nosso cérebro que cria Deus?
“Não há uma maneira clara de determinarmos isso. Pode-se dizer que o cérebro humano tem duas funções básicas a serem consideradas sob as perspectivas biológica e evolucionária: auto-preservação e autotranscendência [leia o artigo “Por que creio”, no qual abordo, em parte, esse assunto]. O cérebro desempenha essas funções ao longo de nossa vida. Acontece que a religião também desempenha essas mesmas funções. Ou seja, a fé é uma excelente ferramenta que ajuda o cérebro a praticar suas funções primárias. ...”

“A religião nos ajuda a transcender rumo ao encontro derradeiro com Deus ou qualquer outra realidade suprema.”

[Isso, para mim, sugere planejamento. Uma mente criada para a religião que faz bem à mente... Não sei, não, mas acho que não era bem o tipo de resposta que a Superinteressante queria. Mas a revista deu um jeito de emitir sua opinião no título da entrevista: “Deus é coisa da sua cabeça”. Infelizmente, para os editores, não foi isso o que Newberg afirmou. Se desejar ler mais a respeito da "mente programada para Deus", clique aqui.]

E a entrevista foi concluída com o seguinte pensamento de Newberg:

“Acho que a religião nunca se separou completamente da medicina. E, recentemente, houve um crescimento na conscientização de que o lado espiritual do indivíduo tem um impacto importante na abordagem médica.”

[Isso a Bíblia já diz há milênios e os adventistas vêm ensinando com insistência há mais de um século.]