segunda-feira, maio 05, 2008

O fracasso judaico-cristão (parte 2 de 3)

“Basta olhar tudo o que foi feito em seu [do Cristianismo] nome nos últimos milênios para perceber que o Cristianismo poderia ter sido a melhor das religiões, mas nunca foi praticado direito”, disse o famoso escritor Arthur Clarke, à Folha de S. Paulo do dia 22 de agosto de 1997.

Com o fracasso do Judaísmo – instituição religiosa cujo objetivo era promover o conhecimento de Deus em todo o mundo –, o Senhor passou a utilizar o “plano B”. Usando judeus sinceros que aceitaram Seus propósitos para a humanidade, Jesus estabeleceu a Igreja Cristã, cuja principal missão era ir a todo o mundo, fazendo discípulos (Mateus 28:19). A princípio, não foi nada fácil cumprir essa ordem do Mestre. A pregação cristã ameaçava a soberania do imperador romano, que se considerava um deus. Por isso, Roma empreendeu sangrentas perseguições aos cristãos. Milhares foram mortos nas arenas, como parte de um espetáculo macabro. Mesmo assim, mais e mais pessoas iam se tornando cristãs, graças ao testemunho poderoso dos que aceitavam a Cristo como Messias e Salvador.

Com o passar do tempo, parece que os governantes de Roma adotaram a máxima “se você não pode vencer o inimigo, junte-se a ele”. E o Cristianismo – que reviravolta! – acabou se tornando a religião oficial do Império. De perseguidos, os cristãos eram agora reconhecidos. E, por incrível que pareça, foi essa aparentemente ótima mudança que colocou a Igreja Cristã no caminho da ruína – um verdadeiro cavalo de Tróia pagão penetrava no seio do Cristianismo.

Logo surgiu a Igreja Católica Apostólica Romana (o nome “Católica” foi adotado na última parte do segundo século e foi usado pela primeira vez por Inácio, que o empregou no sentido platônico de “universal”), mantendo a organização e a tradição romanas. Na Idade Média, o poder católico cresceu, expandindo sua influência por toda a Europa e difundindo as idéias romanas de ordem e a língua latina.

As terras que outrora haviam sido províncias romanas, tornaram-se reinos independentes. Os invasores do Império trouxeram suas línguas, mas o latim não foi esquecido. As línguas dos novos reinos adotaram muitas das palavras do velho mundo romano. Mas a influência de Roma não ficou apenas na língua. No campo religioso, o legado romano não foi nada positivo. No ano 313 d.C., o imperador Constantino assinou o Edito de Tolerância, em Milão, dando liberdade de culto aos cristãos. Pouco depois se disse convertido, despertando a natural gratidão e admiração da igreja antes perseguida. O imperador, porém, continuou sendo o pontífice máximo do paganismo, ao mesmo tempo em que assistia aos cultos cristãos e convocava, em 325, o Concílio de Nicéia.

No livro Uma História de Deus, Karen Armstrong sustenta que a expansão do Cristianismo está diretamente relacionada com a vida política do Império Romano. Mesmo perseguidos, os cristãos continuaram a crescer em número. Com isso, o Cristianismo passou a representar a possibilidade de unidade política em um império gigantesco, dividido por diversas seitas e religiões. “Esta parece ser a razão mais plausível”, diz Armstrong, “para que, em 313, Constantino fizesse do Cristianismo a religião oficial do Império.”

Memorial da Criação ofuscado

A Igreja, agora comprometida com o Estado, pouco a pouco foi permitindo a introdução de idéias pagãs em seu corpo doutrinário (o que fora predito na Bíblia). Esse paganismo introduzido na Igreja foi tirando sua força espiritual. O próprio imperador intrometeu-se em assuntos eclesiásticos, exercendo sua influência no sentido de agradar pagãos e cristãos.

Um bom mas triste exemplo disso foi a promulgação da Lei Dominical, no dia 7 de março de 321, por Constantino. Essa lei obrigava os cristãos a reservarem o domingo para atividades religiosas, e não mais o sábado. E em julho de 1998, o papa João Paulo II confirmou o fato de que a santificação do domingo é meramente uma tradição. Nas primeiras linhas da conclusão da Carta Apostólica Dies Domini, o papa diz o seguinte: “Verdadeiramente, grande é a riqueza espiritual e pastoral do domingo, tal como a tradição no-la confiou.”

Mas essa tradição dominical pagã remonta a tempos mais antigos. Um sistema pagão religioso fora desenvolvido na forma de adoração do Sol, em Babilônia. Era uma idolatria profana, cheia de imoralidades, cerimônias licenciosas e ritos degradantes. Quando os medos e os persas tomaram o poder, a adoração a Baal continuou a predominar como no reino anterior. Então a Grécia assumiu o poder e também contribuiu com a mesma adoração pagã do Sol. Finalmente, Roma começou a governar o mundo, no entanto não houve mudança alguma no que diz respeito à religião. O Mitraísmo, ou a adoração do Sol, foi a religião universal do Império Romano pagão. Portanto, desde Babilônia até Roma, pode-se perceber um padrão de adoração pagã.

O Dr. Gilbert Murray, professor de Grego na Universidade de Oxford, escreveu: “O Mitraísmo tinha uma aceitação tão grande que foi capaz de impor no mundo cristão o seu próprio dia do sol (domingo) no lugar do dia de sábado; a suposta ‘data de aniversário’ do Sol, 25 de dezembro, como se fosse a data de nascimento de Jesus” (History of Christianity in the Light of Modern Knowledge, capítulo 3; citado em Religion and Philosophy, p. 73 e 74).

Na Enciclopédia Britânica, sob o artigo “Domingo”, pode-se ler: “Foi Constantino quem primeiro elaborou uma lei para a própria observância do domingo, e foi ele quem... decretou que fosse celebrada regularmente por todo o Império.”

Talvez você esteja se perguntando o que essa mudança de dias tem que ver com o propósito deste estudo. Lembra-se da mentira original inaugurada no Éden por Satanás? "Vocês não morrerão e serão como Deus." Lúcifer quer afastar as pessoas do Criador. Torná-las auto-suficientes ou fazê-las não reconhecer a Yahweh como o Criador do Universo. O sábado é uma lembrança semanal dessa verdade, pois comemora a criação da vida neste mundo em seis dias. É extremamente vantajoso para o inimigo lançar por terra também essa doutrina bíblica.

A grande questão é: Quem você vai obedecer? Segundo a Bíblia, o verdadeiro dia de guarda era, é e continuará sendo o sétimo dia – o sábado, como está escrito na Lei de Deus (ver Êxodo 20:3 17). Verifique na Bíblia o seguinte grupo de passagens e tire suas conclusões: Gênesis 2:1-3; Ezequiel 20:20; Eclesiastes 12:13; Mateus 5:17 18; Marcos 2:27; Lucas 4:16 e 23:55 e 56; Atos 13:14, 42 e 44; 16:13; 17:2; 18:4; Isaías 66:23.

O Criador, após os seis dias da Criação, descansou no sétimo dia e instituiu o sábado para todas as pessoas como memorial da Criação. O quarto mandamento da imutável lei de Deus requer a observância do sétimo dia como dia de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e a prática de Jesus, o Senhor do sábado. O sábado é um dia de prazerosa comunhão com Deus e de uns com os outros. É um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no Reino de Deus. O sábado é um sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. A observância desse tempo sagrado, de uma tarde a outra tarde, do pôr-do-sol ao pôr-do-sol, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus (ver Isaías 58:13 e 14; Levítico 23:32; Marcos 2:27 e 28).

Se a humanidade tivesse preservado o mandamento do sábado, por certo a teoria da evolução não teria encontrado terreno tão fértil para espalhar suas sementes de incredulidade.

Michelson Borges

[Continua...]