sexta-feira, maio 09, 2008

Supercolônia de formigas desafia darwinismo

Em notícia captada do prestigioso Los Angeles Times, reproduzida no The Birmigham News, Usha Lee McFarling relata a descoberta de uma gigantesca colônia de formigas argentinas que superaria colônia anteriormente tida como a maior do mundo, na América do Norte. A colônia européia superaria em três vezes sua equivalente norte-americana, estendendo-se de Portugal à Itália. A grande diferença é que, ao contrário das formigas argentinas em sua terra nativa, que demonstram agressividade e combatividade contra insetos que não são "parentes", as européias têm um comportamento amistoso mesmo para com formigas que não lhe são relacionadas. Diz o artigo: "O comportamento amigável entre estranhos distantes contradiz uma idéia básica de evolução biológica, chamada teoria da seleção por parentesco — a noção de que a atitude de solidariedade deve somente persistir entre indivíduos relacionados porque ajudar os de sua 'família' contribuirá para perpetuar os genes que compartilha."

Na Argentina, o comportamento típico das formigas é de defender o seu território arrancando patas e cabeças de inimigos e liberando substâncias químicas venenosas, com as vítimas dessas guerras deixadas em pilhas imensas e colônias do tamanho de lotes suburbanos.

Em contraste com isso, as colônias californianas e européias transplantadas da Argentina para essas novas terras compartilham do que equivale a um dividendo de paz. Em vez de empregarem recursos para a guerra, essas formigas "pacifistas" passam o tempo procurando alimento e nutrindo números crescentes de seus menores. Resultado: maciças supercolônias de formigas que não lutam, mesmo não tendo relação de parentesco.

(The Birmingham News, 16/04/02)