quinta-feira, maio 08, 2008

Uma "dose de Deus" pode auxiliar a medicina

Para algumas famílias, o diagnóstico de câncer em uma criança fortalece os laços religiosos existentes ou estimula novos laços. Agora, um novo estudo em Oncologia e Hematologia Pediátrica feito por pesquisadores da Universidade Brandeis e a SUNY, Universidade de Buffalo, relata que enquanto a maioria dos oncologistas pediátricos dizem que são religiosos, e muitos estão abertos para relacionar-se com as famílias de crianças muito doentes por meio da religião ou da espiritualidade, geralmente faltam-lhes treinamentos formais em assistência médica que poderiam ajudá-los a construir tais pontes.

"Crescentemente, religião e espiritualidade estão sendo consideradas importantes no tratamento de pacientes em estado crítico e nós sabemos que muitos pais contam com tais recursos para lidar com as doenças de seus filhos", disse o co-autor Wendy Cadge, sociólogo da Brandeis. "Este estudo sugere que nós devíamos considerar um treinamento para ajudar os médicos a se relacionarem espiritualmente com famílias que estão enfrentando doenças que ameaçam a vida, tais como o câncer.

O estudo pesquisou 74 oncologistas e hematologistas pediátricos em 13 hospitais de elite do ranking do U.S. News & World Report de hospitais do rol de honra. Os resultados incluem:

>> 93,3% dos médicos pesquisados foram educados em uma tradição religiosa: 31% protestantes; 25,7% católicos; 25,7% judeus e 10,8% de outras religiões.

>> A maioria relatou que a religião era muito importante (25,7%) ou de algum modo importante (48,6%) em suas famílias quando estavam crescendo.

>> 24,3% dos médicos disseram que eram judeus; 20,3% disseram que não tinham nenhuma afiliação religiosa atual; 17% eram católicos, 17% protestantes e quase 15% se identificaram com alguma outra religião.

>> 47,3% se descreveram como muito ou moderadamente religiosos; 37,8% como um pouco religiosos, e 13,5% como absolutamente não religiosos.

Mais da metade dos pesquisados disseram que suas crenças espirituais ou religiosas influenciam em alguma extensão suas interações com as famílias, pacientes e colegas, enquanto quase 40% acreditam que não.

"A pesquisa mostra que muitos pacientes não sentem que o sistema médico atende adequadamente suas necessidades espirituais", disse Cadge. "Derramando luz sobre como a religião e a espiritualidade se relacionam com a prática da medicina, este estudo é um primeiro passo para abordar tais necessidades dos pacientes e de suas famílias durante um tão profundamente ameaçador capítulo da vida."

(EurekAlert!)

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