Admiro muito o trabalho do Dr. Drauzio Varella e seus esforços para popularizar conhecimentos preventivos na área de saúde, mas quando ele se aventura a falar de evolucionismo... Na Folha de S. Paulo de 3 de fevereiro deste ano ele escreveu: "Desprover a evolução de qualquer propósito intencional, apesar de ser a única forma sensata e racional de estudá-la, em hipótese alguma retira a beleza da criação. [Criação? Essa eu não entendi...] Muito pelo contrário: pobreza é imaginar que a vida surgiu sob o comando da varinha de condão de um mágico caprichoso.
"Entender como as primeiras moléculas se combinaram aleatoriamente no ambiente primordial da Terra que resfriava, até dar origem às moléculas de RNA e DNA - dotadas da incrível propriedade de fazer cópias de si mesmas, que souberam fabricar camadas externas de proteínas e açúcares para protegê-las e, assim, construir os primeiros seres unicelulares, habitantes exclusivos de nosso planeta por três bilhões de anos que, mais tarde, se organizaram em formas cada vez mais complexas, numa explosão de biodiversidade, que, por uma sucessão infinita de acasos [!], chegou até você e eu, leitor... oferece uma visão muito mais grandiosa da vida e nos ensina a respeitá-la."
Apesar de ateu, o Dr. Drauzio tem muita "fé" para crer que uma combinação aleatória de moléculas num ambiente primordial ainda não comprovado poderia dar origem às ultracomplexas moléculas de RNA e DNA, capazes de se autoduplicar e criar membranas protetoras e seletivas, também tremendamente complexas. Esses unicelulares "se organizaram em formas cada vez mais complexas", criando e aprimorando informação genética do nada, numa "sucessão infinita de acasos" até chegar ao ser humano.
Sinceramente, é mais fácil acreditar na "varinha de condão"...