sexta-feira, maio 09, 2008

Visita ao Projeto Tamar

Há duas semanas, levei minha família para conhecer o Projeto Tamar, na praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis, SC. Segundo o site do Projeto, "o nome Tamar foi criado a partir da contração das palavras 'tartaruga marinha'. A abreviação se mostrou necessária ainda no início dos anos 80, para a confecção das pequenas placas de metal utilizadas na identificação das tartarugas marcadas pelo Projeto para estudos de biometria, monitoramento das rotas migratórias e outros. Desde então, o Projeto Tamar passou a designar o Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas, que é executado pelo Ibama, através do Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisa das Tartarugas Marinhas, órgão governamental; e pela Fundação Centro Brasileiro de Proteção e Pesquisas das Tartarugas Marinhas, instituição não governamental, de utilidade pública federal."

Os objetivos são nobres e vale a pena apoiar o projeto. O Tamar surgiu com o propósito de proteger as tartarugas marinhas. "Com o tempo, porém, percebeu-se que os trabalhos não poderiam ficar restritos às tartarugas, pois uma das chaves para o sucesso desta missão seria o apoio ao desenvolvimento das comunidades costeiras, de forma a oferecer alternativas econômicas que amenizassem a questão social, reduzindo assim a pressão humana sobre as tartarugas marinhas", explica o site.

Depois de observar demoradamente os espécimes de tartarugas mantidos na sede do Projeto em Florianópolis (ilha onde é possível encontrar as cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil), minha esposa e eu tivemos uma instrutiva e agradável conversa com a bióloga que estava na recepção. Segundo ela, as tartarugas dispõem de "dispositivos" fisiológicos que as permitem ficar horas submersas sem respirar, podendo mergulhar em apnéia a grandes profundidades. Ela nos disse também que pesquisas recentes têm demonstrado que esses répteis marinhos notáveis são capazes de se orientar pelo campo magnético da Terra. Por isso elas podem viajar milhares de quilômetros e sempre conseguem retornar ao local onde nasceram.

Conversamos sobre outros detalhes (como a capacidade de redução do metabolismo e o coração diferenciado das tartarugas que mergulham em águas profundas) que fazem desses seres marinhos criaturas impressionantes. Ao me despedir da bióloga, disse-lhe: "Essas capacidades incríveis certamente indicam um design inteligente, não?" Ela sorriu para nós e respondeu em tom de cumplicidade, parecendo compreender a "provocação": "Certamente são evidências de design inteligente."