domingo, junho 22, 2008

Evidências científicas do Criador

Se Darwin estivesse certo, seríamos apenas macacos sofisticados, não haveria certo ou errado, apenas uma ética inventada e não haveria Deus. Essa foi a avaliação que fez um canal de Kanawha County, na Virgínia Ocidental, quando o jornalista Lee Strobel chegou para fazer a cobertura da história dos protestos anti-darwinismo em 1974. Strobel na época era uma ateu declarado, que acreditava que muito do que o movimento anti-darwinismo promulgava refletia nada mais do que uma ignorância cega. Ele considerava a história da criação bíblica como simples ficção, superada e desacreditada pelo conhecimento adquirido por meio da ciência moderna. Naquele ano, como os protestos contra o ensino de Darwin nas escolas da Virgínia Ocidental aqueceram, Strobel achou-se ele próprio numa posição de indesejado pelos moradores de uma cidade que já tinha banido várias centenas de diversos livros didáticos de circulação escolar - livros que, de acordo com o conselho da escola, ensinavam o "tipo errado de ética". Na verdade, Strobel era um convertido pela história científica da evolução, convencido pelos "fatos" e pelos aparentemente claros exemplos de apoio à teoria evolutiva. Como Strobel via as coisas, o caráter aleatório e não direcionado do darwinismo não podia ser conciliado com a natureza repleta de propósito do relato bíblico. O mínimo que se poderia dizer era que, se o Darwinismo era tão inabalável como defendiam os seus proponentes, Deus não seria necessário para a vida surgir. O livro The Case For A Creator é o relato da viagem de Strobel para testar a veracidade dos aparentes "fatos" da evolução e da visão do mundo materialista - uma viagem que o leva através dos Estados Unidos à medida que entrevista vários especialistas-chave em vários campos da ciência.

A primeira parada de Strobel foi para entrevistar Jonathan Wells - um graduado de Berkeley cuja crítica aberta a alguns dos ícones da evolução é bem conhecida. Durante a entrevista, Wells destrói as evidências que Strobel tinha ele próprio aprendido como graduado ao mostrar-lhe como muito daquilo que supostamente sabemos sobre evolução é incompatível com as evidências.

É agora amplamente aceito, por exemplo, que as experiências laboratoriais de Stanley Miller que mostravam como os aminoácidos podiam ser gerados sob condições atmosféricas redutoras não imitava com precisão o ambiente da terra primitiva. E ainda hoje essas experiências continuam a predominar nos livros de Biologia tal como acontece com a árvore da vida de Darwin. Como assinala Wells, em vez de revelar uma cadeia ininterrupta de intermediários ligando toda a vida até algumas poucas formas primitivas como a árvore de Darwin requeria, o registro fóssil mostra uma súbita "explosão" de vida há aproximadamente 550 milhões de anos, durante a qual apareceu a maior parte dos grandes táxons animais num periodo de tempo de cinco milhões de anos sem quaisquer intermediários anteriores. Igualmente preocupante é a descoberta de que o embriologista Ernst Haeckel modificou os seus agora famosos desenhos de embriões vertebrados, para que eles se encaixassem dentro das idéias preconcebidas de uma continuidade evolucionaria. A crítica de Wells em relação à discrepância que existe entre estruturas aparentemente homólogas nos vertebrados - ou seja, aquelas estruturas que se considera que revelam ancestralidade comum - e os genes responsáveis pela sua formação, de como eles são diferentes em diferentes espécies de animais, mostra como tanto daquilo que sabemos hoje contradiz os princípios básicos do darwinismo.

Durante a viagem de Strobel, o filósofo Stephen Meyer defende um universo projetado por uma inteligência com o argumento de que o código do DNA, rico em informação, que compõe a vida, tem um paralelo direto com códigos ricos em informação que se sabe terem sido gerados por agentes inteligentes. Meyer descreve como é a complexidade irredutível de muitas das "máquinas" do mundo celular, com a necessidade de todos os seus componentes estarem presentes para que a sua função possa ser alcançada, o que desafia claramente as expectativas do pensamento darwinista. Tal como diz Meyer, uma vez que seleção natural só pode começar a selecionar sistemas que tenham atingido um nível mínimo de funcionalidade e uma vez que essa funcionalidade só é atingida quando todos os componentes desses sistemas se encontram presentes, a sua montagem inicial deve ter sido dirigida por algum processo orientador. Isto é, eles devem ter sido projectados por uma inteligência. O professor de Bioquímica, Michael Behe, também na longa lista de visitas de Strobel, foi o primeiro proponente da complexidade irredutível na biologia. Behe tem fornecido vários exemplos de sistemas biológicos de complexidade irredutível, nomeadamente a cascata da coagulação sangüínea, a estrutura do flagelo bacteriano e a composição de minúsculos pêlos chamados cílios citando-os como evidência de um mundo biológico projetado por inteligência.

Uma grande massa de dados está sendo acumulada fora da área da biologia que apoia a inferência de design e muitos cientistas estão agora percebendo como a nossa própria terra parece ser singularmente adequada à existência de vida. Sabemos agora que não só a nossa Terra está numa posição ideal no nosso sistema solar de modo a satisfazer as necessidades de sobrevivência de animais e plantas, mas que está também muito bem colocada para o ser humano fazer importantes descobertas científicas sobre o nosso cosmos. A entrevista de Strobel co om filósofo Jay Richards e ao astrónomo Guillermo Gonzalez fornece uma lista de tais "biocentrismos". Tudo, desde a influência protetora dos maiores planetas no nosso sistema solar, até o consistente calor e energia do nosso Sol; desde o efeito da lua sobre a inclinação do eixo da Terra, até à massa global da Terra; desde a influência do próprio calor interno da Terra no meio ambiente da Terra, até à órbita do nosso sistema solar dentro de limites rígidos de uma "zona de habitabilidade" em torno de nossa galáxia, leva-nos à inevitável conclusão de que o nosso é, em todos os sentidos, um mundo único, projetado para o nosso bem-estar. Como as discussões de Strobel com o físico Robin Collins deixam bem claro, as características físicas dos elementos que compõem a matéria por todo o cosmos caem justamente na gama estreita de valores que são admissíveis para a vida existir. A magnitude da força gravitacional, o tamanho da constante cosmológica nas equações da relatividade geral de Einstein, a diferença de tamanho entre os prótons e os nêutrons dos núcleos atômicos e o tamanho das forças atômicas fortes e fracas que mantêm os átomos unidos, são colocados de forma tão precisa nessa gama admissível, que só podemos concluir que uma inteligência tem estado a trabalhar no design do nosso cosmos. O teólogo William Lane Craig também apresenta seus argumentos para uma origem cósmica única, finamente sintonizada e controlada, que teria ocorrido há aproximadamente 14 bilhões de anos atrás, a partir da qual nosso universo se expandiu.

Uma das últimas entrevistas de Strobel foi com o filósofo J. P. Moreland, para discutir o tema da consciência humana e animal. Enquanto muitos alegam que a consciência nos seres humanos não é nada mais do que o subproduto da acumulação da capacidade do cérebro, outros, como Moreland, concluem que ela revela algo muito mais profundo. Com efeito, observações sobre comportamento humano apontam para o que os psicólogos chamam de "dualismo" - um estado em que a consciência e a mente existem separadamente do resto do cérebro. A nossa consciência dos nossos próprios pensamentos, das nossas próprias emoções, dos nossos desejos e das nossas próprias decisões - apontam para uma entidade que se poderia chamar de "alma" que existe fora dos circuitos elétricos da massa cerebral que existe dentro das nossas cabeças. Esta "mente interior e privada" do homem, afirma o filósofo Alvin Platinga, é aquela parte do homem que aparece inacessível a uma explicação naturalista. O que sabemos sobre a mente do homem, alega Moreland, está em concordância direta com a visão cristã do mundo de um Deus onipresente, que existe em todos os lugares e que manifesta a Sua presença na humanidade por meio da alma [talvez melhor fosse dizer natureza espiritual, já que biblicamente falando o homem é um ser integrado e não dual]. No fim, Strobel é levado também a identificar o Deus do cristianismo como o projetista cujas obras formaram todos que vemos à nossa volta. Mas afirmações metafísicas à parte, as evidências científicas que Strobel acumula em seu livro apresentam um forte argumento contra as afirmações puramente naturalistas do darwinismo moderno. Na verdade, podemos apenas imaginar como as coisas teriam sido diferentes para os habitantes do Condado de Kanawha e do resto da Virgínia Ocidental, se tivessem tido conhecimento dessa evidência em 1974. Eles teriam tido um argumento para defender que era baseado numa história científica muito convincente.

(Robert Deyes, no blog da ARN)

Nota: Li outros livros do jornalista Lee Strobel e tenho certeza de que esse novo será uma grande contribuição. Resta torcer para que seja logo publicado em língua portuguesa.[MB]