domingo, setembro 28, 2008

Modificação sem descendência

Interessante destacar um aspecto importante da pesquisa “Modular networks and cumulative impact of lateral transfer in prokaryote genome evolution”, de Tal Dagan, Yael Artzy-Randrup e William Martin, publicada no PNAS. A maioria, senão todos os “539.723 genes distribuídos pelos 181 genomas procarióticos seqüenciados”, mostra evidência de transferência horizontal de gene. E daí? O que isso tem a ver com a hipótese da descendência com modificação de Darwin? Isso significa dizer que a “Árvore da Vida” de Darwin se transmutacionou num imenso gramado. E daí? Cara, um dos ícones evolutivos — “descendência com modificação” — é, na verdade, “modificação sem descendência”. “Modificação sem descendência”?! E o que isso significa para a biologia evolutiva?

Quem é culpado por tudo isso? Os vírus, mano! São eles os responsáveis por toda esta “bagunça evolutiva” devido à sua promíscua tendência de transportar o DNA indiscriminadamente entre as espécies. Uau! E a seleção natural? Onde é que entra a onipotente, onipresente e onisciente seleção natural nesta mixórdia evolutiva? Não entra, fica à margem. Marginalizada, impotente, assistindo ao “mysterium tremendum” se desenrolar misteriosamente...

(Desafiando a Nomenklarura Científica)