quinta-feira, outubro 16, 2008

"O câncer te ensina a viver"

Deu na revista Época: "Aos 31 anos, a fotógrafa e atriz americana Kris Carr já havia estrelado dois comerciais de cerveja com grande repercussão e tinha uma vida social agitada, sem se preocupar muito com a saúde. Até que seu corpo pediu socorro e ela teve de parar para escutá-lo. Depois de algumas cólicas, diagnósticos errados e inúmeros exames, o problema ganhou um nome: hemangioendotelioma epitelóide, um tipo de câncer vascular muito raro, que atacou seu fígado e pulmões. Em vez de se entregar à doença, transformou-a em um caminho bem-humroado para o auto-conhecimento. 'A superfície do meu fígado estava coberta por tumores. Mais precisamente: as imagens lembravam um queijo suíço', conta Kris, hoje com 37 anos, no livro Câncer - e Agora?, recém-lançado no Brasil pela Editora Globo." Leia a seguir alguns trechos da entrevista que ela concedeu à Época:

Você freqüentava festas, era muito badalada. A vida boêmia pode ter ajudado a agravar o câncer?

O estilo de vida pode influenciar na doença, sim. Se saio muito, bebo muito, não me cuido direito, alguma coisa estou fazendo ao meu corpo. Confesso que não sabia como me cuidar, não me alimentava de forma sadia, mas isso não me faz sentir culpada. Hoje tenho muito mais responsabilidade. Ainda saio, gosto de me divertir, mas não cometo exageros como antes.

Como o seu caso pode incentivar mulheres com câncer que não têm como pagar tratamentos a que você teve acesso?

Ter acesso aos melhores tratamentos não significa que a sobrevida de um paciente seja maior. Minha mensagem é universal. Tanto faz uma mulher americana ou latina, o importante é ela encontrar a cura através do corpo-mente-espírito. Eu encorajo as pessoas a reduzirem a ingestão de produtos de origem animal, que são muito ácidos, a terem uma dieta alcalina e praticarem meditação. Minha dieta é vegan, até o suco do café-da-manhã é verde! O mais importante é reconstruir a auto-estima. Os médicos não têm todas as respostas. Nós temos muitas.

O câncer é uma doença solitária ou permite que você se aproxime mais das pessoas?

É certamente solitária, mas também dá a oportunidade de aproximar as pessoas e de decidir o que fazer com o tempo que nos resta. Todo mundo irá morrer, você irá morrer, eu irei morrer, mas por quanto tempo iremos viver? O câncer te ensina a viver. As pessoas sempre o relacionam com morte. Eu relaciono o câncer com a vida.