terça-feira, dezembro 02, 2008

Deus nunca deixa de amar e buscar

De forma maravilhosa, Deus me concedeu a bênção de trabalhar para Ele. Há três anos eu estava tentando, mas Ele sabe a hora certa. Deus esperou eu me casar e colocou no coração do meu marido, João, o desejo de mudar de cidade para eu poder realizar esse sonho. Entrei no sistema Novo Tempo de comunicação em fevereiro deste ano, feliz por fazer o que gosto, em prol daquilo que creio.

Sou a única, ou melhor, a primeira adventista em casa e sempre penso em como conquistar o resto da família para Cristo. Amo pregar o evangelho. Tenho facilidade em falar de Cristo para as pessoas, porém, para a própria família é complicado. Parece que eu “travo”. Perco as palavras, esqueço os textos bíblicos, etc.

Então em maio fiz uma reportagem sobre os malefícios do cigarro, pensando justamente em impressionar meus pais, que são fumantes. Eles têm certo preconceito com a igreja, e principalmente com esses cursos, pois assim como o rapaz entrevistado na reportagem, eles pensavam que isso seria apenas um pretexto para atrair novas ovelhas, a fim de arrecadar mais dinheiro (infelizmente, essa é a “fama” que os evangélicos em geral têm em função de outros que realmente fazem isso).

Pois bem, meus pais assistiram à reportagem e, para a minha surpresa, toparam fazer o curso. Demorou uns três meses para eles realmente fazerem o curso, no bairro de Pirituba, onde moram. O pastor Pablo Ricardo e equipe deram o maior apoio a eles.

Já no terceiro dia do curso, minha mãe decidiu tentar. Jogou o maço e o isqueiro no “caixão” simbólico ali presente e, pela graça de Deus, não fumou mais. Meu pai é mais durão. Não quis parar (na verdade, ele fez o curso porque minha mãe insistiu, pois ele nem tinha vontade de parar).

Louvo a Deus por Ele ter me usado e usado tantas outras pessoas para fazer minha mãe largar esse vício. O obreiro bíblico local sempre liga lá e os convida para as programações, mas ela me telefonou e deixou claro: “Não pretendemos ser adventistas. Só quero ter a liberdade de ir à igreja, quando sentir vontade.”

E assim foi: minha mãe conseguindo resistir, e meu pai fumando.

Mas Deus é misericordioso demais. E não parou por aí. Ele não desistiu do meu pai. Em novembro, ele teve um infarto, num sábado pela manhã. Graças a Deus, minha mãe o levou rapidamente ao hospital mais próximo e ele foi atendido a tempo. Ao fazer o eletrocardiograma, já acusava “infarto agudo”. E então os médicos entraram com medicação. Ele ficou internado 17 dias, porque pegou pneumonia.

No primeiro dia em que fui vê-lo, logo no sábado que infartou, senti uma vontade enorme de orar com ele, mas fiquei com medo de assustá-lo. A prática da oração é comum para nós. Mas para quem não é cristão e está numa cama de hospital, poderia parecer que ele estava à beira da morte. Então não orei.

Mas depois de um tempo que ele ainda estava lá, na UTI, ele pediu para eu orar. Logo no início, ele começou a se emocionar e chorar. Então minha mãe pediu para que eu parasse, pois ele não podia ter emoções fortes. Além de pedir para eu orar, o que já foi um grande progresso, ele pediu que minha mãe levasse o livro Os Dez Mandamentos que dei a ele no Dia dos Pais (na ocasião, ele amou a dedicatória, mas não teve vontade de ler). Achei isso fantástico! Depois de um tempo, ele comentou que gostou muito da leitura.

Outro dia, antes de ter alta do hospital, ele pediu que eu orasse novamente. Dessa vez, não chorou. Agüentou firme a oração inteira. Comentei que estava orando por ele todos os dias e que mobilizei um grupo de oração. Falei do poder da oração intercessória e ele só agradeceu.

Hoje ele está bem, em casa, depois de um cateterismo e uma angioplastia. Enviei um episódio do programa de TV “Está Escrito” sobre longevidade, para ele ver que os princípios de saúde que nós, adventistas, seguimos têm fundamento e se temos a qualidade de vida que temos, é em função dessa luz. Agora quero presenteá-lo com alguns livros (Como Jesus Tratava as Pessoas, Conhecer Jesus é Tudo e Ciência do Bom Viver).

Fiquei impressionada ao ver como Deus pode transformar algo ruim em algo maravilhoso. Se eu disser ao meu pai que Deus permitiu que o infarto acontecesse para ele realmente parar de fumar (sim, está desde então sem colocar um cigarro na boca) e para dar mais importância a Deus, o Criador e Mantenedor, ele pode rir de mim e satirizar: “Então foi Deus que me fez ter um infarto?” E por mais que eu explicasse que a culpa não é de Deus e sim da alimentação errada que ele teve a vida toda, além de ser fumante há no mínimo 40 anos, ele poderia ter uma visão errada do Criador.

Eu creio que tudo isso já é resultado do trabalho do Espírito Santo no coração da minha família. Só quero que eles vejam o quanto é melhor viver por Cristo, dar valor ao Seu sacrifício na cruz, saber que isso nos dá a possibilidade de não mais vivermos neste mundo doente, mas voltar para o Lar de onde saímos.

Sábado estava conversando com o pastor Fernando Iglesias sobre como alcançar meus pais, pois eles não crêem em Jesus como Filho de Deus, apenas no Jesus histórico. E acham a Criação “história da carochinha”, e que a Bíblia não é a Palavra de Deus, pois “foi escrita por homens”.

Mas do mesmo jeito que eu soube esperar para trabalhar aqui e enxergar que só Deus sabe o tempo certo de tudo, tenho fé de que em breve minha família se entregará a Ele, reconhecendo-O como o Todo Poderoso que teve misericórdia deles e foi buscá-los antes de Jesus voltar.

(Gabriela Frontini é jornalista da TV Novo Tempo)