terça-feira, setembro 30, 2008

O poder da música sobre o cérebro

Um colega de trabalho na Casa Publicadora Brasileira, o designer Cristiano Kleinert, assistiu a uma palestra do estudioso de mídia português Daniel Spencer sobre música, TV e outras mídias. Segundo ele, o palestrante comentou, entre outras coisas, sobre a hiperestimulação do tálamo e do hipotálamo pelos meios audiovisuais deturpados. A conseqüência disso seria a atrofia do lóbulo frontal, que acaba perdendo o poder de decisão, domínio próprio, etc. Foi dito ainda que a hiperestimulação do hipotálamo e do tálamo por meio de músicas estilo rock, pelas batidas da bateria no compasso “2 e 4” mais acentuados, ocasionaria até mesmo a produção de hormônios sexuais. Cristiano resolveu consultar Hélio Pothin, doutor em Fisiologia e professor na UFSM. Leia a resposta do Dr. Hélio:

“O lobo frontal do cérebro é a parte da frente dos hemisférios cerebrais (direito e esquerdo). A camada cinzenta mais externa do cérebro é formada pelo corpo celular dos neurônios, ou seja, a parte dos neurônios que fazem sinapses com vários outros neurônios. Essa camada é chamada de córtex cerebral. Nos lobos frontais, essa camada é denominada córtex pré-frontal. Devido às inúmeras sinapses (ligações entre neurônios) que ocorrem no córtex, é possível realizar as muitas funções do cérebro.

“O córtex pré-frontal é responsável pelo raciocínio, pensamento, razão, consciência, vontade, capacidade de decisão, etc. Para realizar essas funções ele recebe impulsos nervosos de outras partes do sistema nervoso central.

“O tálamo é formado por várias divisões e está localizado abaixo do córtex, na região central do cérebro. Ele funciona recebendo as informações dos sentidos (visão, audição, gustação e tato) e enviando ou distribuindo as informações para outras regiões do cérebro, incluindo o córtex cerebral.

“O hipotálamo está situado abaixo do tálamo e é formado por vários núcleos nervosos; cada um influencia uma determinada parte do sistema nervoso. Apesar de pequeno, o hipotálamo tem funções importantes no comando das ações autonômicas como: fome, sede, regulação da temperatura corporal, sono, vigília, secreção gastrointestinal, pressão sangüínea, batimentos cardíacos, apetite sexual, ato sexual, etc.

“Para comandar ou influenciar tantas funções o hipotálamo envia suas mensagens através dos nervos e, também, através de hormônios pelo sangue. Ele envia hormônios para a glândula hipófise, a qual controla outras glândulas, inclusive as glândulas sexuais, através de hormônios, também.

“Portanto, estímulos nervosos enviados pelo ouvido, provocados pelo som, chegam até o tálamo e ele envia, também, estímulos nervosos para o centro das emoções, para o córtex pré-frontal e para o hipotálamo.

“Como a música Rock possui ritmos característicos os quais são transformados em estímulos nervosos numa freqüência determinada, chegando ao tálamo este também envia estímulos numa freqüência tal para o hipotálamo, córtex pré-frontal ou outro centro nervoso no cérebro. O hipotálamo entende essa frequência como uma ordem para influenciar as glândulas periféricas, através dos hormônios da hipófise, a fim de liberar seus hormônios, os quais irão aumentar ou diminuir as funções dos órgãos específicos. De acordo com o ritmo da música, serão enviados estímulos elétricos em freqüências diferentes. Cada freqüência alcança locais diferentes no cérebro e pode influenciar funções diferentes ou diferentes comportamentos.

“A música rock, portanto, têm poder de influenciar comportamentos como ira, violência, sexo e estimular a dependência do prazer. Assim, aumenta o desejo por drogas ou comportamentos que estimulem o prazer e, portanto, o vício.

“Um dos centros nervosos que recebem impulsos do hipotálamo, do ouvido, da medula espinhal e outros centros, é um núcleo denominado Locus Cerúleos. Esse núcleo envia neurônios para algumas partes do cérebro, entre elas está o córtex pré-frontal. Quando ocorre estimulação intensa do Locus Cerúleos, ele faz com que Noradrenalina (neurotransmissor) seja liberada dos terminais dos neurônios que chegam ao córtex pré-frontal. A atuação de níveis altos de noradrenalina no córtex pré-frontal atua como uma forma de "anestesia" das funções dessa região. Por isso, as funções de tomar decisões corretas ficam prejudicadas, pois o córtex pré-frontal não consegue buscar informações armazenadas na memória em outras regiões. Assim, a razão, o domínio próprio, a consciência ficam afetados. Como a razão fica ‘anestesiada’, as emoções dominam as ações. Como os hormônios foram liberados em maior quantidade pela estimulação do hipotálamo, o desejo sexual (e qualquer outra função) fica fora do controle da razão.

“É bom salientar que quando o tálamo recebe impulsos nervosos numa freqüência mínima, chamada limiar da percepção consciente, então ele envia esses estímulos para o córtex cerebral e isso se torna consciente ou perceptível. Quando a freqüência de estímulos nervosos que chegam ao tálamo está abaixo da frequência limiar consciente, então esses estímulos são enviados para outros centros nervosos e não vão para o córtex, ou seja, não se tornam conscientes. Embora não conscientes, eles podem alcançar o centro das emoções, asim como o hipotálamo e suas influências glandulares sem ser analisados pela razão. Aí entram as mensagens subliminares.”

“Livro Viajante” estimula leitura e espalha esperança

Um livro deixado num banco de uma praça pode parecer esquecimento de algum leitor distraído, mas por trás do aparente descuido está um ato intencional de estímulo à leitura e principalmente por uma literatura que traz conforto e esperança. A idéia, que começa a ser implantada nesta semana na cidade de Guarulhos, SP, recebeu nome de “Livro Viajante” e será expandida para outras cidades do Estado.

O projeto elaborado pelo professor Edmar Ferreira, do Colégio Adventista de Gopoúva, vai além do compartilhamento das obras. Cada “Livro Viajante” recebe um adesivo com um código e instruções para que o leitor entre no site www.livroviajante.com.br e faça o registro. Lá, o internauta tem acesso a uma lista com nomes de pessoas que já leram o livro e seus respectivos contatos e fica sabendo por quais lugares a obra já circulou.

O professor acredita que as visitas ao site criam uma espécie de comunidade dos leitores do “Livro Viajante”, com várias possibilidades de se formar novas amizades e trocas de informações. “A própria curiosidade natural das pessoas irá contribuir para que os registros dos livros sejam efetuados na internet”, afirma o professor Edmar.

“Sou grátis. Não estou perdido, estou viajando!” Mensagens como essa vão fixadas nas capas das publicações indicando a procedência dos livros. Qualquer pessoa pode participar do projeto, basta fazer o cadastro da obra no site, e em seguida deixá-lo em algum lugar público para que ele “viaje” pela cidade.

O projeto “Livro Viajante” ganhou força após o lançamento do “Impacto Esperança”, evento da Igreja Adventista que distribuiu mais de 20 milhões de revistas na América do Sul sobre a volta de Jesus. Com a inspiração e o apoio da Igreja, o “Livro Viajante” se tornou um forte aliado na difusão das mensagens de esperança, com o diferencial da rede de relacionamento proporcionada pelo site.

Para fortalecer essa característica missionária, o projeto recebeu recentemente uma doação do Departamento de Publicações da sede administrativa da Igreja Adventista para o Vale do Paraíba, que se transformou no parceiro oficial do “Livro Viajante”. Cerca de 300 exemplares do livro Esperança para Viver, da escritora Ellen G. White, foram distribuídos para que os alunos do Colégio Adventista de Gopoúva realizem essa atividade nos bairros da cidade. Outras escolas do município e do Estado também participarão do projeto.

(Sandro Ferreira)

Álcool antes dos 15 anos pode encorajar alcoolismo

Pais que permitem que seus filhos experimentem bebidas alcoólicas na esperança de encorajar a moderação do consumo na vida adulta podem estar fazendo mais mal do que bem, de acordo com uma nova pesquisa britânica. O estudo do Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo (NIAAA, na sigla em inglês) diz que beber antes dos 15 anos de idade aumenta o risco de um adolescente ingerir bebidas alcoólicas em exagero na vida adulta. Os especialistas afirmam que o cérebro dos adolescentes, em rápido desenvolvimento, fica programado para ligar o álcool ao prazer. A pesquisa indica que, aos sete anos de idade, a maioria das crianças já experimentou bebida alcoólica.

Uma enquete realizada na Inglaterra com crianças de 11 a 15 anos de idade pelo Centro de Informações do Serviço Nacional de Saúde descobriu que cerca de 640 mil provavelmente consumiram bebidas alcoólicas nos sete dias anteriores.

Dados de 2006 e 2007 indicam que os hospitais públicos atenderam quase um cada dez jovens com menos de 18 anos por males ligados ao consumo de bebidas alcoólicas.

Na nova pesquisa, meninos e meninas foram divididos em três grupos - os que consumiram sua primeira dose de bebida alcoólica com menos de 15 anos, os que tiveram essa experiência entre 15 e 17 anos e os que tomaram sua primeira dose de bebida alcoólica com 18 anos ou mais.

No caso da primeira e da segunda faixa etária, os jovens apresentaram uma maior probabilidade de se tornar dependentes de álcool quando adultos se comparadas com os que esperaram até os 18 anos ou mais para começar a consumir bebidas alcoólicas.

Essa relação se manteve mesmo quando os pesquisadores levaram em conta fatores como a duração da exposição ao álcool, o histórico familiar e uma ampla gama de fatores de risco.

A pesquisa britânica também indica que a probabilidade de desenvolvimento de males ligados ao consumo de bebidas alcoólicas na vida adulta é cerca de 50% mais alta para pessoas que começam a beber antes dos 15 anos de idade, em comparação com os que optam pela abstinência até os 18 anos ou mais.

"Podemos ver pela primeira vez a associação entre uma 'idade do primeiro copo' prematura e um aumento do risco de males ligados ao consumo de álcool que persistem na vida adulta", diz Deborah Dawson, da NIAAA.

O estudo será publicado na edição de dezembro da revista Alcoholism: Clinical & Experimental Research.

(BBC Brasil)

Nota: "Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. Pois ao cabo morderá como a cobra e picará como o basilisco" (Provérbios 23:31 e 32).

segunda-feira, setembro 29, 2008

Câmara dos EUA derruba pacote; bolsas despencam

A Câmara dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira, por 228 votos contra 205, o megapacote econômico de US$ 700 bilhões proposto pelo governo americano. Cerca de dois terços dos deputados republicanos, correligionários do presidente George W. Bush, votaram contra o pacote. A notícia fez com que as bolsas de valores despencassem. O índice Dow Jones registrou nesta segunda-feira sua maior queda em pontos em um único dia na história: perdeu 777,68 pontos e fechou com baixa de 6,98%. As operações da Bolsa de São Paulo chegaram a ser suspensas depois de o índice Bovespa ter caído mais de 10%. Os líderes dos dois partidos deverão, nas próximas horas, tentar persuadir congressistas a mudar seus votos e apoiar o pacote.

Tommy Frato, um porta-voz da Casa Branca, disse que o presidente Bush estava "muito decepcionado" com o resultado. De acordo com o porta-voz, o presidente se reunirá com sua equipe nos próximos dias para "determinar os próximos passos". O pacote havia sido proposto pelo presidente George W. Bush no dia 20 de setembro. O líder americano havia defendido que os congressistas precisavam aprovar a proposta com urgência, para evitar que a crise no sistema financeiro se espalhasse por toda a economia.

Antes da rejeição do pacote de ajuda a Wall Street, os mercados já operavam em baixa, depois da confirmação de problemas em mais bancos. Nos Estados Unidos, o Wachovia, quarto maior banco do país, foi comprado pelo Citibank.

Na Europa, o governo britânico nacinalizou o Bradford & Bingley; e os governos de Holanda, Bélgica e Luxemburgo intervieram no Fortis, o 20º maior banco do mundo em faturamento.

Além disso, os bancos centrais dos EUA, o europeu e de oito países abriram linhas de crédito de 330 bilhões de dólares para evitar problemas de caixa em instituições financeiras.

Os deputados republicanos levantaram objeções tanto quanto ao conteúdo do pacote como à pressa em que ele foi colocado em votação.

No fim de semana, líderes partidários haviam chegado a um acordo em relação a pontos polêmicos, como mecanismos de supervisão do mercado financeiro, proteção para os contribuintes e limites aos salários de executivos de instituições financeiras.

As concessões, porém, não foram suficientes para convencer boa parte dos congressistas a seguir a orientação dos líderes no plenário.

Depois da votação, líderes republicanos sugeriram que a culpa era dos democratas, que não teriam conseguido mobilizar sua maioria na Câmara.

Em discurso, também depois da votação, o candidato democrata à Presidência, Barak Obama, disse ser ultrajante que cidadãos americanos tenham de limpar a bagunça criada por Wall Street.

"Se eu for presidente, vou rever o plano todo no meu primeiro dia, para ter certeza de que ele está funcionando para salvar a economia e para que vocês recebam seu dinheiro de volta."

Obama disse esperar que o Congresso aprove alguma forma de programa de ajuda financeira aos bancos, mas admitiu que o caminho para essa aprovação pode ser difícil.

(BBC Brasil)

Nota: Em pouco tempo, uma crise financeira já sem precedentes se desencadeou na maior nação capitalista do mundo, tendo efeitos drásticos em vários países cuja economia está atrelada aos bancos norte-americanos. Isso mostra como as coisas podem mudar rapidamente neste mundo globalizado, levando à tomada de medidas extremas que interferem na vida de bilhões de seres humanos. Como se sabe, os eventos finais serão rápidos, e essa crise é apenas uma amostra disso.[MB]

Big bang e universos paralelos

Eduardo Lütz é físico e tem atuado também em outras áreas como, por exemplo, Matemática, Informática, Filosofia, Linguagens e Educação. Foi, além de tradutor, professor de Ensino Médio, de escola técnica e de nível superior. Também é programador, analista de sistemas, arquiteto e engenheiro de software. Na Física, tem feito pesquisas em Astrofísica Nuclear, Física Hipernuclear, Buracos Negros e aplicações da Geometria Diferencial a estudos de Cosmologia. Atualmente, ocupa a maior parte de seu tempo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de software para a Hewlett-Packard. Nesta entrevista exclusiva para o blog www.criacionismo.com.br, ele fala sobre big bang, universos e paralelos e temas afins. [Leia mais]

Perversão e violência grátis

Felicidade diminui risco de câncer de mama

Uma pesquisa realizada por especialistas israelenses sugere que se sentir feliz e ter uma atitude positiva diante da vida pode ser uma arma eficaz na prevenção contra o câncer de mama. A equipe, da Universidade de Ben-Gurion, afirma que mulheres que se dizem felizes têm menos chances de desenvolver a doença, enquanto as que viveram eventos traumáticos estão mais vulneráveis a desenvolver o tumor. Os especialistas entrevistaram mais de 250 mulheres com idades entre 25 e 45 anos, diagnosticadas com câncer de mama. As pacientes responderam a perguntas sobre sua atitude em relação à vida e se tinham passado por episódios tristes, como a morte de um membro da família ou outro acontecimento traumático. Os resultados foram comparados com as de um outro grupo de voluntárias saudáveis.

Os cientistas observaram que as mulheres que se declararam mais otimistas tinham 25% menos chances de apresentar câncer de mama. "Descobrirmos que o sentimento de felicidade e otimismo tem um efeito de proteção", disseram os pesquisadores.

Ainda segundo eles, um único evento traumático não influencia no desenvolvimento da doença, mas duas ou mais crises pessoais aumentam os riscos da doença em dois terços.

Os cientistas esclareceram que o fato de as entrevistas terem ocorrido pouco depois do diagnóstico pode ter levado as pacientes a darem respostas "mais nostálgicas e negativas sobre o seu passado". Mas insistiram que vivenciar mais de um evento traumático é um fator de risco para o câncer de mama.

Os especialistas disseram, entretanto, que a ligação entre o estado mental e os sistemas imunológico e hormonal ainda não é clara e que outros estudos são necessários.

Pesquisas anteriores sugeriram que o estresse pode aumentar os níveis de estrogênio em mulheres, um hormônio que pode desencadear e alimentar o câncer.

(Terra)

Nota: Em Provérbios 17:22 está escrito: "O coração alegre é bom remédio."

Leia também: "Amamentar reduz risco de câncer de mama"

domingo, setembro 28, 2008

Estréia "O Cético"


Todos os domingos, aqui no blog, você poderá conferir uma tirinha nova de "O Cético". Clique na imagem para vê-la em tamanho maior.

Quarteto para o fim dos tempos

Os furacões e terremotos de ordem natural e econômica das últimas semanas levaram os arautos do fim do mundo a soarem suas trombetas mais uma vez. Contudo, o que está acontecendo são sinais de tempos apocalípticos sérios e que merecem nossa compreensão? Ou será esta nova crise generalizada apenas mais uma turnê do fim do mundo? Se observarmos os eventos atuais de maneira isolada, compartimentada, obteremos somente uma visão parcial e pouco confiável do que se chama "eventos finais". Porém, se tivermos uma perspectiva mais global, se compreendermos a interrelação de fatos concretos, encontraremos evidências de uma crise conjuntural diferenciada. Consideremos, então, alguns acontecimentos utilizando a forma de um "quarteto para o fim dos tempos".

1º movimento - O declínio americano: a invasão do Iraque pelos Estados Unidos acirrou os ânimos anti-americanos de várias partes do mundo; a difusão de uma cultura estética erotizada, violenta e efêmera fez recrudescer o ímpeto ultra-conservador norte-americano; a queda dos mercados, a aguda crise de instituições financeiras centenárias, o declínio da pujança econômica estadunidense arrastando de roldão mercados emergentes. O país do “Estado laico” e do “livre-mercado” é a mesma nação tomada pela dissolução ética, por elevados índices de poluição e pelo clima anti-terror que produziu vigilância inconstitucional, prisões arbitrárias e tortura. Esse mesmo país governado pela ultra-direita cristã estende as mãos sobre o Atlântico para o Vaticano em nome da ética global, instaura uma fobia anti-terrorista e converge a opinião da grande mídia em defesa de suas ações, e agora “estatiza” organizações financeiras independentes e falidas.

2º movimento - Condenação do materialismo: na reformulação de suas identidades, as religiões universais encontram na ecologia e na ética um referente global. A denúncia do consumismo também faz parte da nova retórica religiosa. O budismo prevê o equilíbrio na produção de bens e de consumo, o islamismo combate o mundo materialista como um anátema demoníaco e a idéia de holismo media a perspectiva do pensamento ecológico integrado. A crítica a uma sociedade esbanjadora e consumista, porém, opõe-se visivelmente à ascese e moderação do protestantismo tradicional e das religiões orientais. Na China, prega-se o budismo econômico para os pobres enquanto o capitalismo mais desenfreado é adotado pelas outras classes sociais. O neopentecostalismo e o novo protestantismo estimulam agressivamente o consumo de bens “sacralizados e ungidos”. E Bento XVI condena o materialismo e ao mesmo tempo usa sapatos Prada, casula com 15 km de fios de prata e anel de ouro 24 quilates.

3º movimento - A defesa da Terra: aumento da poluição, escassez de água, desmatamento irrefreável, aquecimento global, esgotamento dos recursos materiais de sobrevivência. Um cenário apocalíptico de destruição do homem pelo homem causando a agonia lenta e gradual do planeta. Pano de fundo próprio para os defensores do ambiente atenderem ao pedido de socorro da Terra, certo? Certo, mas não é só isso. Não apenas os ambientalistas do verde-que-te-quero-verde, não só os xiitas do GreenPeace, mas a Igreja Católica entrou pra valer na ecologia (digite "ecologia" no site zenit.org de informação católica). Leonardo Boff, o padre que relia o evangelho segundo o marxismo, direciona suas boas intenções para o alerta eco-teológico, a olhar para o recente conteúdo de seus livros – Ecologia, mundialização e espiritualidade e Nova Era: a civilização planetária. Sua visão do evangelho agora privilegia a existência de um Deus ecologicamente orientado e de um conhecimento ecocentrado em que o universo divino e o planeta Terra holisticamente se fundiriam no mesmo cosmos, inaugurando um novo modo de ser. A ecologia torna-se um paradigma que reorienta os caminhos da humanidade.

4º movimento - Uma ética global: fome, pobreza, crime organizado, corrupção política, opressão econômica, conflitos raciais e guerras étnicas. Retratando o colapso dos sistemas laicos de governo e regulação social, o Parlamento das Religiões Universais, realizado em Chicago-1993, enfatiza em sua declaração final a necessidade de um consenso global e uma atualização de vínculos morais entre pessoas que dividem o mesmo destino e o mesmo planeta. Caberia, então, às entidades religiosas o papel de administrar, em conjunto com as instituições democráticas legais, a profusão de problemas e sua complexidade de resolução. Assim, o discurso religioso voltaria a ter uma dimensão de atuação planetária ao pressupor uma moral planetária, desta vez sob a justificativa de uma nova ética mundial.

Como num concerto erudito, os “movimentos” quando escutados separadamente proporcionam uma audição incompleta. Contudo, ao escutarmos todas as seções do mesmo concerto, podemos entender a intenção do compositor, o estilo da interpretação do instrumentista, o que o autor e o intérprete estão comunicando. Relacionando os quatro “movimentos” acima é possível situar-se no tempo e na história e compreender de forma mais abrangente tanto os eventos que já se foram quanto aqueles que estão por vir.

O título desse texto é uma referência à obra-prima musical de Olivier Messiaen.

(Nota na Pauta)

Modificação sem descendência

Interessante destacar um aspecto importante da pesquisa “Modular networks and cumulative impact of lateral transfer in prokaryote genome evolution”, de Tal Dagan, Yael Artzy-Randrup e William Martin, publicada no PNAS. A maioria, senão todos os “539.723 genes distribuídos pelos 181 genomas procarióticos seqüenciados”, mostra evidência de transferência horizontal de gene. E daí? O que isso tem a ver com a hipótese da descendência com modificação de Darwin? Isso significa dizer que a “Árvore da Vida” de Darwin se transmutacionou num imenso gramado. E daí? Cara, um dos ícones evolutivos — “descendência com modificação” — é, na verdade, “modificação sem descendência”. “Modificação sem descendência”?! E o que isso significa para a biologia evolutiva?

Quem é culpado por tudo isso? Os vírus, mano! São eles os responsáveis por toda esta “bagunça evolutiva” devido à sua promíscua tendência de transportar o DNA indiscriminadamente entre as espécies. Uau! E a seleção natural? Onde é que entra a onipotente, onipresente e onisciente seleção natural nesta mixórdia evolutiva? Não entra, fica à margem. Marginalizada, impotente, assistindo ao “mysterium tremendum” se desenrolar misteriosamente...

(Desafiando a Nomenklarura Científica)

Benefícios do vinho estão presentes no suco de uva

A alegação: suco de uva tem os mesmos benefícios que o vinho tinto. Os fatos: a essa altura, os benefícios cardiovasculares do consumo diário de um cálice de vinho tinto já são bem conhecidos. Mas muitos abstêmios imaginam se não seria possível colher as mesmas recompensas com o parente não fermentado do vinho, ou se esse é um benefício de saúde do qual estão excluídos. O suco de uva pode não ser muito embriagador, mas ainda assim permite um brinde à boa saúde, no que tange à sua capacidade de prevenir doenças cardíacas. O álcool, consumido em doses moderadas [muitos alcoólicos começaram com "doses moderadas"...], pode relaxar os vasos sangüíneos e elevar os níveis de HL, o "bom colesterol". Mas as substâncias vistas como responsáveis por boa parte dos benefícios do vinho tinto - o resveratrol e os flavonóides - também existem no suco de uva, especialmente a variedade produzida com uvas Concord, vermelhas escuras.

Estudos independentes constataram que, como o álcool, o suco de uva pode ajudar a reduzir o risco de coágulos sangüíneos e prevenir o LDL, ou "mau colesterol" de aderir às artérias coronárias, entre outros benefícios cardíacos.

Um dos estudos, conduzido por cientistas da Universidade de Wisconsin e publicado pela revista Circulation, estuda os efeitos de duas doses diárias de suco de uvas Concord sobre 15 pessoas portadoras de doenças cardíacas coronárias. Depois de duas semanas, os participantes tinham fluxo sangüíneo melhor e oxidação reduzida do LDL. O LDL oxidado pode danificar as artérias.

Outros estudos conduzidos com seres humanos e animais, entre os quais uma pesquisa de um ano reportada em artigo na revista Atherosclerosis, demonstraram que o consumo diário pode reduzir a pressão arterial e os níveis de colesterol. Mas atenção: algumas variantes de suco têm açúcar e ingredientes artificiais.

Em resumo: os estudos sugerem que alguns tipos de suco de uva podem oferecer os mesmos benefícios cardíacos do vinho tinto [e melhor: sem os riscos e malefícios do álccol].

(Terra)

sexta-feira, setembro 26, 2008

"O Cético" estréia domingo

No domingo, estréia aqui no blog a tirinha semanal "O Cético". O personagem foi criado por mim e pelo ilustrador Thiago Lobo. O Thiago trabalha na Casa Publicadora Brasileira, como eu, e se sente muito feliz em poder usar seu talento artístico numa editora que só publica material que edifica o caráter. "O Cético", na verdade, é o tipo de cara que gosta de analisar o que está por trás dos "fatos" e só aceita alguma idéia, conceito ou afimação depois de submetê-los à análise racional e ao bom senso. Ele segue as evidências levem aonde levarem. Pode-se dizer que ele é o verdadeiro cético, pois duvida até mesmo do ceticismo. Mas se lhe forem apresentadas boas e sólidas evidências, ele as aceita com prazer. Até domingo, então.

Parlamento croata limita compras aos domingos

O parlamento croata determinou em julho que as lojas devem ser fechadas aos domingos, uma iniciativa tomada em deferência a desejos da Igreja Católica Romana. A lei entrará em vigor em 1 de janeiro de 2009. A Igreja Católica constitui 90 por cento da população religiosa da Croácia, e a Associated Press informa que a Igreja tinha feito sua presença sentida no governo croata com pressão para aprovar a legislação dominical. A lei permite que lojas em estações de trem, de ônibus e postos de gasolina permaneçam abertas aos domingos ao longo do ano. Outros negócios, tais como padarias, bancas de jornais e lojas de flores não estão incluídas na proibição. A lei de restrições de compras aos domingos também deixa de valer durante o verão e os feriados de inverno.

Dirigentes adventistas locais expressaram preocupação com a legislação. Sretko Kuburic, secretário para a denominação na região do Adriático, declarou que embora a legislação possa ter conseqüências futuras, a lei não deve ser vista como o fim das liberdades civis. Kuburic também declarou que a Igreja deve continuar a monitorar a situação após a lei entrar em vigor em 2009.

A Igreja Adventista tem apoiado a liberdade religiosa ao redor do mundo desde que lançou o que agora se conhece como Associação Internacional de Liberdade Religiosa em 1893. A organização desenvolveu-se no maior fórum mundial para liberdade religiosa.

Atualmente há cerca de 3 mil adventistas na Croácia, uma nação de 4,5 milhões de pessoas.

(Advir News)

Nota: Iniciativas locais mostram o que vai acontecer em âmbito global. As profecias estão cada vez mais atuais.[MB]

Leia mais sobre o decreto dominical aqui.

Cenas do Impacto Esperança

Há três semanas, a Igreja Adventista do Sétimo Dia viveu um dos momentos mais significativos de sua história recente: o Impacto Esperança. Num só dia, foram distribuídas mais de 20 milhões de revistas Viva com Esperança e milhares de contatos missionários foram feitos nos quatro cantos do Brasil e demais países que compõem a Divisão Sul-Americana da igreja. Crianças, jovens e adultos saíram às ruas, foram às casas, fábricas e comércio, a pé, de carro, bicicleta e até de barco para proclamar que a solução definitiva para os problemas humanos está na volta de Jesus. Abaixo você pode conferir um clipe feito com fotos vindas de várias partes do País e que retratam um pouco do espírito que tomou conta da igreja naquele memorável seis de setembro.

George Orwell e a perda da fé

George Orwell, ao perceber a perda da fé religiosa na Europa, mesmo aplaudindo, fez a seguinte declaração: “Por duzentos anos nós serramos o galho no qual estávamos sentados. E, no final, muito mais subitamente do que alguém tivesse previsto, os nossos esforços foram recompensados, e nós caímos. Mas, infelizmente, tinha sido um pequeno erro. A coisa embaixo não era, afinal de contas, uma cama de rosas, era uma fossa cheia de arame farpado. [...] Parece que a amputação da alma não é apenas uma simples operação cirúrgica, como tirar o seu apêndice. A ferida tem uma tendência em resultar infecciosa.”

Original: “For two hundred years we had sawed and sawed and sawed at the branch we were sitting on. And in the end, much more suddenly than anyone had foreseen, our efforts were rewarded, and down we came. But unfortunately there had been a little mistake. The thing at the bottom was not a bed of roses after all, it was a cesspool full of barbed wire. [...] It appears that amputation of the soul isn't just a simple surgical job, like having your appendix out. The wound has a tendency to go septic.”

Ídolos pop levantam a bandeira da virgindade

O trio Jonas Brothers usa. Miley Cyrus, a atriz bochechuda da série “Hannah Montana”, também. O “anel da pureza”, acessório que simboliza a promessa de jovens religiosos em manter a virgindade até o casamento, virou moda entre adolescentes que seguem à risca os passos dos ídolos. No caso, os dois fenômenos pop da vez. O estudante paulistano Paulo Sérgio dos Santos, de 18 anos, virou fã dos irmãos americanos Kevin, Joe e Nick – os Jonas Brothers – desde que descobriu que os rapazes levantam a bandeira da castidade. E resolveu adotar a idéia. “O anel é discreto, mas tem um significado especial. Sempre planejei me guardar para a mulher certa”, explica o estudante. “Os Jonas têm muita personalidade em assumir essa postura num meio que prega ‘sexo, drogas e rock’n’roll’.”

Bruna Souza Carvalho, de 14, não é fiel da igreja Assembléia de Deus, como seus ídolos. Mas compartilha da filosofia dos Jonas. “Nem todo mundo quer ser mal-visto por aí. Prefiro ser influenciada por eles que pela Britney, que é vulgar”, diz a jovem.

Usar o “anel da pureza”, tornando pública a opção pela abstinência sexual não é tarefa das mais fáceis. Muitas vezes estes jovens acabam virando alvo de gozação de amigos que consideram o pensamento ultrapassado. Paulo conta que alguns colegas pegam pesado na “tiração de sarro”. Mas certas garotas passaram a olhá-lo de forma diferente. “Elas acham romântico que eu acredite no sexo só depois do casamento. Tem umas meninas que vêem como fetiche, ficam dando em cima...”, afirma o estudante, revelando que está “cada vez mais difícil resistir às tentações”.

A idéia dos “anéis da pureza” nasceu nos Estados Unidos no início da década de 90 com o programa True Love Waits, que prega a abstinência sexual até o casamento. O projeto, que percorre escolas e instituições ligadas à juventude, começou na Igreja Batista e depois foi adotado por diferentes crenças em mais 13 países.

Segundo Jimmy Hester, coordenador do TLW, cerca de 3 milhões de jovens fazem parte do programa. “Esse é o número que temos documentado. Durante as palestras, alguns adolescentes assinam nosso acordo de adesão”, diz.

No início, a organização lançou uma pulseira de plástico para simbolizar a filosofia. Depois o acessório foi trocado por um pingente de prata, mas só ganhou popularidade com o "anel da pureza" - acessório que pode ser usado por meninas e meninos. “Não fabricamos mais a jóia. Atualmente há inúmeras instituições que as vendem e alguns jovens preferem desenvolver seu próprio anel”, diz Hester.

Nos Estados Unidos, o TLW é alvo constante de críticas. Especialistas acreditam que estes jovens ainda não têm maturidade para optar pela abstinência [e têm para optar pelo sexo antes do casamento?], e, com isso, deixam de se informar sobre os métodos de prevenção da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis [uma coisa não precisar ter nada a ver com a outra].

O coordenador discorda. “Acredito que os críticos não dão crédito suficiente para a nossa juventude. Quando os moços são conscientizados sobre as conseqüências físicas, emocionais e espirituais que uma vida sexual ativa engloba, eles se tornam capazes de tomar a decisão correta.”

A ginecologista Albertina Duarte Takeuti, coordenadora do Programa Saúde do Adolescente da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, considera a opção pela virgindade “válida” e acha positivo que o tema venha à tona graças aos ídolos do pop. “Todo adolescente acha que suas verdades são absolutas. O importante é respeitá-lo em seus valores e manter um canal de diálogo aberto”, defende. ...

(G1 Notícias)

Sociólogo fala sobre a expulsão de cientista da RS

Casey Luskin do CSC entrevista o Dr. Steve Fuller, professor de Sociologia na Universidade de Warwick, no Reino Unido. O Dr. Fuller diz o que pensa sobre a recente demissão forçada do ex-diretor de Educação na Royal Society, Michael Reiss. Reiss é sacerdote anglicano, tem doutorado em Biologia, é atualmente professor de educação científica no Instituto de Educação da Universidade de Londres, e é amplamente reconhecido e respeitado como especialista em ciências da educação. Reiss perdeu a posição que tinha como director de Educação, devido à controvérsia pelo fato de ter manifestado recentemente suas opiniões sobre o criacionismo nas salas de aula. Ouça como o Dr. Fuller se mostra convicto de que Reiss foi forçado a demitir-se simplesmente porque se recusou a dizer que o criacionismo é falso.

Ouça aqui a entrevista (áudio em inglês).

quinta-feira, setembro 25, 2008

TV pode estimular puberdade precoce

Alguns médicos dizem acreditar que a exposição das crianças a programas adultos na televisão é um dos fatores que fazem com que elas se desenvolvam precocemente. "Os estímulos visuais são muito fortes. Uma criança que desde pequena convive com cenas de sexualidade, como nas novelas, estimula o hipotálamo, região do cérebro que então envia mensagem para a glândula hipófise ordenando a produção de hormônios", conta a endocrinologista Vivian Estefan, que também alerta para o uso que as crianças fazem dos computadores. "Os pais devem ficar bem atentos aos sites que elas visitam, com quem elas estão conversando e principalmente com o conteúdo dessas conversas."

Outros médicos, porém, não acreditam que a exposição ao conteúdo adulto de programas de TV influencia a puberdade precoce. "Se fosse assim, todas as crianças que assistem a programas impróprios teriam manifestado a puberdade antes da hora. O mesmo acontece com quem acha que a culpa é dos hormônios da carne e do frango. Se fosse assim, o número de casos seria muito maior. É muito difícil que apenas um fator cause a puberdade precoce", afirma a médica Angela Spinola-Castro.

Seja para evitar esse distúrbio ou por outras razões, a recomendação é que os pais monitorem as atividades dos filhos de perto.

(Folha Online)

Astros recebiam fortunas para promover fumo

Clark Gable, Cary Grant, Spencer Tracy, Joan Crawford, John Wayne, Bette Davis e Betty Grable receberam dinheiro para promover o tabagismo, de acordo com pesquisadores da Universidade de Nova York. As fabricantes de cigarro pagavam altas somas para que astros e estrelas dos "Anos de Ouro" de Hollywood promovessem seus produtos. Documentos liberados pela indústria depois de processos judiciais de grupos de combate ao tabagismo revelam a extensão da relação entre estas empresas e os estúdios de produção cinematográfica. Uma empresa pagou mais de US$ 3 milhões (em valores de hoje) em um ano para as estrelas. Em artigo na revista Tobacco Control, pesquisadores disseram que filmes "clássicos" das décadas de 30, 40 e 50 ainda ajudam a promover o fumo hoje.

Praticamente todos os grandes nomes da época estavam envolvidos no merchandising de cigarros, de acordo com os pesquisadores da Universidade de Nova York. Eles tiveram acesso a contratos de merchandising assinados na época para ajudá-los no cálculo do montante de dinheiro envolvido. ...

No total, foram pagos aos atores o equivalente, hoje, a US$ 3,2 milhões. Em alguns casos, os fabricantes de cigarro pagaram os estúdios para criar programas de rádio que incluíam a promoção feita por suas estrelas. ...

Os pesquisadores, liderados por Stanton Glantz, disseram que os efeitos dos milhões investidos pela indústria do tabaco em Hollywood ainda podem ser sentidos hoje, apesar de uma recente proibição imposta pela própria indústria do cinema à promoção do tabagismo em filmes.

Eles disseram que as imagens ligadas ao ato de fumar incluídas nos filmes podem influenciar os jovens fazendo-os adotar o hábito. "Como na década de 30, nada impede hoje que a indústria global do tabaco influencie a indústria do cinema de várias formas."

Filmes "clássicos" com cenas de fumo, tais como "Casablanca" e "Estranha Passageira" (Now, Voyager), e imagens glamurosas de publicidade ajudaram a "perpetuar a tolerância pública" do tabagismo na tela, disseram os pesquisadores.

A ONG britânica contra o tabagismo, ASH, disse que imagens ligadas ao hábito de fumar não podem ser excluídas totalmente, mas podem haver alertas mais claros antes da exibição dos filmes.

(O Estado de S. Paulo)

Nota: Isso serve para mostrar os bastidores de uma indústria cultural que vende não apenas produtos, mas ideologias tão nocivas quanto o tabaco.[MB]

quarta-feira, setembro 24, 2008

“Fé” na evolução?

Geralmente em debates quando se levanta a questão da origem da vida, os darwinistas ortodoxos fundamentalistas xiitas dizem que isso é irrelevante na questão da evolução. Não é irrelevante. Se fosse, nossos melhores autores de livros-texto de Biologia do ensino médio como Amabis & Martho e outros autores abalizados não trariam mais a evolução química precedendo a evolução biológica nos seus livros didáticos. Que a origem da vida é uma questão relevante na temática da origem e evolução da vida fica bem patente nesta pérola de citação de um escritor científico:

“Acho falso argumentar que a origem da vida é irrelevante para a evolução. Ela não é menos relevante do que o Big Bang é para a física ou a cosmologia. A evolução deveria ser capaz de explicar, em teoria pelo menos, desde o começo até o primeiro organismo que podia se replicar através de processos biológicos ou químicos. E para compreender completamente aquele organismo, simplesmente teríamos que saber o que veio antes dele. E agora mesmo nem estamos próximo disso. Creio que uma explicação material será encontrada, mas aquela confiança vem da minha que a ciência é suficiente para a tarefa de explicação, em termos puramente materiais ou naturalistas, toda a história da vida. A minha fé está bem fundamentada, mas ainda é fé” (Gordy Slack, escritor de ciência evolucionista).

Uau! Fé na ciência? Mas que contra-senso, seu Slack? Você não foi um pouco “descuidado”, “negligente”, “lerdo”, “relaxado”, “desmazelado”, “frouxo demais”, “relapso”, “frouxo” [esses termos entre aspas são significados da palavra slack, em inglês] nessa sua “declaração de fé” na descrição aproximada da realidade fugaz e extremamente complexa dos fenômenos naturais que se deixam conhecer tão-somente em parte? Sr. Slack, felizmente, ainda bem, apesar da sua infeliz declaração, o máximo que a Nomenklatura científica irá fazer é puxar o seu “slack”, mas ela é antropofágica e destruidora de carreiras acadêmicas dos oponentes e críticos dos paradigmas dominantes. Dos que ousam criticá-la, capice?

Paradigmas são pipas, papagaios, pandorgas, maranhões que os ventos epistêmicos atuais favorecem e alçam vôos magistrais e embelezam o céu acadêmico, até que surgem os ventos contrários das evidências no contexto de justificação teórica, e outros moleques vão empinar suas novas pipas, papagaios, pandorgas e maranhões.

Sr. Slack, a ciência é isso: empinar pipas enquanto os ventos são favoráveis.

Rubem Alves, filósofo e educador (Unicamp), diz que paradigmas são redes de pescar...

“Fé” na evolução? Parem imediatamente a ciência que eu quero descer! Aliás, eu já desci faz tempo. Em Piracicaba, 1998, após ler o livro A Caixa Preta de Darwin, de Michael Behe.

(Do blog Desafiando a Nomenklatura Científica)

Neandertal cada vez mais humano

Um estudo em jazidas do penhasco de Gibraltar, no sul da Península Ibérica, revelou que os neandertais também caçavam mamíferos marítimos e demonstrou que eles e os homo sapiens, que vieram logo depois [sic], “quase não diferiam” em seu comportamento. A pesquisa realizada por cientistas britânicos e espanhóis começou em 1995. Seus resultados mostram que os neandertais tinham uma estratégia de sobrevivência mais complexa e superior ao que cogitava a comunidade científica. O estudo, publicado pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, oferece novas provas para acabar com a idéia de que o Homo sapiens foi o único grupo capaz de explorar todos os recursos naturais, até os marítimos, [informou] o Centro Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha.

Segundo o estudo, os neandertais não só exploravam os recursos terrestres, mas possuíam conhecimento sobre a reprodução das focas e aproveitavam esse período para ocupar duas cavernas do penhasco: Vanguard e Gorham.

Em Vanguard, os paleontólogos descobriram vestígios de pelo menos três ocupações do grupo. Eles encontraram restos ósseos de focas que apresentavam marcas produzidas pela utilização de instrumentos de pedra para extrair a pele e a carne e, depois, quebrar os ossos para extrair a medula. Também foram encontrados restos de mamíferos marítimos de 28 mil anos [sic] em Gorham, associados à atividade predatória de neandertais.

Segundo o CSIC, isso indica o tempo em que eles estiveram na região e, possivelmente, constitui a última presença de neandertais conhecida antes de sua extinção.

Os pesquisadores sugerem ainda que a sobrevivência dos neandertais até tempos tardios em Gibraltar poderia ser conseqüência direta da boa adaptação ao meio e, portanto, “ao êxito de uma estratégia econômica, social e cultural complexa”.

Além disso, há evidências do uso do fogo para facilitar a extração de nutrientes, assim como indícios sobre sua alimentação, como suas próprias mordidas em determinadas presas.

(O Estado de São Paulo, 23/9)

Leia mais sobre o neandertal aqui.

O que acontece quando se bebe refrigerante

Primeiros 10 minutos: 10 colheres-de-chá de açúcar batem no seu corpo, o que significa: 100% do recomendado diariamente. Você não vomita imediatamente pelo doce extremo porque o ácido fosfórico corta o gosto.

Passados 20 minutos: o nível de açúcar em seu sangue estoura, forçando um jorro de insulina. O fígado responde transformando todo o açúcar que recebe em gordura. (É muito para esse momento em particular.)

Passados 40 minutos: a absorção de cafeína está completa. Suas pupilas dilatam, a pressão sanguínea sobe, o fígado responde bombeando mais açúcar na corrente. Os receptores de adenosina no cérebro são bloqueados para evitar tonteiras.

Passados 45 minutos: o corpo aumenta a produção de dopamina, estimulando os centros de prazer do corpo. (Fisicamente, funciona como a heroína.)

Passados 50 minutos: o ácido fosfórico empurra cálcio, magnésio e zinco para o intestino grosso, aumentando o metabolismo. As altas doses de açúcar e outros adoçantes aumentam a excreção de cálcio na urina.

Passados 60 minutos: as propriedades diuréticas da cafeína entram em ação. Você urina. Agora é garantido que porá para fora cálcio, magnésio e zinco, dos quais seus ossos precisariam. Conforme a onda abaixa, você sofrerá um choque de açúcar. Ficará irritadiço. Você já terá posto para fora tudo que estava no refrigerante, mas não sem antes ter posto para fora, junto, coisas que farão falta ao seu organismo.

Pense nisso antes de beber refrigerantes. Prefira sucos naturais. Seu corpo agradece!

Carinho: um santo remédio

“Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver. Precisamos de oito abraços por dia para nos manter. Precisamos de 12 abraços por dia para crescer” (Virginia Satir). Quantos abraços você deu hoje?

Frederico II, imperador da Alemanha no século 18, era dado a se engajar em bizarros experimentos. Num deles, quis descobrir que tipo de idioma as crianças falariam caso crescessem sem jamais ouvir uma palavra sequer. Será que seria a língua de seus pais, ou hebreu, ou grego, ou latim, ou árabe? Ordenou então que algumas “mães postiças” amamentassem e banhassem um grupo de bebês, porém, sem falar com eles nem tocá-los depois. Mas, como o historiador franciscano Sambilene de Adama relatou, “o imperador tentou em vão, porque todas as crianças morreram. Pois elas não conseguiam viver sem os carinhosos afagos, sem os alegres semblantes e as amorosas palavras das mães postiças.”

“Não conseguiam viver sem os carinhosos afagos...” Algo tão simples. Toque. Quem poderia imaginar que um dos mais básicos dos atos humanos poderia estimular o sistema imunológico, melhorar o funcionamento mental e até aliviar a hiperatividade ou o déficit de atenção em crianças agitadas? Sambilene foi um dos primeiros a registrar os deletérios efeitos da falta do toque no organismo humano.

Mais recentemente, durante o último século, estudos feitos pelos pediatras Henry Chapin e Rene Spitz, dos Estados Unidos, mostraram que crianças que viviam em instituições com alimentação e higiene adequadas morreram pela carência de toque. Todas essas crianças receberam o que se acreditava ser essencial para sua sobrevivência: nutrição e um ambiente higiênico. Mesmo com as necessidades físicas atendidas, os médicos concluíram que o fator essencial ausente era o toque amoroso.

Afagos carinhosos podem estimular o sistema imunológico, melhorar o funcionamento mental e até aliviar a Hiperatividade. Nos últimos dez anos, no Instituto de Pesquisa do Toque, na Universidade de Miami, Estados Unidos, a psicóloga Tiffany Field e seus colegas têm estudado os efeitos do toque. Suas pesquisas mostram que um aumento de toques - especialmente em crianças - pode amenizar resfriados, diarréia, asma, dermatite, doença cardiovascular, dor crônica, insônia e estresse. O toque também melhora o funcionamento mental. Um estudo feito pela pesquisadora Sybill Hart, do mesmo instituto, revelou que crianças da pré-escola - especialmente aquelas mais “temperamentais”, que recebiam uma massagem de 15 minutos por dia - tinham melhores resultados em testes de desempenho cognitivo e mostraram um aumento da atenção. Isso pode ocorrer porque o toque reduz os níveis do hormônio do estresse, o cortisol. Uma vez que o excesso de cortisol inibe o funcionamento do hipocampo, o centro de memória e aprendizado no cérebro, a redução da secreção desse hormônio pode levar a uma melhora na capacidade mental.

Grudados em nossas telas de computador ou de TV, dependemos tanto do visual que perdemos contato com nossa sensação tátil. O antropólogo britânico Ashley Montagu, em seu clássico livro Tocar, lamenta a “dolorosa privação de experiência sensorial que sofremos em nosso mundo tecnológico. A impessoalidade da vida no mundo ocidental chegou a tal ponto que acabamos produzindo uma raça de ‘intocáveis’”.

Com tamanha agitação e distúrbios mentais a nossa volta, será que não é chegada a hora de resgatar uma das mais básicas expressões da afeição humana - o toque? Como Montagu diz, “onde o toque começa, ali o amor e a humanidade também começam”.

Assegure-se de que você está a cada dia dando a seus filhos o conforto do carinho tátil. Aprenda a massagem para bebês. Esfregue as costas de seu filho e faça cafuné em seu cabelo. Ensine a suas crianças a automassagem. E incentive a introdução do toque na educação infantil.

(Texto da psicóloga Susan Andrews; adaptação: Cláudio Lima)

Leia também: “Carinho pode aliviar a dor”

Para entender a crise financeira nos EUA

O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobrepreço que os pinguços pagam pelo crédito). O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de "emibiêi", decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis "zécutivos" de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer. Esses adicionais instrumentos financeiros alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até que alguém descobre que os bebuns da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia desmorona.

(Folha Online)

terça-feira, setembro 23, 2008

Vem aí: O Cético. Aguarde!

Mais blasfêmias e desrespeito na tela

Estréia na semana que vem, nos Estados Unidos, “Religulous” – o mais novo filme de Larry Charles – o diretor do filme “Borat”, e um dos roteiristas de Seinfield. Do mesmo estúdio de “Fahrenheit 9/11” (do cineasta Michael Moore), “Religulous” (religião + ridículo) é um dos poucos documentários ateus já produzidos, diga-se de passagem, um documentário que incorpora técnicas de comédia para abordar um dos temas mais controversos de todos os tempos: religião. Em um momento em que a fé cresce em proporções alarmantes, supõe-se que o diretor entenda que não vai estrear em diversos países. O entrevistador na frente da câmeras dessa vez não é Sacha Baron Cohen, mas Bill Maher – apresentador, ativista político e comediante largamente conhecido na América por suas posturas contra o casamento, a favor das drogas, liberdade de expressão e questionamento de qualquer tipo de autoridade.

Nessa empreitada, a dupla se juntou para conversar e questionar líderes religiosos de todas as crenças, e sua fé; visitar templos sagrados e conversar com pessoas normais com o objetivo de demonstrar quão ridículo, ou irracional, é entregar-se a uma religião. A idéia é que religião é um negócio, e assim sendo, “um negócio de macaco”. Ou um distúrbio neurológico que causa guerra e destruição.

O filme, assim como o tema é controverso. Provoca risos engasgados, polêmica e debate. Quem viu e não gostou acusa o filme de ser mal produzido – o boom (equipamento de captação de áudio) aparece; a segunda câmera aparece; o entrevistador é cínico e os entrevistados são estereotipados – “extremistas, gays e ‘freaks’”, fazendo-os parecer estúpidos (a mesma técnica de Borat, diga-se de passagem). E que até mesmo os efeitos sonoros também foram feitos para ridicularizá-los.

Segundo Bill Maher, para conseguir as entrevistas, e até entrar no Vaticano, nada foi obtido em seu nome. Foi criado um nome falso para o documentário em produção – “Uma Jornada Espiritual”. Quando tudo estava pronto – entrevistado a postos e câmera rodando, ele entrava em cena. É possível ver a cara de surpresa dos entrevistados ao longo do filme. Como se vê, assim como em Borat, para entrar no restrito domínio da fé de todas as religiões, a ética da produção também foi suspensa em nome das frases de efeito e situações absurdas. ...

(Blog Repique)

Nota: Desprezo à religião; irreverência para com tudo... Não sei por que, mas ao ler sobre essa produção antiética, me lembrei de um trecho do livro A Queda, de Albert Camus: "Cada alegria fazia com que desejasse outra. Ia de festa em festa. Chegava a dançar noites inteiras, cada vez mais louco com os seres e com a vida. Às vezes, já bastante tarde, nessas noites em que a dança, o álcool leve, meu modo desenfreado, o violento abandono de todos me lançavam a um arrebatamento ao mesmo tempo lasso e pleno, parecia-me no extremo da exaustão e no espaço de um segundo, compreender, enfim, o segredo dos seres e do mundo. Mas o cansaço desaparecia no dia seguinte e com ele o segredo; eu me lançava outra vez com todo ímpeto. Assim corria eu, sempre pleno, jamais saciado, sem saber onde parar, até o dia, ou melhor, até a noite em que a música parou e as luzes se apagaram. A festa em que eu fora feliz..."

Como escreveu o sábio Salomão, tudo é vaidade. Mas alguns descobrem tarde demais...

O “bom” ladrão e os maus pais

Esta notícia “curiosa” ocupou alguns noticiários na semana passada, mas só tomei conhecimento hoje: “Depois de furtar um carro na madrugada desta quarta-feira (17), em Passo Fundo (RS), um ladrão percebeu que uma criança dormia no banco traseiro e ligou para a Brigada Militar. Ele avisou os policiais que abandonaria o veículo e indicou o local. Quando o carro foi encontrado, o menino de 5 anos ainda estava dormindo. Segundo a polícia, a mãe e o padrasto da criança estavam em um bar. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) da cidade, mas o inquérito policial será instaurado na 2ª Delegacia de Polícia.

“De acordo com a delegada Claudia Crusius, responsável pelo caso, o Conselho Tutelar também foi acionado. A mãe deve se apresentar ao conselho ainda nesta quarta. O ladrão não foi encontrado.”

“Leia transcrição do áudio da conversa entre o ladrão e a polícia:

“Ladrão: Seguinte, ó: eu vou ser bem sincero contigo. Eu roubei um carro ali, tá, agora. E eu peguei o carro e tinha uma criança dentro, cara. E eu não vi, entendeu, não vi. Então o que que eu fiz, eu peguei o carro e botei o carro atrás do Enave, tá. Então tu manda uma viatura lá e manda o pai dele pegar ele e levar pra casa. Um piazinho, tá.

“Polícia: Tá ok.

“Ladrão: É um Monza. Tem um piazinho dormindo no banco de trás, tá. E diz pro pai dele que ele não ir... próxima vez que eu pegar aquele auto e tiver o piá lá, eu vou matar ele.”

(Gazeta Online)

Nota: Tem pai que é pior que ladrão...

segunda-feira, setembro 22, 2008

A perturbadora condição do Sol

Entre os anos de 1645 e 1745, a Terra experimentou período de extremo frio associado a uma dramática diminuição da atividade solar que foi praticamente nula durante décadas. Esse período foi chamado de Mínimo de Maunder. Situação parecida ocorreu entre 1420 e 1570 no Mínimo de Sporer. Entre 1790 e 1830, a Terra voltou a viver dramático resfriamento com a diminuição incomum da atividade solar no Mínimo de Dalton. Nos últimos anos, quando a Terra aqueceu e surgiu o chamado aquecimento global, o Sol esteve ativo com o denominado Máximo Moderno. Muitos cientistas defendem a tese, à qual me filio, que a temperatura planetária tem direta relação com a atividade solar e que a influência humana é menor. Há anos comento sobre pesquisas advertindo para uma iminente redução da atividade solar, mas ainda vejo com cautela alertas sobre uma repetição dos Mínimos de Maunder ou Dalton, o que, na prática, significaria uma nova Pequena Idade do Gelo. Agora, certo é que o ciclo solar atual, que deveria durar 11 anos, já está no seu 13º ano e a atividade segue reduzidíssima. A temperatura do planeta está em queda e o Sol ainda não esboça o começo definitivo do ciclo 24 que deveria ter iniciado faz tempo. Se as previsões de baixa atividade se confirmarem, a emergência climática, termo usado por Gore quanto ao aquecimento, passará a ser resfriamento global. Nesse contexto, já causa furor na comunidade científica inesperado comunicado ontem da NASA que na terça realizará teleconferência para anunciar que "o vento solar é o mais fraco em 50 anos" e que "a situação atual do Sol pode mudar as condições do Sistema Solar". Algo importante está acontecendo, mas muitos, muitos mesmo, ainda preferem ignorar. Até quando?

(Correio do Povo, p. 36, 20 de setembro de 2008)

Falta de água preocupa mais que falta de alimento

À medida em que a população mundial cresce e o poder aquisitivo aumenta, os agricultores precisam de muito mais água para alimentar o mundo inteiro, e a agricultura já é responsável por cerca de 70% do seu consumo. De acordo com o Instituto Internacional de Gerenciamento de Água (IWMI, na sigla em inglês), a partir de 2030 será preciso mais 2 mil quilômetros cúbicos de água por ano para alimentar a população mundial, mais de 25% além do que é utilizado atualmente. Apesar disso, em muitas regiões agrícolas do mundo, a água é escassa e pode se tornar ainda mais à medida em que o aquecimento global se agrava. O diretor geral do IWMI disse que a crise alimentar global não é tão grave quanto a crise de água. Segundo Colin Chartres, a solução é o uso mais eficiente do recurso.

(Opinião e Notícia)

Parábolas de Jesus: o credor impiedoso

Sem perdão não pode haver religião. O perdão é fundamental no cristianismo. O espírito do perdão é uma extensão da graça de Deus. Há uma força no perdão que nos torna livres em Deus (Mt 6:9 13). É um ato de obediência a Deus. Muitas pessoas estão doentes porque não conseguem perdoar seus ofensores. Muitas outras estão doentes porque não conseguem perdoar a si mesmas.

Mateus 18:21: “Então, Pedro, aproximando-se, Lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?”

Mateus 18:22: “Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”

Jesus ensinou que não há limites para o perdão. Essa idéia era totalmente contrária aos costumes daquele tempo. Os rabinos limitavam o exercício do perdão até três ofensas. Pedro, como seguidor de Cristo, ampliou o limite do perdão até sete, o número que indica a perfeição. Cristo, porém, ensinou: Não “até sete, mas até setenta vezes sete”. Mostrou, então, o verdadeiro motivo pelo qual o perdão deve ser concedido e o perigo de acariciar espírito irreconciliável.

Jesus contou, então, a história de como um rei procedeu com os oficiais que administravam os negócios de seu domínio. Alguns desses oficiais recebiam grandes somas de dinheiro pertencentes ao Estado. E quando o rei investigava a administração desse depósito, foi-lhe apresentado um homem cuja conta mostrava uma dívida para com seu senhor, da imensa soma de dez mil talentos. O homem não tinha como pagar essa dívida e, segundo o costume, o rei ordenou que fosse vendido com tudo quanto tinha, para quitar o débito.

Mateus 18:23: “Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos.”

Mateus 18:24: “E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos.”

Mateus 18:25: “Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.”

Mateus 18:26: “Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei.”

Quando o devedor pediu misericórdia, não tinha verdadeiro conhecimento da dimensão de sua dívida. Não reconheceu seu estado irremediável. Tinha esperança de livrar-se a si mesmo. “Sê generoso para comigo”, disse ele, “e tudo te pagarei.” Assim há muitos que esperam por suas próprias obras merecer a graça de Deus. Não reconhecem que a dívida para com Ele é impagável.

Mateus 18:27: “E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.”

Mateus 18:28: “Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.”

Mateus 18:29: “Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei.”

Mateus 18:30: “Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida.”

Mateus 18:31: “Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao seu senhor tudo que acontecera.”

Mateus 18:32: “Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste;”

Mateus 18:33: “não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?”

Mateus 18:34: “E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida.”

Mateus 18:35: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.”

Lições:

a) O perdão dado pelo rei representa o perdão divino de todo pecado. Assim é com o débito do pecado; jamais conseguiremos pagá lo. Mas quando nos arrependemos sinceramente, Deus nos livra dessa dívida;

b) O dever de manifestarmos compaixão por aqueles que nos ofendem, assim como Deus tem compaixão de nós; o mínimo que devemos fazer é estender a mesma clemência ao próximo.

c) A parábola enfatiza a urgência e o dever de perdoar e as terríveis e sérias conseqüências de deixar de cumpri-lo. Mateus 6:15: “Se não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas.”

d) Quão ofensivo é não perdoar. A reação do rei foi chocante, especialmente se comparada com sua grande compaixão, antes manifestada para com a mesma pessoa. Mas é exatamente essa reação explosiva que nos mostra quão ofensivo é não perdoar nosso próximo.

e) O perdão deve vir do íntimo. Assim, fica evidente que não é uma questão de quantas vezes se deve perdoar alguém, mas de como. Se dissermos que perdoamos alguém, mas continuamos demonstrando ressentimento, será que perdoamos mesmo?

f) O contraste entre a compaixão de Deus e a dureza de coração do homem.

Os ensinos dessa parábola não devem ser mal-aplicados. O perdão de Deus não exclui, de modo algum, o nosso dever de obediência. Assim como o perdão concedido ao próximo não apaga a dívida. Não se deve fazer pouco caso do pecado. Deus nos ordenou que não contemporizássemos com a injustiça: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o” (Lc 17:3). O pecado deve ser chamado pelo verdadeiro nome e deve ser claramente exposto ao ofensor.

Perdão é a restauração do nosso relacionamento com Deus. O perdão tem duas dimensões:

a) Vertical – entre nós e Deus (significa que o pecado foi pago e removido)
b) Horizontal – entre nós e o próximo (nosso perdão foi concedido a outro)

Por quais motivos devemos perdoar?

- Para sermos perdoados por Deus (Mt 6:12-15).
- Por que fomos perdoados por Deus. Somos especialistas em ofender e em ficar magoados, mas aprendizes na arte de perdoar.
- Porque cristão irreconciliável é tão contraditório quanto ateu cristão.
- Porque o perdão de Deus não é meramente um ato judicial pelo qual Ele nos livra da condenação, mas é também um poder sobrenatural de transformação do coração.
- Porque a negativa de perdão tem conseqüências eternas na vida espiritual do cristão.

O perdão algumas vezes pode parecer injusto, pois:

- É como se considerássemos que a pessoa não fez o que fez.
- É como se estivéssemos eliminando a responsabilidade do ofensor.
- É como não considerar ofensiva a ofensa.

Perdão não é justiça. É graça! Devemos perdoar mesmo que a ofensa não possa mais ser corrigida pelo ofensor. Deus continuará existindo, independentemente do meu perdão. Mas, quando perdôo meu ofensor, mostro que Ele existe em minha vida. Perdão é um favor imerecido. Diferença entre caridade e misericórdia: (a) caridade é o bem que se faz a quem necessita e merece; (b) misericórdia é o bem que se faz a quem necessita, mas não merece.

A pergunta é: Jesus usou de caridade ou misericórdia conosco? E nós? Ao nos perdoar, Deus esquece para sempre a ofensa e a lança nas profundezas do mar.

Miquéias 7:19: “Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniqüidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.”

Isaías 43:25: “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de Mim e dos teus pecados não Me lembro.”

O pedido de perdão, no entanto, deve se caracterizar pela sinceridade e não pela intenção de tirar vantagem da graça de Deus. Quando Deus perdoa, Ele o faz completamente; sem reservas.

A quem devemos perdoar?

Mateus 5:44: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”

Qual é a advertência que Cristo nos faz?

Mateus 7:1, 2: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.”

Quando obtemos o perdão de Deus?

Arrependimento (At 3:19): “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.”

Confissão (1Jo 1:9): “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”

Conversão (Ez 36:27): “Porei dentro de vós o Meu Espírito e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os observeis.”

Perdão imediato (2Sm 12:13): “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. Disse Natã a Davi: Também o Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás.”

Deus odeia o pecado. Da mesma maneira, Ele quer que o odiemos e abandonemos, porque invariavelmente o pecado nos põe em dificuldade, causa tristeza de coração e, por fim, produz a morte. Uma vez cometido o pecado, como no caso de Davi, logo que tenha sido reconhecido e confessado com sinceridade, nesse mesmo momento ele é perdoado. Davi disse: “Pequei.” A resposta imediata foi: “Também o Senhor te perdoou o teu pecado.”

Perdão é libertação! “Assinada em lágrimas, selada com sangue, escrita em pergaminho celestial, registrada nos arquivos eternos. A tinta negra da acusação foi totalmente coberta pela tinta vermelha da cruz: O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado” (T. De Witt Talmage).

(Texto da jornalista Graciela Érika Rodrigues, inspirado na palestra do advogado Mauro Braga.)

sábado, setembro 20, 2008

Blog Criacionismo concorre a prêmio

O blog www.criacionismo.com.br está concorrendo ao Prêmio Comunicando Jesus na Web - Edição 2008, na categoria "blogs". Se você quiser dar o seu voto, contribuindo assim para uma maior divulgação deste blog, clique aqui. Desde já, muito obrigado.

sexta-feira, setembro 19, 2008

Sensualidade pura

O título deste artigo pode parecer um contrassenso, mas isso ocorre apenas porque, quando o assunto é sexo e erotismo, especialmente na mentalidade ocidental, a conotação é de impureza. Uma das definições da palavra “sensual” no Dicionário Michaelis é: “Pertencente ou relativo aos sentidos ou à sensação física, sensitivo.” Já o Houaiss define assim: “Que atrai fisicamente; belo, bonito.” Como foi Deus quem criou os sentidos, sensualidade não deveria ter a conotação que tem. A Bíblia coloca a sensualidade em sua verdadeira moldura. Segundo o pastor Edson Nunes Jr., mestre pelo Centro de Estudos Judaicos da USP, “a visão judaico-bíblica do sexo é baseada claramente em Gênesis 1 e 2, ou seja, o sexo foi criado por Deus e instituído antes do pecado”. Nunes destaca uma nuance interessante do texto: Deus diz que homem e mulher formam “uma só carne”, isto é, eles se tornam um, e essa é a principal característica do próprio Deus (Dt 6:4). “No sexo, o ser humano deve refletir o caráter de Deus, daí a importância do sexo como fator de santidade”, afirma. “É importante notar que Moisés ‘gasta’ boas páginas de Levítico, Números e Deuteronômio para tratar de pecados sexuais. Outro fator importante é a questão do sexo dentro do casamento. A história de Isaque é o exemplo mais claro.”

O foco da pesquisa de Nunes é o livro de Cantares, que trata o sexo como momento único de intimidade entre homem e mulher que se amam tanto que não suportam a ausência um do outro (cf. o capítulo 3, por exemplo). “A intimidade sexual é abordada com inúmeras metáforas, sendo uma delas o uso dos óleos (mirra, por exemplo), que não são descritos a partir do aroma, mas do aspecto táctil (5:5; 5:13)”, explica. “O erotismo também é muito claro, principalmente pela descrição detalhada dos atributos de beleza de ambos, sem pudores. O jardim que aparece ao longo do livro ora é um jardim real, ora um símbolo da genitália feminina. A vinha, em Cantares, é um lugar de consumação do amor, de um amor pleno, pois é na vinha que ela se entrega ao rei (7:12). A busca do sexo nesse livro é a busca por intimidade, por relacionamento. O sexo é uma espécie de consumação do amor pré-existente; o prazer e a alegria desses momentos de intimidade física ocorrem em virtude do amor entre ambos.”

Para o pastor Nunes, é Cantares 2:16 que estabelece o padrão de relacionamento sexual: um homem e uma mulher. Ele é dela e vice-versa. Não há inserção de terceiros. Sobretudo, o que leva ao sexo, erotismo e prazer entre eles é justamente essa reciprocidade (companheirismo, intimidade, interação, parceria, etc.), uma espécie de pacto pleno, um pertencer ao outro único, completo, profundo. “As comparações que são feitas sobre o corpo de ambos também são outro claríssimo indicador da pureza e naturalidade do sexo, que de um lado não precisa carregar uma ‘aura’ pecaminosa e pervertida, mas, de outro, deve ser colocado como um passo de santidade. O sexo, em Cantares, é um quadro perfeito, com a mistura exata de todos os ingredientes: a mulher amada; o homem amado; romantismo; muito amor e desejo; carinho; respeito.”

Infelizmente, para tudo o que Deus fez e abençoou, Satanás criou uma contrafação. Deus criou o sexo, o inimigo criou a licenciosidade. Deus orientou o namoro, o diabo inventou o “ficar”. Deus criou o homem para apreciar a beleza feminina, o anjo caído tratou de saturar o mundo com a superesposição do corpo da mulher, tornando-a objeto.

A batalha do homem

Como Jesus mesmo disse, o pecado germina na mente. E a mentalidade doentia pode ter início quando se adquire o “simples” hábito de ficar observando mulheres bonitas. O próximo passo, segundo estudiosos da sexualidade, é usar a mente para fantasiar. Depois que o sentimento de culpa e a força para resistir à tentação diminuem, fica mais fácil observar fotos de mulheres seminuas em revistas e catálogos de roupas femininas, por exemplo. Daí para a pornografia é um pulo.

O viciado em pornografia quase sempre sofre isolado, mas quem realmente colhe as conseqüências de seu pecado é a família. É o tipo de vício que atrofia o homem, impedindo-o de se tornar o marido e pai que Deus sonha e a esposa e os filhos desejam. O marido viciado tem dificuldade de se relacionar sentimentalmente com a esposa, que, por sua vez, jamais conseguirá competir com as mulheres da fantasia, que parecem perfeitas e fazem qualquer coisa que a mente pervertida exija.

batalhaNo livro A Batalha de Todo Homem (Mundo Cristão), os coautores Stephen Arterburn e Fred Stoeker colocam o problema para o qual se propõem oferecer soluções: “Você [homem] está em uma posição difícil, vive em um mundo levado pela maré de imagens sensuais, disponíveis 24 horas por dia, em uma grande variedade de mídias: impressos, televisão, vídeos, internet – até mesmo telefones. Mas Deus lhe oferece a liberdade da escravidão do pecado através da cruz de Cristo, e foi Ele que criou os seus olhos e a sua mente com a capacidade de serem treinados e controlados. Basta permanecer firme e andar, pelo Seu poder, no caminho correto.” Essa é a batalha do título do livro – contra a sensualidade deturpada e a imoralidade – e o “caminho correto” é apontado pelos autores, por meio de seu próprio testemunho de queda e vitória.

Depois de falar de sua vida imoral e promíscua, Fred relata sua conversão, mas afirma que ainda havia “detalhes” para serem entregues a Jesus. E esses detalhes o impediam de crescer na fé. Ele diz: “Nunca conseguia olhar Deus nos olhos. Nunca conseguia adorá-Lo completamente. Pelo fato de sonhar com outras mulheres e preferir me divertir mentalmente com as lembranças das conquistas sexuais do passado, eu sabia que era um hipócrita e continuava a me sentir distante de Deus. […] Minha vida de oração era débil. […] Meu casamento também passava por maus momentos. Por causa do meu pecado, eu não conseguia confiar totalmente em Brenda, sem deixar de temer que ela pudesse me abandonar mais tarde. […] Na igreja, eu era um engravatado oco. […] Finalmente eu estabeleci a conexão entre minha imoralidade sexual e minha distância de Deus. Eu estava pagando multas pesadas em todas as áreas da minha vida. Tendo eliminado os adultérios e a pornografia visível, eu parecia puro exteriormente, para as outras pessoas. Mas para Deus faltava muita coisa. Eu havia encontrado meramente um terreno intermediário, algum lugar entre o paganismo e a obediência às leis de Deus.”

Você conhece algum homem assim? Fred era o tipo, mas pelo poder de Deus conseguiu tornar-se um homem puro e feliz em seu casamento – alcançou a sensualidade pura. Mas como? Afinal, o que o homem que enfrenta esse tipo de luta deve fazer? Os autores sugerem a construção de três “perímetros de defesa”: (1) com os olhos, (2) em sua mente e (3) em seu coração. O objetivo é a pureza sexual, e o livro traz uma boa definição disso: “Você é sexualmente puro quando seu prazer sexual provém de ninguém ou nada além de sua esposa.”

No primeiro perímetro (o dos olhos), a proposta é fazer uma aliança com os olhos, exatamente como fez Jó: “Fiz uma aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?” (Jó 31:1). Para isso, são necessárias duas etapas: (1) fazer um estudo de si próprio. Como e onde você está sendo mais atacado? (2) Definir sua defesa para cada um dos maiores inimigos que você identificou. Quais são as fontes mais óbvias e abundantes de imagens sensuais, além de sua esposa? Para onde você olha com mais frequência? Onde você é mais fraco?

Sobre imagens sensuais que aparecem em comerciais de TV, por exemplo, a recomendação é mudar de canal imediatamente. “Quando seus filhos o observarem mudar de canal, você servirá de exemplo vivo de santidade em sua casa, e isso lhes servirá de ótimo exemplo.” E sobre filmes? “Temos uma ótima regra em casa. Qualquer vídeo inapropriado para as crianças será provavelmente inapropriado para os adultos. Com essa regra em vigor, os filmes sensuais nunca foram um problema em nosso lar.”

Com o segundo perímetro (a mente), “você não só bloqueia os objetos de luxúria, como também os avalia e os captura”, explicam os autores. “Um versículo-chave para apoiá-lo nesse estágio está em 2 Coríntios 10:5: ‘Levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.’” Segundo eles, a meta é privar os olhos de todas as coisas sensuais além da esposa. Para os solteiros, isso significa distanciar os olhos de todas as coisas sensuais. “Isso o ajudará a vencer o desejo pelo sexo antes do casamento com a mulher que namora”, garantem. “Se você privar seus olhos assim como os homens casados, verá sua companheira como uma pessoa, e não como um objeto.”

Exemplo da mulher islâmica

Uma notícia que surpreendeu muita gente alguns anos atrás foi o aumento da exportação de lingeries brasileiras para os países islâmicos, um crescimento na ordem de 160%. Cobertas da cabeça aos pés pela burca, as mulheres que as usam se preocupam em ser sensuais – para o marido. E o restante dos homens não tem nada a ver com isso. Enquanto elas escondem e preservam o “mistério”, as ocidentais escancaram, de tal forma que o corpo feminino não tem mais segredo a ser revelado. Esqueceram que, conforme escreveu a jornalista Lucia Sauerbronn, “sensualidade nada tem que ver com exposição. Sedução não é vulgaridade. Intimidade é um negócio a dois”, no casamento, é claro.

Evidentemente que a comparação com as muçulmanas não deve ser levada às últimas consequências. Mas o princípio da modéstia não pode ser passado por alto, ainda que isso signifique para o cristão remar contra a correnteza.

No A Batalha de Todo Homem, à página 37, os autores apresentam o desabafo do jovem Thad, que estava se recuperando da dependência de drogas e procurando se tornar membro de uma igreja. Ele diz: “Eu quero ser livre, mas estou ficando cada vez mais frustrado e enfurecido com a igreja. A Bíblia diz que as mulheres devem se vestir de forma modesta, mas elas não agem assim. As mulheres solteiras estão sempre usando as últimas (e mais agarradas) roupas da moda. Eu olho para elas, mas tudo o que vejo são curvas e pernas. Sabe aquela saia que tem um racho mostrando quase toda a coxa? Então, essa coxa cintila a cada passo. Eu fico completamente irado. Por que elas fazem com que tudo seja mais difícil?”

Não é preciso usar burca, evidentemente; nem se trata de defender os cobiçadores de plantão. Mas a postura, o comportamento e o cuidado com a indumentária é, sim, necessário. E isso vale para mulheres e homens.

Alvo possível?

A sensualidade pura é um alvo a ser buscado. Para o bem do homem, da mulher, da família, da igreja e da sociedade. Será que isso é possível neste mundo tão corrompido? Sim, mas somente com a força que vem dAquele que planejou a sexualidade humana – o Deus Criador.

Michelson Borges