quinta-feira, abril 16, 2009

Acupuntura não é milenar, nem chinesa

Todos sabem o que é acupuntura, o tratamento ficou muito popular no país de alguns anos para cá. É uma técnica oriental na qual agulhas finíssimas são enfiadas em certas partes do corpo para relaxamento muscular e para o alívio de dores. De acordo com a “teoria” chinesa, esses pontos determinados seriam os canais por onde o Qi, a energia vital, flui. Apesar de maiores estudos, nunca foi provado com solidez que a acupuntura tem um efeito maior do que um tratamento placebo qualquer.

De qualquer forma, seus praticantes reverenciam o tratamento como parte da cultura milenar chinesa. No entanto, um artigo recente do sinólogo Paul Unshuld diz que o método poderia ter sido inventado pelo filósofo grego Hipócrates – posteriormente, a acupuntura teria se espalhado na China.

Nenhum texto médico chinês escrito antes do nascimento de Cristo menciona a técnica e, na verdade, sabe-se que a tecnologia que torna possível a criação das finíssimas agulhas usadas só foi criada há quatrocentos anos.

Nem mesmo o Qi é mencionado nos escritos mais antigos sobre a acupuntura. Wilhelm de Rhijn, no século 17, escreveu o primeiro tratado ocidental sobre o assunto, e não mencionou pontos estratégicos de Qi – de acordo com ele, as agulhas eram colocadas em lugares próximos aos pontos doloridos.

Outra coisa: Qi era o nome que os chineses davam ao vapor que sai da comida quente. Nada de uma mística energia vital.

Ao que tudo indica, a acupuntura que é hoje praticada não é uma técnica milenar chinesa. Não é nem ao menos milenar – que dirá chinesa.

(Hypescience)

Leia também: "Acupuntura tem efeito placebo" e "O que a Igreja Adventista pensa sobre acupuntura?"