terça-feira, junho 30, 2009
Álcool provoca mudanças no cérebro em seis minutos
O estudo mostrou também que os efeitos do consumo moderado de álcool no cérebro em pessoas saudáveis são completamente reversíveis. Porém, essa capacidade de se recuperar reduziria ou seria eliminada com o aumento do consumo, o que poderia levar aos danos cerebrais observados em alcoólatras. Mais estudos são necessários para avaliar os efeitos da “ressaca” no cérebro e os mecanismos envolvidos nos danos cerebrais causados pelo álcool.
(Journal of Cerebral Blood Flow & Metabolism (2009) 29, 891–902; doi: 10.1038/jcbfm.2009.12)
Nota: Em muitos textos, a Bíblia chama atenção para os perigos do consumo de álcool. Difícil é entender por que certos grupos religiosos defendem o uso moderado de bebidas alcoólicas, sendo que cada vez mais pesquisas apontam os malefícios do álcool, mesmo em pequenas quantidades.[MB]
Gays nascem gays?
A mídia logo jogou combustível no fogo. Revistas famosas, como a Newsweek, jornais como o The Wall Street Journal, e muitas outras publicações anunciaram em manchetes as sugestões de que cientistas haviam descoberto um “gen gay”. A revista Time intitulou sua matéria: “Born Gay?” (“Nascido Gay”) (26 julho de 1993).
Contudo, até agora não foi descoberto o tal “gen gay” pela ciência. O próprio Hamer, ele mesmo revelado como gay, mais tarde disse: “Fatores ambientais têm um papel [no surgimento da homossexualidade]. Não existe nenhum gen mestre que faça as pessoas gay. ... Não creio que seremos capazes de predizer quem será gay” (Hamer, Dean and Peter Copeland, The Science of Desire [Simon & Schuster, 1994]).
Hamer havia dito que a homossexualidade poderia ser ligada aos achados do cromossomo X. Ele encontrou que de 40 pares de irmãos homossexuais, 33 (83%) receberam a mesma sequência de cinco marcadores genéticos. Outros cientistas, contudo, tais como N. E. Whitehead, Ph.D., co-autor de My Genes Made Me Do It! (Meus Gens me Fizeram Fazer Isso!), encontraram uma série de problemas com o estudo de Hamer. Whitehead primeiro apontou que o estudo falhou no controle do grupo da população geral, notando que se a mesma sequência do cromossomo X que apareceu nos homens homossexuais também apareceu na população geral de homens heterossexuais, então o gen é insignificante.
Outro problema com o estudo é que Hamer não testou os irmãos heterossexuais dos homens homossexuais para ver se eles tiveram o gen, e alguns dados daqueles homens heterossexuais indicaram que eles tinham sequências de gens idênticas. Outro dado é que sete dos pares de homossexuais não possuíam a necessária sequência genética (Whitehead, Neil and Briar Whitehead, My Genes Made Me Do It! - Huntington House, 1999, p. 141).
Somando-se ao estudo de Hamer, dois outros grandes estudos atraíram a atenção da mídia no começo nos anos 90. Um deles, feito em 1991, por Simon LeVay, se tornou mais tarde conhecido como o “estudo do cérebro”. Em seu artigo "A Difference in Hypothalamic Structure Between Heterosexual and Homosexual Men" (“Uma Diferença na Estrutura Hipotalâmica Entre Homens Heterossexuais e Homossexuais”), LeVay tentou encontrar diferenças nos hipotálamos (região cerebral) de homens homossexuais e heterossexuais. Também publicado na Science(LeVay, Simon, "A Difference in Hypothalamic Structure Between Heterosexual and Homosexual Men", Science 253 [1991]: p. 1034-7). LeVay descobriu que o cérebro dos 19 homossexuais do estudo eram mais semelhantes em tamanho aos cérebros femininos. E agora? Isso comprovou ser a homossexualidade algo biologicamente determinado?
LeVay estudou cérebros de 41 pessoas, incluindo seis mulheres, 19 homossexuais e 16 homens presumivelmente heterossexuais. Ele examinou uma parte do hipotálamo chamada de INAH-3 e relatou que ela era mais do que duas vezes maior em homens heterossexuais do que em homens homossexuais. Deduziu que “a orientação sexual tem um substrato biológico” porque se os cérebros de homens homossexuais eram mais iguais em tamanho aos cérebros de mulheres do que aos dos homens heterossexuais, então os homens gays devem ser mais biologicamente semelhante às mulheres.
Porém, o que o público em geral não sabe é que muitos pesquisadores encontraram falhas nesse estudo, incluindo o próprio LeVay, que disse: “É importante enfatizar o que eu não encontrei. Eu não provei que a homossexualidade é genética, ou que encontrei uma causa genética para se nascer gay. Não mostrei que homens gays nascem desse modo, [que é] o erro mais comum que as pessoas fazem ao interpretar meu trabalho. Nem localizei um centro gay no cérebro” (Byrd, A. Dean, Shirley E. Cox and Jeffrey W. Robinson, "The Innate-Immutable Argument Finds No Basis in Science: In Their Own Words: Gay Activists Speak About Science, Morality, Philosophy" - September 30, 2002. Accessed 10 February 2006). Dos 19 homossexuais do estudo de LeVay todos morreram por complicações da aids, e é possível que a diferença no tamanho do cérebro deles tenha sido causada pela doença e não por serem homossexuais (LeVay, Simon, Queer Science (MIT Press, 1996), p. 143-45).
O terceiro maior estudo alardeado como “prova” da ligação entre homossexualidade e genética foi feito em 1991 pelo psicólogo Michael Bailey e pelo psiquiatra Richard Pillard. Usando pares de irmãos — gêmeos idênticos, gêmeos não-idênticos, irmãos biológicos e irmãos adotados —, Bailey e Pillard tentaram mostrar que a homossexualidade ocorre mais frequentemente entre gêmeos idênticos. Mais uma vez, o que a maioria das pessoas não sabe e a mídia não anunciou devidamente é que esse estudo na realidade provê apoio para os fatores ambientais e não para a genética! Se o homossexualismo estivesse enraizado na genética, então os dois gêmeos teriam que ser homossexuais 100% das vezes, o que não ocorre na realidade (Byne, William, "The Biological Evidence Challenged", Scientific American - May 1994: p. 50-55).
Bailey e Pillard verificaram no estudo que entre os gêmeos idênticos 52% eram ambos homossexuais, comparados com os não idênticos, entre os quais somente 22% compartilharam a mesma orientação homossexual. Em 9,2% do tempo, ambos os irmãos não gêmeos foram homossexuais, e em 10,5% do tempo ambos os irmãos adotivos foram homossexuais.
Dr. Whitehead explicou mais tarde: "Gêmeos idênticos têm gens idênticos. Se a homossexualidade fosse uma condição biológica produzida inescapavelmente pelos gens (como a cor dos olhos), então se um gêmeo idêntico fosse homossexual, em 100% dos casos seu irmão seria também. ... Os gens são responsáveis por uma influência indireta, mas, em média, eles não forçam as pessoas para a homossexualidade. Essa conclusão tem sido bem conhecida na comunidade científica por umas poucas décadas mas não tem alcançado o público geral. De fato, o público crê aumentadamente no oposto” (Whitehead, N.E., "The Importance of Twin Studies." Accessed 10 February 2006).
(Dr. Cesar Vasconcellos de Souza; matéria baseada no artigo de Melissa Fryrear)
TV no quarto de adolescentes
O estudo, publicado na revista médica Pediatrics, não prova que ter um aparelho de televisão no quarto fosse a causa desses padrões. Porém, os pesquisadores da Universidade de Minnesota e autores da pesquisa apoiam a recomendação da American Academy of Pediatrics de que não se devam instalar aparelhos de televisão no quarto dos adolescentes.
(Pediatrics, april 2008; v. 121: p. 718-724)
segunda-feira, junho 29, 2009
O que merece ser escrito, merece ser bem escrito
“Pessoalmente cuido tanto do texto de um blog como de uma página de romance”, completou o Nobel português, de 86 anos e que apresentará o livro em um encontro com blogueiros aberto a internautas de todo o mundo no próximo dia 25 em Lisboa. Quanto a seu blog, o escritor disse que não destina ao espaço “nenhuma ideia em particular”, para depois expressar que “os sismógrafos não escolhem os terremotos, reagem aos que vão ocorrendo, e o blog é isso, um sismógrafo”.
“Aqueles que me leem sabem que podem encontrar-se a cada dia diante de algo totalmente inesperado”, reforçou Saramago, que respondeu às perguntas do diário argentino por e-mail da Espanha, onde mora.
[Saramago] avaliou que “se o blog é um espaço para a reflexão, não deve surpreender que ilumine aquele que o escreve”.
(G1 Notícias)
Nota: Concordo com Saramago que se deva tratar o texto com carinho, não importa se se escreve um livro, uma postagem num blog ou um simples e-mail. Faz parte da boa educação pelo menos reler o que se escreve, antes de publicar/enviar (quanto à correção/precisão de um texto, um colega editor mais experiente sempre me dizia: tenha certeza de suas dúvidas e duvide de suas certezas). Quem se aventura na arte de escrever deveria procurar aprimorar a capacidade de redação lendo alguns manuais (aliás, lendo de tudo um pouco e muito) e praticando bastante. Os leitores merecem – e você cresce.[MB]
domingo, junho 28, 2009
Vida na Terra está em risco (e o coletivismo vem aí)
“TCK TCK TCK” une a linguagem da internet ao tic tac do relógio. “Não há tempo a perder”, declarou ao falar da proximidade da Conferência de Copenhague e dos efeitos das mudanças climáticas, destacando que a poluição tem um preço e que os poluidores precisam assumir essa responsabilidade. O Prêmio Nobel de 2001 fez questão de ressaltar que a criatividade e as agências têm papel importante na sensibilização dos consumidores para a questão. [A publicidade é um tremendo recurso para promover a engenharia social e estimular o medo nas pessoas; num clima assim, é mais fácil aprovar leis restritivas ou que visem ao bem da maioria.] “As escolhas que fazemos no momento da compra também são uma forma de pressão e a pressão leva a mudanças mais rápidas na agenda dos líderes”, ressaltou.
Mas a fala mais apaixonada sobre o tema foi a de Bob Geldof. Notabilizado pela sua atuação no filme The Wall, do Pink Floyd, o músico e ator irlandês não deixou passar em branco a morte do cantor Michael Jackson, e lembrou sua importante participação no Live AID, era uma das principais vozes no clipe da música “We are the World”. Depois de lamentar a perda, Geldof foi taxativo ao falar do quanto as mudanças climáticas afetam e vão afetar as pessoas. “Estamos falando sobre a morte da humanidade, e eu adoro o ser humano”, disse.
Os números apresentados pelo músico não são nada animadores. A cada ano, mais de 300 mil pessoas morrem em consequência direta das alterações no clima. No continente africano, há um movimento migratório que está levando 16 milhões de pessoas para fora de seus países por conta da inviabilidade de viver em ambiente tão seco. Lugares no sul, que há 20 anos tinham água, não têm mais, e isso leva ao deslocamento para o norte; a incidência de chuva no deserto do Saara caiu 25% nos últimos 30 anos.
“Precisamos reduzir em 50% a emissão de carbono até 2020 e em 80% até 2050, se isso não acontecer estamos caminhando para a morte. As emissões hoje excedem as dos últimos seis mil anos e a Terra não tem capacidade para processá-las”, disse. Entre a plateia de publicitários e profissionais da comunicação que lotaram o auditório Debussy, a campanha e os dados apresentados parecem ter provocado algum sentimento. O quarteto foi aplaudido de pé.
(Terra)
Nota: Que melhor lugar para dar maior visibilidade aos planos do movimento ECOmênico do que o Festival Internacional de Publicidade? Ninguém nega que a Terra está se deteriorando, mas que há interesses outros por trás dessa bandeira ecológica, isso há. Clique aqui e leia mais sobre o ECOmenismo.[MB]
sábado, junho 27, 2009
Pérolas de Chesterton (5)
"Não existe uma possibilidade real de extrair do panteísmo nenhum impulso especial para ações morais. Pois o panteísmo implica, por sua natureza, que uma coisa é tão boa quanto outra; ao passo que a ação implica, por sua natureza, que uma coisa é muito preferível a outra" (p. 220).
"Se queremos reformas, devemos aderir à ortodoxia: especialmente nesta questão, a de insistir na divindade imanente ou na transcendente. Insistindo especialmente na imanência de Deus, temos instrospecção, auto-isolamento, quietismo, indiferença social - Tibete. Insistindo especialmente na transcendência de Deus, temos deslumbramento, curiosidade, aventura moral e política, indignação justa - cristianismo. Insistindo que Deus está no interior do homem, o homem está sempre no interior de si mesmo. Insistindo que Deus transcende o homem, o homem tem de transcender a si mesmo" (p. 221, 222).
Leia também: "Pérolas de Chesterton (4)"
Maurício de Souza leva Jackson para o "Céu"
Não é de hoje que Maurício de Souza trata do Céu com irreverência e desrespeito. Basta conferir na tirinha abaixo, em que ele apresenta a versão de Céu dele como um lugar monótono:
Por outro lado, quando trata de temas espíritas, como nesta história da Magali, a visão é sempre positiva:
Bem, pelo menos de uma coisa podemos ter certeza: Maurício sabe como usar sua principal "ferramenta" para divulgar suas opiniões.[MB]
Comentário do leitor Marco Dourado, de Curitiba: "Michelson, você reparou que, não obstante os acordos milionários feitos pelo popstar para encerrar os processos que sofreu por pedofilia, para Maurício de Souza o céu de Jackson é composto exclusivamente de crianças? Será que lá no 'céu' Michael oferecerá bebida alcoólica para o personagem Anjinho - além de otras cositas más? (Detalhe: tenho como item de coleção uma história em que a CRIANÇA Chico Bento se entope de cachaça, passa mal e desmaia de bêbado.)"
Um dia fora de casa
sexta-feira, junho 26, 2009
Michael Jackson e a efemeridade da vida
Há 15 anos, senti algo parecido. Três amigos e eu embarcamos no ônibus que nos deixaria próximo à pensão (onde morávamos na época da faculdade). Ouvimos algumas moças falando algo sobre a morte do famoso corredor de Fórmula 1 Ayrton Senna. Era o dia 1º de maio de 1994 e havíamos participado de um retiro espiritual com os jovens da Igreja Adventista Central de Florianópolis. Durante aqueles três dias, tínhamos ficado alheios ao que se passava no mundo - e eu mais ainda, já que a Débora, então minha namorada, havia ido comigo. Naquele domingo, em nossos primeiros dias de namoro, o Brasil estava em transe e não sabíamos.
– O que vocês estão dizendo? – um dos meus amigos não se conteve e perguntou às moças.
– Vocês não sabem? O Senna bateu o carro e morreu.
O ídolo da nossa geração que levava o patriotismo dos brasileiros até as nuvens a cada corrida que vencia; o jovem corredor que tinha orgulho de passear com a bandeira nacional na pista de corrida; o Ayrton Senna do Brasil estava morto. O jovem campeão que tinha a vida pela frente não mais existia.
A vida é frágil e passageira, como bem descreve o salmista: “O ser humano é como um sopro; a sua vida é como a sombra que passa” (Salmo 144:4). Ou, nas palavras do filósofo e matemático Blaise Pascal, no livro Pensées: “Não existe nada mais real que isto, nada mais terrível. Por mais heróicos que sejamos, este é o fim que aguarda a vida mais nobre do mundo. Vamos refletir nisto e, então, dizer se não é indiscutível que não existe bem nesta vida. A não ser a esperança de outra; que somos felizes apenas na proporção em que nos aproximamos dela; e que, como não existem mais aflições para os que têm plena certeza da eternidade, não existe mais felicidade para os que não têm essa esperança.”
Senna e Jackson tinham tudo nesta vida, menos a própria vida, que não lhes pertencia. Embora a morte exista desde que o pecado entrou neste mundo, o ser humano nunca conseguiu acostumar-se a ela. Não fomos feitos para morrer, e nossa inconformidade com esse inimigo mostra isso. Tentamos ignorar essa triste realidade levando a vida sem pensar muito no fato de que o destino final de todos é a sepultura. Mas, quando alguém famoso ou muito próximo de nós deixa de existir, a vida nos joga no rosto essa crua realidade, chamando-nos mais uma vez à reflexão. Nesses momentos, entendemos que o que realmente importa são as pessoas, os relacionamentos e Deus. De uma hora para outra, tudo – formação acadêmica, status social, posses, fama – fica tão pequeno...
Michelson Borges
Leia também: "A música mais triste do mundo"
quinta-feira, junho 25, 2009
Arqueólogos acham flauta de supostos 35 mil anos
As peças formam um instrumento de 22 centímetros com cinco furos e uma extremidade em forma de "V". "É, sem dúvida, o mais antigo instrumento musical do mundo", disse o pesquisador. A descoberta está nesta semana na revista científica Nature. Outros arqueólogos concordaram com a avaliação de Conard. O pesquisador brasileiro Walter Alves Neves, da Universidade de São Paulo (USP), considera a descoberta um "grande achado". "Mas ela faz parte de um pacote de criações conhecido como revolução artística do Paleolítico Superior", explica Neves.
Há 40 mil anos [sic], o homem usou signos pela primeira vez para representar conceitos. Surgiram as pinturas nas cavernas [que também são um show de arte complexa] e as primeiras esculturas. O período também conheceu o nascimento da linguagem. "Esperávamos que a música estivesse no pacote", aponta Neves. A flauta de Hohle Fels é mais completa e um pouco mais velha que fragmentos de osso e marfim de outras sete flautas, também encontradas no sul da Alemanha. A equipe escavou o instrumento em setembro de 2008, mesmo mês em que descobriu seis fragmentos de marfim em Hohle Fels que compõem uma estatueta feminina que, acredita-se, é a mais antiga escultura de uma forma humana.
(BOL Notícias)
Nota: Como se pode ver, o "homem primitivo" era tudo, menos primitivo.[MB]
terça-feira, junho 23, 2009
Pessoas com maiores propósitos na vida vivem mais
Segundo os autores, a mortalidade foi mais significativamente associada a três itens do questionário de propósito na vida, que mediu a concordância dos participantes às seguintes questões: "algumas vezes, sinto como se eu já tivesse feito tudo que há a fazer na vida"; "eu costumava propor metas para mim mesmo, mas que agora parecem perda de tempo"; "minhas atividades diárias frequentemente parecem triviais e sem importância para mim".
"Estamos animados com essas descobertas, porque sugerem que fatores positivos, como ter um senso de propósito na vida, são importantes contribuintes para a saúde", destacaram os autores. Porém, os pesquisadores admitem que mais estudos são necessários para avaliar se outras características demográficas podem modificar a relação entre propósitos de vida e mortalidade e para observar se isso pode ser modificado.
(Rush University Medical Center, 12 de junho de 2009)
Nota: Quando li essa matéria, lembrei-me das pesquisas do psicanalista Viktor Frankl. Durante sua estada em campos de concentração nazistas, ele percebeu que os presos que mantinham viva a esperança e que tinham propósitos acabavam tendo maiores chances de sobreviver. E que maior propósito do que se preparar e modelar o caráter para herdar a vida eterna? O livro Nisto Cremos, página 496, traz interessante comparação a esse respeito: "O homem sábio terá mais cuidado em esculpir uma estátua no mármore do que em fabricar um boneco de neve." Ou seja, o cristão que planeja viver para sempre, naturalmente estruturará sua vida com maior cuidado do que a pessoa que imagina ser descartável, que vive apenas para este mundo.[MB]
Especialistas colocam em dúvida “benefícios” do álcool
Como tornar o cristianismo relevante
Por que tão poucos cristãos demonstram alegria? Uma pessoa alegre seria mais parecida com a Madre Teresa ou com a Madonna?
Como pode uma religião que inclui um texto como Cantares de Salomão entre seus escritos sagrados ser conhecida como inimiga do sexo?
Como podem os evangelistas da televisão promover com tanta animação a teologia da prosperidade em um mundo cheio de injustiça e sofrimento como o nosso?
Na fase em que eu estava – de jogar fora qualquer objeto relacionado à Disney, queimar livros do Paulo Coelho (não pela qualidade literária, o que seria compreensível, mas por tratar de temas relativos a pseudo-bruxaria) e queimar fotos de baladas antigas (“as coisas velhas se passaram” e eu queria livrar-me das lembranças do pecado) – Yancey apareceu para dar uma arejada na minha mente que já estava bem estreita e alienada.
Então, Philip Yancey foi responsável por atiçar a semente questionadora, que sempre existiu em mim, e me fazer perceber que eu estava agindo como um robô. Talvez lá tenha começado o início de minha desconversão ou do meu abrir de olhos.
Dessa vez, com Alma Sobrevivente, ele me fez voltar a ter algum respeito por alguns tipos de evangélicos. No livro, que tem o subtítulo de Sou Cristão, Apesar da Igreja, o autor fala de pessoas que foram exemplos de fé para ele. A boa notícia é que ele não cita só evangélicos. Entre os nomes que fizeram com que ele compreendesse melhor a mensagem de amor do cristianismo estão Gandhi, Dostoievski, Tolstoi e a escritora católica Annie Dillard. Philip Yancey não escolhe seus exemplos de vida por causa de seus currículos de santidade, mas baseado no quanto de amor e compreensão aquelas pessoas transmitiram em suas vidas. Apesar de continuar não crendo na Bíblia ou na salvação da alma, posso afirmar que fiz um pouco as pazes com o cristianismo ao ler Alma Sobrevivente. Foi um livro que me fez lembrar que, independente da cruz de Cristo ou da remissão dos pecados, a mensagem cristã é uma mensagem de amor, humildade, compreensão e paz.
Yancey é um autor que faz com que cristãos radicais não engulam qualquer fórmula pronta vinda dos púlpitos e, ao mesmo tempo, mostra aos decepcionados com o cristianismo que existe vida inteligente no meio evangélico.
(Juliana Dacoregio, no blog Heresia Loira)
Nota: Juliana é jornalista, blogueira e criciumense. Ela diz ter abandonado a religião e abraçado o ceticismo. O que ela escreveu sobre Yancey deveria acender uma luz amarela no meio cristão. Será que a pregação do evangelho está sendo relevante para as mentes mais inquiridoras? Será que os cristãos estão mostrando ao mundo que o cristianismo de fato lhes mudou a vida, trazendo paz, alegria e uma vida mais plena? Muitos estão mais preocupados com sua vida na igreja do que com a viva comunhão com o Senhor da igreja. Resultado? Sofrem e não vivem a religião. Mostram ao mundo um arremedo de cristianismo, intolerante e sem poder de atração e convencimento. Deus nos ajude a trazer as Julianas de volta ao rebanho.[MB]
segunda-feira, junho 22, 2009
Amigo animal
Depois comentei com a Débora, minha esposa, enquanto acariciava nossa cadelinha Laila, contente por ver-me chegar do trabalho: "Como o ser humano se tornou insensível."
Enquanto conversávamos sobre o triste ocorrido, outra cena me veio à mente. Lembrei-me de quando fui visitar uma pessoa considerada um bom cristão, bastante missionário. Ao chegar à casa dele, fui convidado a entrar, mas havia um cachorro distraído obstruindo o acesso. Sem pensar duas vezes, o homem desferiu um pontapé no bicho, expulsando-o do jardim. Engoli em seco e prossegui em minha visita.
O que ocorre conosco? Mesmo pessoas que se dizem religiosas comportam-se, por vezes, de maneira mais selvagem que certos animais. [Leia mais]
Futilidade sem crise
(Opinião e Notícia)
Nota: No Brasil, a coisa não é diferente, levando-se em conta os milhões de exemplares de revistas como Minha Novela, Ti-ti-ti e outras impressos toda semana. Como se vê, a futilidade não vê crise.[MB]
domingo, junho 21, 2009
Preservativos não conseguem frear epidemia de aids
Na prática, os preservativos mostraram não ser a melhor política para conter a aids. As camisinhas não têm funcionado para frear a epidemia que se abate sobre o continente africano. Por mais católico [na verdade, cristão] que possa soar, a melhor política para epidemias generalizadas consiste em promover a fidelidade e a monogamia. O que vemos como resultado é uma redução do número de parceiros. O que também tem funcionado e deve se promover é a circuncisão masculina, que comprovadamente reduz as chances de contágio.
Um exemplo claro é o que aconteceu em Uganda. O país promoveu a política ABC, sigla em inglês para abstinência, fidelidade ou camisinha. A população contaminada com o HIV foi reduzida em 66%. No entanto, o governo sofreu grande pressão para seguir a linha de prevenção de outros países. Como resultado, Uganda deixou a ênfase na redução do número de parceiros e passou a adotar a fórmula batida de preservativos + testes + remédios. Nos últimos anos, os índices de contaminação voltaram a aumentar.
O Brasil está em uma situação diferente, com uma chamada "epidemia concentrada". Preservativos têm mais chances de sucesso em lugares assim. No entanto, ainda faltam programas que desencorajem sexo casual ou com prostitutas e múltiplos parceiros.
De maneira geral, a imprensa foi bastante irresponsável ao criticar o papa. E não culpo o público por estar confuso. Não seria errado pensar que muitos líderes e parte da mídia que "crucificaram" o papa deveriam checar antes os dados científicos mais recentes.
Logo, logo, as provas passarão a ser tão contundentes que a maioria dos mitos sobre a aids serão destruídos. Assim, poderemos começar a implementar programas de prevenção com base em evidências científicas. Com ou sem a bênção do papa.
(Galileu)
Estudo liga homem a orangotangos
(Zero Hora)
Nota: Qual será o próximo candidato a parente do ser humano, o mico-leão dourado? Assim como ocorreu com a "história evolutiva das aves" que, pelo jeito, precisa ser reescrita, a evolução do homem vive sendo revista. Só que antes da revisão, o que se tinha eram "certezas"...[MB]
Colaboração: Cássio Medeiros
Relógios moleculares são confiáveis?
“Os relógios moleculares não precisam ser calibrados, e isso pode ser feito somente por recurso direto às datas (esperançosamente confiáveis) no registro fóssil. A calibração de relógios indiretamente através do uso de datas inferidas de outros estudos de relógios moleculares (que por sua vez são, em última análise, baseados no registro fóssil) é menos desejável, pois adiciona uma camada extra de incerteza, especialmente se essas inferências moleculares forem altamente controversas” (p. 386).
Analisando diversos estudos de relógios moleculares, Lee está preocupado que somente um único ponto de calibração fóssil é usado, e ainda assim “parece que nenhum desses estudos moleculares tem examinado criticamente a confiabilidade dessa datação fóssil consultando-se a principal literatura paleontológica, o que é surpreendente à vista de suas conclusões de que o registro fóssil tem uma tendência de ser muito enganador” (p. 386). Resumindo, Lee exige grande cuidado em colocar muita importância nos relógios moleculares, considerando-se a confiança deles na calibração paleontológica:
“Mesmo que alguém faça a suposição audaciosa de que os modelos de relógios moleculares têm pouco erro, parece haver pouca razão objetiva em aceitar como sacrossantas algumas datas fósseis usadas na calibração e rejeitar como não confiáveis as datas de fósseis muito mais numerosas que contradizem os cálculos moleculares resultantes. ... Infelizmente, os estudos de relógios moleculares ainda têm que fornecer um quadro de critérios rigorosos para justificar quais datas fósseis devem ser usadas nas calibrações e quais as que devem ser tratadas ceticamente” (p. 389).
(LEE, Michael S. Y., “Molecular Clock Calibrations and Metazoan Divergence Dates”, Journal of Molecular Evolution 49 [1999]: 385-391)
Um ano sem sexo. Melhores relacionamentos
Durante o período de castidade, a jornalista diz que enfrentou algumas tentações e alguns encontros que normalmente terminariam em sexo, mas não terminaram e tudo bem. Como quando se despediu rapidamente com um beijo depois de sair com um vizinho. Não fosse o voto, ela acredita que as coisas teriam ido mais longe. “É claro que teria algo a ver com desejo, mas também com educação, afabilidade, uma vontade de agradar – uma série de sentimentos fora de lugar.”
Os 12 meses se passaram e Hephzibah sobreviveu para contar que seus relacionamentos agora duram mais e que passou a lidar com eles com mais leveza. Ela também escreveu um livro, Chastened - No More Sex In The City, previsto para sair em julho. E, a julgar pelos mais de 180 comentários dos leitores do Guardian, Hephzibah pode se preparar: mais questionamentos vêm aí.
(Mulher 7 x 7 - Época)
Nota: Vez após vez surge alguém afirmando que viver de acordo com os princípios divinos exarados nas Escrituras (princípios que talvez essas pessoas até desconheçam) torna a vida mais prazerosa, feliz e "leve". Está mais que provado que sexo sem compromisso e sem romantismo leva a frustração, baixa autoestima e até depressão. A verdade é que ninguém gosta de se sentir usado como objeto. Deus criou o ser humano para desfrutar do sexo num contexto de compromisso, entrega exclusiva, fidelidade e amor, ou seja, no casamento. Somente assim o ser humano é verdeiramente feliz. Os fatos atestam o que a Bíblia já aconselha há muito tempo.[MB]
sábado, junho 20, 2009
Jesus e a mitologia pagã
Voltando à época da chamada escola de História de Religiões, estudiosos em religiões comparadas encontraram paralelos a crenças cristãs em outras religiões, e alguns pensaram em explicar que essas crenças (incluindo a na ressurreição de Jesus) foram influenciadas por esses mitos. Hoje, no entanto, raramente algum estudioso pensa em mitos como uma categoria importante para se interpretar os Evangelhos. Os estudiosos perceberam que a mitologia pagã é simplesmente o contexto interpretativo errado para se compreender Jesus de Nazaré. [Leia mais]
Leia também: "Osíris e Hórus: protótipos do Jesus da fé?"
sexta-feira, junho 19, 2009
Signature in the Cell
Agora é torcer para que alguma editora brasileira tenha disposição (e coragem) para publicar essa obra que merece ser lida por todos os interessados na controvérsia entre o acaso cego e o planejamento inteligente.
Se você não quiser esperar para ler em português, clique aqui.
Dúvidas sobre a evolução dinossauros-aves
Sabe-se há décadas que o fêmur, ou osso da coxa, das aves limita os movimentos das aves e as tornam “corredores de joelho”, ao contrário de quase todos os outros animais terrestres, afirmam os especialistas da UEO. Apesar disso, o que acabou de ser descoberto é que essa posição fixa dos ossos das aves e a musculatura impedem que os alvéolos pulmonares entrem em colapso quando o pássaro respira.
Aves necessitam de cerca de 20 vezes mais oxigênio do que répteis de sangue frio, e evoluíram [sic] uma estrutura pulmonar única que permite alta taxa de troca gasosa e alto nível de atividade. O complexo da coxa é o que ajuda a apoiar os pulmões e evita seu colapso. “Isso é fundamental para a fisiologia das aves”, disse Devon Rapido, instrutor de zoologia da UEO que realizou essa pesquisa como parte dos estudos de seu doutorado. “É muito estranho que ninguém tenha percebido isso antes. A posição do fêmur e músculos nas aves é fundamental para o funcionamento pulmonar, que por sua vez é o que lhes dá capacidade pulmonar suficiente para voar.”
Entretanto, todos os outros animais que caminharam em terra, afirmam os cientistas, têm o fêmur móvel que se desenvolveu com a sua locomoção [sic] – incluindo seres humanos, elefantes, cães, lagartos e – no passado – dinossauros.
O resultado, disseram os pesquisadores, é quase certo que as aves não descenderam de dinossauros terópodos, como o Tiranossauro rex ou Alossauro. As descobertas somam-se a um crescente corpo de evidências nas últimas duas décadas que desafiam algumas das crenças mais arraigadas sobre a evolução animal. “Para começar, as aves são encontradas mais cedo no registro fóssil do que os dinossauros dos quais supostamente descenderam”, disse Ruben. “Esse é um problema muito sério, e há outras inconsistências nas teorias da evolução de aves a partir de dinossauros.”
“Mas uma das razões primárias que faz com que muitos cientistas afirmem que as aves descenderam de dinossauros são as semelhanças em seus pulmões”, disse Ruben. “No entanto, dinossauros terópodos têm fêmures móveis e, portanto, não poderiam ter pulmões que funcionassem como os das aves. Seu diafragma, se tiveram algum, teria entrado em falência. Essa evidência enfraquece um importante argumento sobre a relação entre dinossauros e aves. “Um velociraptor não brotou penas em algum lugar e saiu voando pelo céu”, disse Ruben.
As recentes descobertas, afirmam os pesquisadores, são mais consistentes com as aves tendo evoluído [sic] separadamente dos dinossauros e desenvolvido suas próprias características, incluindo penas, asas, um pulmão único e sistema de locomoção. (...)
A pesquisa da UEO sobre a biologia e fisiologia aviária esteve entre as primeiras no país a começar a colocar em cheque a ligação dinossauro-pássaro desde a década de 1990. Outras descobertas foram feitas desde então, na UEO e em outras instituições, que também suscitam dúvidas. Mas antigas teorias são difíceis de superar, disse Ruben, especialmente quando se trata de algumas das mais distintas e romantizadas espécies animais na história mundial.
“Francamente, há muitas políticas históricas envolvidas, e muitas carreiras empenhadas em um determinado ponto de vista mesmo que novas provas científicas levantem dúvidas”, disse Ruben. Em algumas exibições de museus, disse ele, a teoria da evolução das aves a partir de dinossauros tem sido retratada como um fato amplamente aceito, com um asterisco apontando em letras miúdas que “alguns cientistas discordam”.
“Nosso trabalho na UEO costumava ser basicamente o único ao qual os asteriscos faziam menção”, disse Ruben. “Mas agora há mais asteriscos surgindo o tempo todo. Isso é parte do processo científico.”
(A publicação na qual este artigo se baseia pode ser encontrada aqui. A Academia de Ciências da Universidade Estadual do Oregon é uma das maiores unidades acadêmicas da UEO, tem 14 departamentos e programas. Seu corpo docente é composto por líderes internacionais em pesquisa científica.)
Nota: A despeito dessas vozes discordantes de peso, a grande imprensa contribui para perpetuar o mito. Confira aqui (e essa saiu na Nature).
Leia também: "Aves - maravilhas aladas", "Dinossauros tiveram penas desde a sua origem" e "'Penas primitivas' surgiram depois das 'modernas'?"
O delírio de Dawkins exposto
Dr. William Lane Craig expõe as fragilidades dos argumentos do ultradarwinista Richard Dawkins. Assista à segunda parte aqui.
Jornalista criacionista
Diploma, questão de caráter
O envolvimento e prisão de magistrados, promotores e demais profissionais das leis não é mais novidade no País da impunidade. Eles nunca duram muito tempo atrás das grades. E quando permanecem um pouco mais que o razoável, recebem todo o tipo de privilégio. Seria inédito se houvesse punição exemplar, inclusive com a destituição do direito ao exercício profissional, mesmo depois de cumprida a sentença. Mas no reino dos intérpretes da lei, só pichador pega 52 dias de cana. Afinal, o Brasil é o paraíso dos advogados e isso não tem a menor possibilidade de se tornar uma praxe. Eles sequer são conduzidos aos tribunais. Em relação aos "médicos", apesar de provas contundentes, também não vão para a cadeia, mesmo que esquartejem seus pacientes. A Justiça pode prender o doutor Jekyll, mas nunca colocará no banco dos réus o senhor Hyde. [Leia mais]
quinta-feira, junho 18, 2009
O fim do mundo em 2012: brincadeira de mau gosto
Bem, seu ponto de vista mudou um pouco. Um pai, preocupado com a segurança de sua família, mandou uma mensagem de voz para o astrônomo. “Esse homem era cético quanto às afirmações sobre 2012, (…) mas alguma coisa fez com que ele ficasse preocupado o bastante para procurar um astrônomo que ele não conhecia para saber se tudo ficaria bem”, disse Brown em seu blog.
Depois disso, Brown encontrou um e-mail na sua caixa de spam, que afirmava ter sido enviado pelo diretor do Instituto de Continuidade Humana (ICH). O e-mail afirma que o Instituto confirmou evidências que indicam que o “desastre de 2012 é real e inevitável”, diz. “Acreditamos com 94% de certeza que eventos cataclísmicos irão devastar nosso planeta e muitos dos que o habitam. O dia 21 de dezembro de 2012 não pode ser ignorado”, continua o e-mail. O link para o site do ICH realmente leva a um site bem formulado, e quem não reconhece os atores na página acredita que o ICH é real.
A verdade é que o site foi criado pela Sony Pictures. Brown afirma que, ao contrário de muitos sites mal feitos que existem pela web, este realmente parece ser verdadeiro. “É profissional. Não tem sinais óbvios de que foi uma criação de brincadeira”. E brincadeiras às vezes vão longe demais. Em janeiro, algumas pessoas soltaram balões de ar no céu de New Jersey, nos Estados Unidos. Um juiz considerou-os culpados de potencial risco de incêndio e de risco ao tráfego aéreo e multou as pessoas em 250 dólares. Nenhum dos riscos chegou a acontecer, mas o mal que isso poderia ter causado foi suficiente para o juiz.
Brown afirma que isso pode ir longe demais: assustar as pessoas que podem nunca ficar sabendo da verdade, que poderia tranquilizá-las. “Como podemos chamar um e-mail que me assusta e me convence a entrar em um site que então tenta me assustar mais ainda e não admite ser uma simples propaganda de um filme?”, afirma Brown, que diz que o e-mail é simplesmente de mau gosto.
Uma empresa do tamanho da Sony (lembre-se, recorrendo a spam) poderia simplesmente colocar um link para um trailer do filme, ao invés de mostrar um site falso. Eu irei fazer a minha parte para não estimular que nenhum produtor de filmes faça algo assim novamente e não assistirei o filme.
(Hypescience)
Leia também: “O mundo vai acabar em 2012?”
“Batman é Deus, cara!”
Gleiser usa Dan Brown para falar de ciência e religião
A bomba, e aqui entra o tema principal do filme, é um artefato que usa uma amostra de antimatéria criada pelos cientistas do Cern, o centro europeu de física de partículas, a casa do LHC, o gigantesco colisor de partículas que deverá entrar em funcionamento em alguns meses. O filme retrata o conflito entre os magistérios que supostamente disputam o domínio da sociedade: a religião e a ciência.
A cena inicial se passa no templo da ciência, onde os seus sacerdotes, os cientistas do Cern, preparam-se para acionar a maior máquina já construída na história. A bela física italiana Vittoria Vetra (Ayelet Zurer) e seu colega, um padre físico (vejam que essa união não é impossível), planejam isolar um pouco de antimatéria.
O ponto é que antimatéria é extremamente rara: o Universo é composto quase exclusivamente de matéria, os átomos formados de partículas elementares como elétrons e quarks (componentes dos prótons e nêutrons). Ainda bem.
Partículas de matéria desintegram-se imediatamente quando entram em contato com partículas de antimatéria, transformando-se em raios gama, uma forma de radiação eletromagnética de altíssima energia. Se você apertasse a mão da sua antipessoa, o Brasil desapareceria em instantes.
A bomba que ameaça destruir o Vaticano é feita de antimatéria, roubada do experimento no Cern. No livro, fica claro que a intenção dos físicos é recriar o Big Bang, o momento da criação, transformando mistério em ciência.
O padre físico quer provar que Deus existe; os cientistas, que a ciência explica até mesmo o mistério da criação sem a necessidade de interferências sobrenaturais. No meio tempo, a liderança da Igreja Católica pode desaparecer do mapa: o fim da religião pelas mãos da ciência.
Não vou contar o que acontece no filme, para não estragar a surpresa.
Mesmo que o enredo não faça muito sentido do ponto de vista científico, Dan Brown consegue trazer o conflito entre ciência e religião ao grande público, o que acho notável.
Infelizmente, no filme vemos uma tendência a manter estereótipos que me parecem injustos. Existe uma aura de inocência nos cientistas e de sapiência nos cardeais, como se cientistas fossem imaturos e irresponsáveis perante a autoridade moral da igreja.
O templo da ciência parece um brinquedo perante o majestoso templo da igreja. (E, em termos de beleza, não há mesmo o que comparar. Mas a questão aqui é a função de cada um.) Mas o que define a sociedade moderna? Os “brinquedos” digitais da ciência ou a moral ancestral da religião?
A sabedoria e a moralidade não são província exclusiva da religião. Muitas pessoas sábias e altamente morais não são religiosas. Todos sabem que matar é errado (mesmo que as religiões se esqueçam disso com frequência), e a maioria sabe que devemos amar o nosso próximo. Os desafios que enfrentaremos ao longo deste século, do aquecimento global à crise de energia, serão resolvidos nos templos da ciência e não nos belos templos da religião.
(Marcelo Gleiser. Artigo publicado na Folha de S. Paulo e republicado no Jornal da Ciência)
Nota: Marcelo Gleiser deveria repensar suas fontes (se bem que, como físico pop, ele precisa de “ganchos” atuais nos quais pendurar suas ideias e para atrair leitores). Dan Brown lá é fonte para discutir história da ciência?! Esse escritor sequer menciona suas fontes e comete “assassinatos históricos” em nome de uma boa história (confira aqui). Gleiser se apoia em Brown para “explicar” o suposto (e artificialmente alimentado) clima de conflito entre ciência e religião. Pena que procure evitar a verdade de que a ciência experimental se desenvolveu em um ambiente ocidental cristão protestante (confira aqui).[MB]
quarta-feira, junho 17, 2009
Gay Talese: por uma visão ampla do mundo
Na entrevista de Veja, Talese afirma que, “com as novas tecnologias, e sobretudo com a criação da internet, o público hoje é informado de modo mais estreito, mais direcionado. Na internet, os jovens se informam de modo muito objetivo, no mau sentido. Eles têm uma pergunta na cabeça, vão ao Google, pedem a resposta, e pronto. Estão informados sobre o que queriam, mas é um modo linear de pensar e ser informado, que não dá chance ao acaso. Quem está interessado em saber sobre o presidente do Paquistão vai à internet, fica sabendo que ele andou visitando Washington, quem é o seu principal oponente, essas coisas. Quem lê um jornal impresso lê sobre tudo isso e depois, ao virar a página, lê sobre a mulher do Silvio Berlusconi, depois sobre as chinesas que perderam seus filhos naquele terremoto, depois sobre o desastre do Air France que saiu do Rio para Paris. Enfim, lê histórias que não procurou e, por isso, acaba adquirindo um sentido mais amplo do mundo. Claro que você também pode fazer isso na internet, mas o apelo da internet é o oposto. É oferecer informação rápida. A internet é o fast-food da informação. É feita para quem quer atalho, poupar tempo, conclusões rápidas, prontas e empacotadas. Quem se informa pela internet, de modo assim estreito e limitado, pode ser muito bem-sucedido, ganhar muito dinheiro, mas não terá uma visão ampla do mundo. Para piorar, surgiram esses blogs com blogueiros desqualificados, que apenas divulgam fofoca. São como uma torcida num jogo de futebol que fica o tempo todo gritando para os jogadores, para o juiz. É gente que não apura nada, só faz barulho”.
O jornalista, que agora está escrevendo sobre seu casamento de 50 anos com Nan, aconselha: “De todas as profissões, se um jovem estiver interessado em honestidade e não estiver interessado em ganhar muito dinheiro, eu aconselharia o jornalismo, que lida com a verdade e tenta disseminar a verdade. Há mentirosos em todas as profissões, inclusive no jornalismo, mas nós não os protegemos. Os militares acobertam mentirosos. Os políticos, os partidos, o governo, todos fazem isso. O escândalo do Watergate é uma crônica de acobertamento. Os jornalistas não agem assim, não toleram o mentiroso entre eles. Acho uma profissão honrosa, honesta. Tenho orgulho de ser jornalista.”
Capitão América ressuscita nos quadrinhos
O Capitão América, alter-ego de Steve Rogers, foi baleado e aparentemente morto dois anos atrás nas escadarias de um tribunal de Manhattan.
O aliado de Rogers, Bucky Barnes, tomou seu lugar na série. Segundo Breevort, Barnes embarcará em uma missão para reviver o herói.
A história só deve ser publicada no Brasil em 2010.
(G1 Notícias)
Nota: De uns anos para cá, a temática espírita e mesmo o ocultismo tomaram conta dos quadrinhos estrangeiros e nacionais. O Capitão América não é o primeiro a “ressuscitar” dos mortos nesse universo ficcional das HQs. O Superman e a Elektra, por exemplo, também voltaram da morte. A Bíblia afirma que a imortalidade é um dom que será conferido àqueles que mantiverem relação íntima com o doador da vida, Jesus Cristo (Jo 14:6). Esses, mesmo que morram, serão ressuscitados na segunda vinda de Cristo (1Ts 4:17). Portanto, imortalidade e ressurreição não são dons/capacidades inerentes ao ser humano, por mais que a mídia ajude a reforçar esse engano originado no Éden (Gn 3:4).[MB]
Budismo e cristianismo
Levando em conta a exposição que a religião budista vem recebendo na mídia (quase sempre de forma positiva), principalmente por conta da adesão de figuras famosas de Hollywood, vale a pena evidenciar alguns contrastes entre aquela filosofia e o cristianismo bíblico:
1. Buda era filho de um rei humano; Jesus é o unigênito Filho de Deus (Mc 1:1).
2. Buda precisou ser iluminado; Jesus é a Luz do mundo (Jo 8:12).
3. Buda desencarnou para tornar-se deus; Jesus é o Deus verdadeiro (1Jo 5:20).
4. Buda buscou a verdade; Jesus é a Verdade (Jo 14:6).
5. Buda viveu; Jesus é a Vida (Jo 1:4).
6. Buda indicou o caminho; Jesus é o Caminho (Jo 14:6).
7. Buda cometeu erros; Jesus nunca pecou (1Pe 1:19).
8. Buda está morto; Jesus ressuscitou e é eterno (1Co 15:1-8; Hb 7:24).
9. O homem está só no Universo; Deus chama os homens de filhos (Rm 8:15).
10. O destino final do homem deve ser o nada; o destino final do homem deve ser o Céu (Jo 6:39).
11. Reencarnar para pagar pelos erros; arrependimento e perdão para ser salvo (2Pe 3:9).
12. O corpo é mau, um empecilho; o corpo é templo do Espírito Santo e deve ser usado para a glória de Deus (1Co 6:20).
Religião self-service
terça-feira, junho 16, 2009
Mercúrio pode colidir com a Terra em 1 bi de anos
Conforme a investigação, transtornos ocorridos na órbita de Mercúrio poderiam fazer com que ele se chocasse contra outros planetas, provocando uma desestabilização nos demais corpos que giram ao redor do Sol. Os argumentos foram dados depois que os responsáveis pelo estudo, Jacques Laskar e Mickael Gastineau, do Observatório de Paris, analisaram 2.501 cenários possíveis no computador. No entanto, em outra projeção, os cientistas concluíram que há 99% de chances de a Terra e seus vizinhos viverem em paz durante 3,5 bilhões de anos.
A maioria dos resultados obtidos nas simulações não incluíram colisão entre planetas, mas 25 deles mostraram uma forte instabilidade na órbita de Mercúrio. A perturbação poderia provocar uma reação em cadeia com proporções fatais ao passar pela Terra, seguindo por Vênus, Marte e o resto do Sistema Solar.
Os astrônomos já sabem calcular o movimento dos planetas com bastante precisão há muito tempo, com centenas e até milhares de anos de antecedência - é assim que são calculadas as datas dos eclipses, por exemplo.
Mas olhar tão adiante no futuro da mecânica celestial com exatidão ainda está além de nosso alcance, afirmou Laskar. "As mais precisas soluções de longo prazo para o movimento orbital do Sistema Solar não valem para muito além de algumas dezenas de milhões de anos", estimou.
(Terra)
Nota: Na verdade, todos os cenários naturalistas para o futuro (ainda que distante) da Terra e da espécie humana são sombrios. Se nosso planeta não se chocar com um vizinho no sistema solar, nem for atingido por um asteroide, segundo os astrônomos, nosso Sol terá esgotado boa parte do seu combustível em cinco bilhões de anos. Num último "suspiro", antes de colapsar e se tornar uma estrela anã, o Sol, numa espécie de espasmo, alcançaria a Terra, torrando-a. Outros dois cenários: (1) se houver massa suficiente para conter a expansão do Universo, toda a matéria do cosmo poderá se encontrar, contrair e formar um super buraco negro; (2) mas, caso não haja matéria suficiente para conter a expansão, o Universo se expandirá indefinidamente; as estrelas se afastarão umas das outras e, por fim, terão consumido todo o seu combustível. De qualquer forma, de acordo com o cenário pintado pelos cientistas, não temos muitas esperanças de sobreviver além de alguns bilhões de anos neste universo (isso se o ser humano não der um jeito de se destruir muito antes disso, pois capacidade para isso não falta). Será que é por isso que a máxima de muita gente é: "comamos e bebamos porque amanhã morreremos"? O fato é que a única alternativa que traz esperança trata-se da volta de Jesus (Jo 14:1-3) e da posterior transformação deste planeta na Nova Terra (Ap 21). Portanto, há solução para o mundo e seus habitantes, e ela vem do Alto.[MB]
Credo da sociedade pós-moderna
Cremos que tudo está bem
Enquanto você não esteja machucando alguém,
Até a sua melhor definição de machucado,
E até sua melhor definição de conhecimento.
Cremos em sexo antes, durante e depois do casamento.
Cremos em terapia do pecado.
Cremos que sodomia é legal.
Cremos que tabus são um tabu.
Cremos que tudo está ficando melhor
Apesar da evidência contrária.
A evidência deve ser investigada
E você pode provar qualquer coisa com evidência.
Cremos que há algo no horóscopo,
Extraterrestres e colheres dobradas.
Jesus foi um homem bom como Buda,
Maomé e nós mesmos.
Ele foi um bom mestre moral apesar de pensarmos
Que sua boa moral era ruim.
Cremos que todas as religiões são basicamente a mesma coisa –
Pelo menos aquela que lemos era.
Todos acreditam em amor e bondade.
Eles apenas diferem no assunto da criação,
Pecado, céu, inferno, Deus e salvação.
Cremos que depois da morte vem o nada
Porque quando você pergunta para o morto o que acontece
Eles dizem nada.
Se a morte não é o fim, se os mortos mentiram, então é
Céu obrigatório para todos, exceto, porém,
Hitler, Stalin e Genghis Khan.
Cremos em total desarmamento.
Cremos que existe uma conexão direta entre guerra e derramamento de sangue.
Nós cremos que o homem é essencialmente bom.
Apenas seu comportamento é que desaponta.
A culpa é da sociedade.
Sociedade é a culpa das condições.
Condições são a culpa da sociedade.
Nós cremos que cada homem deve encontrar a verdade
Que é certa pra ele.
Realidade irá se adaptar de acordo.
O universo irá se reajustar.
História será alterada.
Nós cremos que não há verdade absoluta,
Exceto a verdade de que não há verdade absoluta.
Nós cremos na rejeição de nossas crenças,
E o florescimento do pensamento individual.
Se o acaso é o Pai de toda carne,
Desastre é seu arco-íris no céu,
E quando você ouve:
Estado de Emergência!
Franco atirador mata dez!
Tropas enlouquecidas!
Brancos saem para roubar!
Bomba explode escola!
Não é nada senão o som do homem adorando seu criador.
(Steven Turner, jornalista britânico; tradução: Marina F. Garner)