terça-feira, julho 07, 2009

Scientific American despreza criacionistas

No começo deste ano darwinlátrico, várias revistas dedicaram capas em homenagem aos 200 anos do "maior cientista de todos os tempos", o naturalista Charles Darwin. A prestigiada Scientific American Brasil, uma das poucas revistas realmente científicas neste país, também embarcou na onda. Os artigos da edição especial são bons e informam com precisão o que é o darwininsmo. O problema é quando tratam do criacionismo... O tom é, para dizer o mínimo, além de beligerante, ofensivo. O leitor (da revista e deste blog) Victor Reis Almeida, estudante de Física da Ufes, escreveu o seguinte e-mail para os editores da Scientific:

"Boa tarde, meu nome é Victor, moro em Vitória no Espirito Santo, sou estudante de Física da Universidade Federal do Espirito Santo, e venho por meio deste externar minha profunda decepção com a revista Scientific American. Estive lendo a materia que fala das 'manobras mais recentes do criacionismo', na edição especial nº 81, de fevereiro de 2009. Até então, achava que a revista Scientific American era séria e imparcial em suas matérias. Depois de ler essa tal matéria, pude ver que a revista expressa o pensamento de meia dúzia de pessoas que a escrevem. Desculpe-me por estar falando nesses termos, mas vocês foram um tanto quanto desrespeitosos no que publicaram a respeito do criacionismo.

"(...) A revista não poderia tratar o criacionismo como sendo uma coisa qualquer, por que até onde eu sei, tanto o criancionismo quanto o evolucionismo ainda não podem ser totalmente provados cientificamente, então, eles estão em pé de igualdade. Os dois são apenas teorias. Aceitar tanto um quanto o outra é questão de se acreditar; questao de fé.

"A parte mais ridícula da matéria é o box 'O que fazer', em que a revista estimula o leitor a derrubar votações a favor do criacionismo, a não obedecer as propostas criacionistas, entre outros, ao invés de incitar o leitor a ter uma discussão crítica a respeito do criacionismo e do evolucionismo.

"Enquato a revista Scientific American tratou somente do evolucionismo, só tenho elogios a tecer, pois ela alcançou seus objetivos de levar ao leitor informações a respeito do evolucionismo, que era o que o leitor buscava, ao se julgar pela capa. Quando a revista começa a atacar o criacionismo de forma desrespeitosa, perde o foco e toda a sua credibilidade. Quando a gente quer levar nossa ideia ou pensamento adiante, não é atacando o outro que não pensa como nós que conseguiremos nossos objetivos, e sim defendendo nossas ideias, enaltecendo nossos pensamentos.

"Fica aqui meu protesto."

Bem, pelo menos o editor Ulisses Capozolli se dignou responder o e-mail do Victor, com um simples e lacônico:

"Seu protesto está sendo levado em conta. Obrigado por sua mensagem e boa sorte."

Este é o problema das revistas jornalísticas e de divulgação científica: elas levam em conta nosso protesto, e só. Quando não fazem como o Marcelo Leite, da Folha, que disse que simplesmente não dá espaço, raramente vão atrás das fontes criacionistas que tenham alguma credibilidade. Até hoje, não se viu uma revista que tenha dedicado as "páginas amarelas" para entrevistar um teórico criacionista ou do Design Inteligente. Assim, fica difícil...