domingo, agosto 23, 2009

Projeto Atlanta 2010: O sinal para partir

Depois do término do Desafio São Paulo, no qual corri e pedalei por quase todo o Estado num percurso de 2.172 km, resolvi continuar o avanço em direção aos demais países da América do Sul. Elaborei um projeto no qual terminaria este continente em três etapas: Chile e Bolívia, Peru, Equador e Colômbia. Por último, iria para a Venezuela e as Guianas. Depois de tudo planejado, sai em busca de patrocinadores, como sempre faço nessas maratonas. Enquanto aguardava a resposta, passava dias analisando o melhor caminho em cada país e qual a maneira de alcançar mais objetivamente o objetivo de minhas viagens: pregar o evangelho por meio do esporte.

Nessa busca por informações me deparei com um anúncio em um site sobre a realização da 59ª Sessão da Conferência Geral, em Atlanta, Estados Unidos. Então, acendeu uma luzinha em minha mente sobre a importância de eu ir participar desse evento mundial da igreja adventista do sétimo dia. Já que pretendo visitar todos os países, essa seria uma oportunidade ímpar para falar a uma grande quantidade de adventistas e líderes mundiais sobre o ministério do Atleta da Fé.

Verificando a data do início e término do evento, e considerando o ritmo de viagem diário, observei que para chegar lá com uma margem de folga para a abertura e ainda passar pelos países da América do Sul e Central, evangelizando de cidade em cidade, com calma, precisaria sair “imediatamente”.

Só que para sair num desafio de meses e meses longe de casa, teria que receber um sinal de que Deus estaria à frente, aprovando a iniciativa evangelística, como sempre ocorreu em outras viagens. E, naturalmente, a concirdância de minha esposa e filhos.

Depois de muitos diálogos e orações, consegui mais esta vez o sim da mulher mais corajosa e amada do mundo: a Francis. Depois, foi fácil receber o apoio do Grégori e da Glendali, que são crianças tementes e amantes da causa de Deus. Na verdade, quando deixo meu lar para ir a terras distantes, tenho em mente a seguinte promessa: “Todo aquele que deixar casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna” (Mt 19:29).

Foi muito importante receber o aval da esposa e dos filhos, no entanto, necessitava de algo ainda mais significativo para me lançar de peito aberto nesse projeto: um sinal dos Céus. Uma manifestação da glória de Deus junto a mim para me revestir de uma fé inabalável e confiança sem limites no poder do altíssimo em favor do ministério do atleta da fé.

O sinal foi dado de uma forma estranha, mas que me fez acreditar fielmente no amor e misericórdia de Deus para livrar e salvar. Vejam o que ocorreu com minha esposa, poucos dias antes da data marcada para eu ir a Brasília, a fim de levar o projeto ao líder de Jovens da Divisão Sul-Americana, pastor Otimar Gonçalves. Ela estava na casa da mãe e tomava banho. De repente, se desequilibrou e caiu, batendo com as costas no vaso sanitário. A pancada foi muito forte e próximo à coluna vertebral. Quando a socorri, assustei-me porque ela não conseguia se levantar. Nesse momento, fiz uma oração e pedi a Deus que estendesse a mão sobre ela e a sustentasse nessa hora de dor.

Com cautela e atenção, removi-a do banheiro e a coloquei em um carro. Ela sentia dores intensas. Quando chegamos ao hospital, foi necessária uma cadeira de rodas, porque ela não se sustentava nas pernas. Minha preocupação era que ela tivesse sofrido algum tipo de traumatismo na coluna e não pudesse mais andar. Também poderia ter quebrado ou fraturado alguma costela ou ossos na região pélvica. Ainda havia a possibilidade de afetar órgãos internos.

Percebi que necessitava que Deus realizasse um milagre. Enquanto ela estava sendo examinada e tirando várias radiografias, eu orava e orava. Pela fé senti a presença do Todo-Poderoso junto a nós. A resposta foi imediata. Recebi minutos depois a informação de que ela não tinha quebrado ou fraturado qualquer osso. E, aparentemente, todas as funções orgânicas estavam normais. Tenho convicção de que a mão do anjo do Senhor a livrou de receber a pancada da queda direto na coluna, o que, se ocorresse, a deixaria sem andar.

Os médicos disseram que ela deveria ficar vários meses sentindo aquelas dores e que teria que ficar de cama em repouso absoluto (e isso impediria que eu iniciasse a viagem planejada). Então, aproveitei esse momento trágico, em que estávamos todos agarrados em oração a Jesus, para pedir-Lhe que levantasse minha esposa da cama e a restabelecesse totalmente a fim de que eu pudesse viajar para cumprir o Seu chamado. Dou glórias a Deus por atender minha oração porque ela deixou a cama dentro de alguns dias e passou a fazer suas atividades normais em tempo recorde para um acidente dessa natureza. Depois que retornou ao medico e fez novos exames, inclusive uma ultrassonografia, foi constatado que seu corpo estava completamente sarado.

Assim, é baseado na mão poderosa do Deus que sirvo para livrar, proteger e guardar, que resolvi partir para mais uma missão aparentemente inacessível, mas que será conquistada graças à fé depositada naquele que não posso contemplar com olhos carnais, todavia, posso tocar e sentir com o poder da fé. Inclusive, posso orar assim:

“Em ti, Senhor, confio; nunca me deixes confundido. Livra-me pela Tua justiça. Inclina para mim os Teus ouvidos, livra-me depressa; sê a minha firme rocha, uma casa fortíssima que me salve. Porque Tu és a minha rocha e a minha fortaleza; assim, por amor do Teu nome, guia-me e encaminha-me” (Sl 31:1-3).

Dias depois, peguei um empréstimo para viajar até Brasília e de lá para Manaus e Boa Vista. Hoje, vivo a realidade de percorrer os primeiros quilômetros na Venezuela, o primeiro desafio desta viagem transcontinental.

Venha comigo, porque Deus está aqui.

(George Silva de Souza, atleta e autor livro Conquistando o Brasil)