domingo, novembro 29, 2009

Sequenciamento genético: a frustração

Quando a molécula de DNA foi descoberta, em 7 de março de 1953, pelo estadunidense James Watson e pelo britânico Francis Crick, ficou claro que a ciência se deparava com um dos maiores avanços científicos do século. A partir de então, muitas teorias e especulações foram propostas a respeito do funcionamento da molécula e de suas consequencias para o futuro da humanidade. A ciência chegou a acreditar ser possível traçar, com perfeição, as doenças que uma pessoa teria durante a vida, antes mesmo de ela nascer. Com o anúncio do sequenciamento genético humano, há poucos anos, a ciência parecia tangenciar a ficção científica, em que se afigurava a criação de órgãos para transplantes sem rejeições, medicina preventiva, super-humanos, etc.

No entanto, com o passar dos anos, os cientistas ligados à área tiveram algumas desilusões. Isso tem se mostrado em vários estudos conduzidos sobre a correlação de trechos do DNA e o risco de doenças. Em um artigo publicado recentemente na revista Science, dois pesquisadores (Suíça e Estados Unidos) afirmaram que o homem está muito mais sujeito ao ambiente e seu estilo de vida do que outrora se imaginava, dando ao DNA um papel bem mais humilde do que os anteriores.

Embora a molécula continue sendo uma das mais fantásticas criações conhecidas no Universo, a ciência tem, seguidamente, comprovado que o homem tem cada vez menos apoio para descansar na predestinação e cada vez mais responsabilidades quanto ao seu próprio bem-estar.

"Uma meta factível de saúde pública que merece destaque é identificar, para cada indivíduo, fatores no seu estilo de vida que representem riscos particularmente elevados de doenças crônicas", dizem os pesquisadores.

Essas conclusões já estavam disponíveis há três milênios... E ganharam uma forcinha há 150 anos...

(Em Defesa da Verdade)

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