terça-feira, dezembro 01, 2009

Organizações de direitos humanos e videogames

O canal televisivo BBC veiculou reportagem sobre duas organizações defensoras dos direitos humanos, Trial e Pro Juventute, que afirmam que os videogames podem ser prejudiciais à vida por violarem diversas leis internacionais. Os grupos Trial e Pro Juventute encomendaram um estudo, cujos objetos de pesquisa são títulos de videogames, tais como 24: The Game, Call of Duty 4: Modern Warfare, Far Cry 2 e Metal Gear Solid. O objetivo era descobrir se “determinadas cenas e os atos cometidos por jogadores (virtualmente) constituiriam violações de leis internacionais (no mundo real)”, explica a reportagem. Os grupos acreditam que os videogames possam estimular a violação das leis reais e defende a proibição de produções.

O estudo diz que há jogos que descumprem várias leis internacionais, entretanto não conclui dizendo se isso estimula ou não as pessoas ao descumprimento das leis reais. John Walker, editor do site Rock Paper Shotgun, defende a liberdade de expressão dos videogames, mencionando como exemplo a polêmica cena no aeroporto russo, em Call of Duty: Modern Warfare 2, dizendo que se trata de um jogo para adultos, inclusive classificado pela ESRB como “recomendado para maiores de 18 anos”.

A cena coloca o jogador no papel de um dos integrantes de um grupo terrorista. Cabe ao jogador decidir o que fazer, se atira ou não nos inocentes transeuntes. Conforme explica o estúdio produtor de Modern Warfare 2, “não é preciso atirar, você escolhe se vai participar ativa ou passivamente do ataque terrorista ou, ainda, tem a opção de pular completamente a cena”.

Walker teme que esse tipo de pesquisa possa estimular a censura nos videogames e defende-os como uma forma de expressão, como a pintura, a música e o cinema. (...)

“Existindo ou não regras de guerra, a escolha de inserí-las em um videogame deve ser feita pelos artistas exclusivamente para melhorar a experiência do jogador”, defende Jim Rossignol, jornalista especializado na indústria de videogames e escritor do livro The Gaming Life: Travels in Three Cities. (...)

(Jornal do Brasil)

Nota: Em meu livro Nos Bastidores da Mídia há um capítulo no qual analiso os problemas relacionados aos videogames.[MB]