domingo, janeiro 03, 2010

Época de matrícula e boas escolhas

Quem conhece, sabe que a centenária rede mundial de escolas adventistas tem como objetivo educar para a vida e para a eternidade. Por isso, além de se preocupar com os conteúdos acadêmicos, visa também a formação ética, moral, social e espiritual de seus alunos. E quanto aos livros e apotilas da rede? Você conhece esses materiais produzidos pela Casa Publicadora Brasileira? Atualmente, a educação adventista produz materiais didáticos para todas as disciplinas - com um diferencial especial. Com a palavra, a editora de livros didáticos de ensino médio da CPB, Adriana Teixeira:

Descreva brevemente o material didático da rede adventista.

Todo o conteúdo para o ensino médio está dividido em dez fascículos para cada disciplina, que podem ser usados pela escola da maneira que ela achar melhor. Fizemos (CPB e representantes da rede adventista) a distribuição dos conteúdos levando em conta um padrão, mas existem escolas com realidades diferentes e com necessidades diferentes; por isso, surgiu a ideia de se fazer o material fasciculado, para que haja flexibilidade na adequação da grade curricular de cada escola.

Fora os dez fascículos, a CPB preparou mais quatro fascículos para cada disciplina, que fazem parte da nova linha de materiais: Sistema Inter@ativo de Ensino Pré-vestibular. Nesses novos fascículos, o enfoque é o vestibular. Há esse enfoque nos dez primeiros fascículos também, mas nos do Pré-vestibular estão os principais conteúdos contemplados nos principais vestibulares do País. O interessante é que esses quatro novos fascículos não descartam os dez fascículos do ensino médio. Em todo o momento há menção aos fascículos do ensino médio, e os alunos devem retornar a eles e reler os tópicos com mais detalhes. Ao fim do terceiro ano, o aluno terá em sua biblioteca particular um total de 126 fascículos, que poderão ser usados para estudar para um próximo exame.

O ponto forte do material do Pré-vestibular é a quantidade de exercícios (questões de Vestibular e Enem). Existe a parte teórica também, mas o enfoque é o treino por meio de questões dos mais diversos vestibulares (há fascículos de Pré-vestibular com mais de cem questões). Outro ponto forte é o uso das capas como espaço para dicas, tanto dos principais conteúdos cobrados nos exames, como dicas de estudo, de comportamento no dia da prova, de alimentação para que se tenha um bom aproveitamento, dicas de leitura, de produção de texto, de sites que auxiliem na busca da universidade, de como fazer a inscrição, dicas sobre o novo Enem, etc. Acompanha esse material um CD-ROM que tem mais de 20 mil questões de vestibulares, Enem, concursos públicos, olimpíadas, vestibulares seriados. No CD do terceiro ano há também um gerador de simulados, em que o aluno pode gerar inúmeras provas (de forma randômica), pode ainda gerar provas de uma disciplina específica (com dez questões cada prova) ou provas com cem questões de várias disciplinas. Ah! Os alunos podem ter também, nesse gerador de simulado, o gabarito das questões e uma porcentagem de acertos e erros.

A escola recebe um simulado para cada fascículo e pode aplicá-lo da maneira que achar melhor. No ensino médio, o aluno fará dez simulados e no Pré-vestibular mais quatro.

Queria mencionar mais pontos fortes, como os do material de Português, que tem mais de um módulo sobre os gêneros que mais caem nos vestibulares; o material de Inglês, que tem a lista de verbos irregulares e um monte de questões de interpretação de texto; o de Química, que tem exercícios resolvidos passo a passo; o de História, com esquemas-resumos dos principais acontecimentos; o de Literatura, com enfoque para os livros cobrados no vestibular; etc... Mas você disse pra eu ser breve, né?

Há pessoas que pensam que não dá para conciliar o preparo para a universidade com a preocupação em se fornecer valores morais, a formação do caráter. Como você vê isso? Esses novos materiais têm essa preocupação?

Os materiais da CPB, na verdade, não são da editora, são da Rede. Eles são encomendados da rede adventista, prova disso são as comissões e seus componentes (diretores do Departamento de Edecação, coordenadores, suportes pedagógicos – um professor de cada União Adventista, de cada disciplina, que lê todas as provas antes de o material ficar pronto), as capacitações – em que os professores podem dar sugestão na produção do material. Por isso, a educação adventista não é só boa no ensino de valores morais (que estão distribuídos em todas as disciplinas, com ênfase nos materiais de Ensino Religioso, Sociologia e Filosofia), mas na preparação para a universidade (quer seja pública ou privada, como as nossas), caso contrário, não encomendaria, nem conseguiria usar os materiais que produzimos.

Fora isso, temos crescido em número de terceirões e cursinhos adventistas. No Sul, isso já é bem forte, e o material do Sistema Inter@tivo veio para reforçar isso em todo o País.

A propósito, tivemos que adaptar pouca coisa em nossos materiais para atender às exigências do novo Enem, que enfocou, além de conteúdos específicos, questões relacionadas à vida (isso já fazemos!).

Como equalizar ensino de valores com educação forte e preparatória para a universidade?

Difícil responder a essa questão com poucas palavras. Se analisarmos os materiais didáticos da CPB, desde a pré-escola até o pré-vestibular, conseguiremos enxergar a preocupação com o ensino de valores atrelada à preocupação com o ensino dos conceitos (e posso dizer com segurança que isso também se enxerga nas escolas e na prática pedagógica dos professores). Aliás, essa era a minha maior questão antes de trabalhar aqui na editora adventista. Trabalhei por cinco anos em outras editoras de livros didáticos e não conseguia entender como a CPB conseguia essa junção. Só depois que vim pra cá foi que consegui entender que primeiramente, e acima de tudo, Deus está à frente dessa desafiante tarefa. Entretanto, apesar de ser desafiante, as coisas acontecem de modo espontâneo. Os autores, que têm esses valores, conseguem aplicá-los a conceitos de uma forma incrível. Temos seções como “O átomo revelando Deus”, no material de Química, boxes com alertas para o cuidado com o meio ambiente em Química, Geografia, Biologia (onde se fala em bioética também); nos materiais de Matemática há uma seção chamada “Matemática da vida”, em que há depoimentos de profissionais de várias áreas contando como aquele determinado conceito foi útil em algum aspecto da vida; nos materiais de Ensino Religioso há depoimentos de alunos, jovens recém-formados, professores, doutores que expõem seus pontos de vista sobre os assuntos abordados (violência, sexo, drogas, visão religiosa, etc.).

Eu poderia citar muitos, mas muitos outros exemplos, o que demandaria páginas e mais páginas no seu blog, pois é incrível a quantidade de aplicações de valores das mais variadas formas e nos mais variados momentos do estudo. Tudo o que mencionei é com relação aos materiais didáticos (que são, como já disse, um meio, não um fim). Imagine que proporções isso pode tomar nas mãos de um professor que tem seus valores a passar...

Equalizar o ensino de valores com educação forte e preparatória para o Vestibular é o que tentamos fazer tanto em nossos materiais como em nossas salas de aula. É lógico que o ensino de valores tem peso maior nas séries do ensino fundamental, principalmente porque é nessa fase que o aluno ainda está “aprendendo a ser cidadão”. No ensino médio, não deixamos de lado esses valores, como tentei mostrar ao dar os exemplos, mas o peso, principalmente no Pré-vestibular, é a preparação para o Vestibular. Ressalto que os valores não são deixados de lado, mas as seções que ajudam nessa tarefa aparecem em número menor.

Como você se sente participando desse processo de produção de materiais que educam e formam o caráter de milhares de pessoas?

Participar da produção desses materiais, para mim, é mais do que um privilégio, é um desafio maravilhoso que Deus colocou em minha vida!