segunda-feira, janeiro 25, 2010

Projeto Atlanta: depois da tempestade vem a bonança

Quando abri os olhos no dia seguinte ao quase naufrágio nas águas do Mar do Caribe, senti grande paz interior. Paz que me trouxe uma sensação de força e poder. Poder para ousar, para lutar e vencer. Foi gostoso despertar e sentir ao meu lado o Senhor dos Exércitos que me dará a vitória sobre os obstáculos que surgirem em meu caminho até Atlanta, nos Estados Unidos.

Depois da Colômbia, tenho a impressão de que tudo será mais fácil física, mental, espiritual e até materialmente. Este último fator se baseia em um menor desgaste da “gorducha”, uma vez que não terei montanhas gigantes para subir. Havendo menor desgaste, haverá menor quebra de peças e, consequentemente, menor despesa com peças de reposição. Gastando menos com equipamentos para a bike, terei mais recursos para comer e pagar as pousadas nas cidades onde não encontro quem me receba em casa.

Saí da pousada às 6h30 da manhã. Pedalei 85 km por uma estrada estreita, asfaltada, até que cheguei a Colon, primeira cidade grande no Panamá. Ali estão as eclusas que permitem a transposição dos navios do Oceano Atlântico para o Pacífico. Alcancei a cidade por volta das 13h. Não tinha endereço de ninguém. Apenas a informação de haver uma escola adventista. Sai perguntando e encontrei. Localiza-se em um bairro nobre. Entreguei a carta de recomendação e pedi apoio para dormir. A diretora pediu a um dos funcionários que me levasse até uma pousada. Combinamos que eu voltaria no dia seguinte para fazer uma palestra em uma das salas de aula sobre o Projeto Atlanta e a seguir pegaria a estrada em direção à Cidade do Panamá, capital deste país.

No dia seguinte, acordei cedo e me dirigi à escola. Às 9h30 comecei a palestra. A diretora assistiu e gostou tanto que me levou para fazer o mesmo em todas as salas. A vice-diretora ligou para um canal de TV local e vieram à escola fazer uma entrevista sobre esta viagem continental. Fui entrevistado enquanto dirigia palavras de ânimo aos alunos para viverem um estilo de vida saudável e confiarem a vida a Jesus.

Terminadas as palestras e a entrevista, comecei a preparar a “gorducha” para a próxima etapa de 100 km, quando chegou o pastor distrital e me convidou para ficar alguns dias em sua casa e ajudá-lo em um programa evangelístico. Então passei a quinta, a sexta e o sábado em Colon e preguei e testemunhei em três templos, nos quais não senti apenas a presença, mas a mão de Deus convertendo corações. Nada substitui o testemunho pessoal. Deus seja honrado pelas maravilhas e as decisões que presenciei em Colon, graças à atuação do Espírito Santo.

Que bom que Ele me livrou das garras das Farcs e das tempestades no mar do Caribe. Estar no Panamá é uma glória. É uma vitória em honra do meu Criador e Redentor.

Com a vida e nossos planos nas mãos de Deus, podemos dizer tranquilos: depois da tempestade sempre vem a bonança!

Estou quase deixando Colon para viajar mais 100 km. Levarei boas recordações daqui. Chegarei a Atlanta com elas. Escreverei para a posteridade.

Sigo para os Estados Unidos de bicicleta. Minha bike se chama “gorducha”. Ela é pesada. É forte. Estou montado nela e nos braços de Deus.

Venha comigo porque Ele está aqui. Até breve.

(George Silva de Souza, atleta e autor livro Conquistando o Brasil)

Nota: O Atleta da Fé, George Silva, está enfrentando grandes dificuldades financeiras para prosseguir nessa missão esportivo-evangelística e precisa urgentemente fazer uma revisão na bicicleta. Ele não me pediu isso, mas eu convido: se você puder colaborar de alguma maneira, escreva para ele: georgepalestras@yahoo.com.br