segunda-feira, junho 14, 2010

A mulher deve ser virgem ao casar?

Comprei a reimpressão da revista Realidade de janeiro de 1967, que na época foi apreendida pelo governo militar. Estou degustando aos poucos (como fazia nos meus tempos de UFSC) as reportagens bem escritas e em profundidade que caracterizaram essa revista que deixou saudades. A última página trazia a seção “Brasil pergunta”, e, nessa edição, a questão tratada é a seguinte: “A mulher deve ser virgem ao casar?” Gostei da resposta dada pela radialista Sarita Campos (mantive o português da época, como está na revista): “Seria ideal para um homem que sua futura espôsa fôsse pura e virgem. A pureza, no entanto, pode existir independente da virgindade. Há môças virgens que são levianas, fracas, sem escrúpulos, mas que conservam a virgindade como garantia de casamento. Há môças que por inexperiência, falta de vigilância, ou excesso de amor e confiança perderam a virgindade. E no entanto são môças dignas, sérias, excelentes para o casamento. Recebo cartas de rapazes desorientados que me perguntam se devem ou não casar com a môça que confessou ter perdido a virgindade. E eu os aconselho a estudar a fôrça de seu caráter e a casar-se se chegarem à conclusão de que ela merece o seu amor. Acho que a môça deve se conservar virgem e pura, ilustrando o seu espírito e precavendo-se contra os aproveitadores que delas se utilizam apenas para seu prazer físico. A môça noiva deve se fazer respeitar pelo noivo, a namorada pelo namorado, a mulher pelo homem.”

Nota: Os conselhos de Sarita continuam oportunos e sábios, mesmo depois de quatro décadas. Eu apenas acrescentaria o seguinte: tudo o que ela escreveu se aplica também ao homem.[MB]