quinta-feira, julho 15, 2010

Curetagem após aborto lidera cirurgias no SUS

A curetagem após aborto foi a cirurgia mais realizada no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 1995 e 2007, segundo levantamento do Instituto do Coração (InCor), da Universidade de São Paulo. Com base em dados do Ministério da Saúde, os pesquisadores analisaram mais de 32 milhões de procedimentos nesse período. Os dados foram publicados na revista Plos One. Ficaram de fora cirurgias cardíacas, partos e pequenas intervenções que não exigem a internação do paciente. "Procuramos analisar o perfil epidemiológico das cirurgias que tinham um porte médio ou grande e, portanto, potencial maior de complicações", diz a médica Pai Ching Yu, autora da pesquisa. Ela explica que tanto partos como cirurgias cardíacas são habitualmente estudados separadamente por terem características muito peculiares.

Entre os 1.568 tipos de procedimentos avaliados, as curetagens ficaram na frente, com 3,1 milhões de registros. Em seguida vieram as cirurgias para correção de hérnia (1,8 milhão), retirada de vesícula (1,2 milhão), plástica de vagina e períneo (1,1 milhão) e retirada do apêndice (923 mil). "As informações disponíveis no Datasus não permitem diferenciar a curetagem resultante do aborto espontâneo da do provocado", explica a autora do estudo.

Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a maioria das curetagens realizadas é decorrente de aborto provocado. O médico Thomaz Gollop, coordenador do grupo de estudos sobre o aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, concorda. "A maior parte dos abortamentos espontâneos não exige internação. As complicações são quase absolutamente resultantes de abortos provocados", diz. Pela legislação brasileira, o aborto só é permitido nos casos de estupro ou quando a gravidez representa risco para a vida da mãe. Também é possível obter autorização judicial quando o feto possui anomalia incompatível com a vida, como anencefalia.

(Veja)

Nota: É de se supor que a grande maioria dos abortos provocados seja feita por jovens que engravidam sem desejar. É lamentável que a vida humana seja tratada dessa maneira. Preocupado com os gastos do SUS, o que deverá fazer o governo? Campanhas a favor do sexo responsável no contexto matrimonial? Defenderá a virgindade e a família? Duvido! Certamente optará pelo caminho mais curto: legalização do aborto e intensificação de campanhas pelo uso do preservativo. A camisinha pode até preservar a jovem de uma gravidez precoce, mas quem vai preservar sua dignidade e seus sentimentos? A mídia libertina e o governo é que não.[MB]