sexta-feira, julho 09, 2010

Justiça autoriza horário alternativo para adventista

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso confirmou nesta quinta-feira (24) a decisão proferida em 16 de junho que autoriza um candidato adventista a fazer o vestibular para o curso de medicina na Universidade de Cuiabá (UNIC), em horário alternativo, após as 17h30, neste sábado (26). Os demais alunos farão a prova a partir das 14h. O aluno entrou na Justiça com pedido de liminar na comarca de Cuiabá no dia 10 de junho. A decisão favorável em primeira instância veio em 16 junho, porém a UNIC recorreu. Com a decisão desta quinta, não cabe mais recurso e o aluno poderá fazer o exame no horário estipulado. O juiz determinou que o candidato seja mantido incomunicável a partir das 14h até o início de sua prova, sob vigilância de pessoas da universidade. Ele terá quatro horas para finalizar o exame – o mesmo tempo dos demais candidatos.

Os religiosos da Igreja Adventista do Sétimo Dia têm como regra resguardar o sábado.

A assessoria de imprensa da universidade afirmou que não terá dificuldades para aplicar a prova ao estudante. Segundo a universidade, a tentativa de reverter a decisão teve o objetivo de tornar o processo seletivo mais seguro.

(G1 Notícias)

Nota: A verdade é que nenhum adventista gosta de recorrer à Justiça para ter resguardados seus direitos de cidadão. Tudo o que se quer é a garantia de que a consciência e o senso de dever para com Deus não serão violados pelas leis dos homens. Claro que quando esse conflito for realmente inevitável, o fiel ficará do lado da lei de Deus. O que chama atenção na matéria acima são as palavras da assesoria de imprensa da universidade, segundo a qual não há dificuldades para aplicar a prova ao adventista. Se não havia dificuldades, por que complicar a vida do vestibulando? Por que dificultar o ingresso dele na vida acadêmica, quando o que ele quer é ter garantido seu direito à liberdade de crença e consciência, ao mesmo tempo em que também não quer ter violados seus direitos de cidadão? No afã de tornar "o processo seletivo mais seguro", o ser humano foi colocado em segundo plano. Atualmente, há muitos centros acadêmicos que respeitam os direitos das minorias. Que esses sirvam de exemplo. Não custa nada.[MB]