segunda-feira, novembro 08, 2010

Ideia de nudez

Folheando a revista Alfa Homem da editora Abril de outubro, deparei-me com uma matéria interessante cuja presunção seria explicar por que cada vez mais mulheres estão investindo em “books sensuais”. A matéria ainda mostra fotos de mulheres comuns produzidas, fotografadas e photoshopadas, como as que encontramos em qualquer revista masculina. Elas economizam, fazem dieta, malham e se preparam para isso. Depois presenteiam seus maridos e namorados, ou até guardam para si. Outras ainda exibem o material em sites de relacionamentos. O curioso é a explicação de especialistas, na revista: para alguns especialistas, essa onda exibicionista é um novo rito de passagem na fascinante mitologia feminina. Segundo eles, a vontade de tirar a roupa é um novo tipo de emancipação.

“A mulher desenvolve muito cedo o olhar para si mesma, pois é educada para atender os outros e ser agradável”, diz o psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir. “Esses ensaios são uma forma nova de exercitar essa cultura de exibicionismo.”

Cada vez mais a sociedade tem imposto às mulheres padrões elevadíssimos de beleza, padrões tão difíceis de alcançar que as beldades que os exibem precisam de muita dieta, malhação, tratamento estético de última geração e cirurgias plásticas. E tudo, claro, retocado ou transformado pelo Photoshop antes de ir para as páginas das revistas. Ninguém consegue perceber que isso é supérfluo demais? Os homens não conseguem compreender que o que está na revista e os excita tanto é uma farsa? Toda mulher tem celulite, toda mulher tem TPM, e toda mulher tem uma beleza impossível de ser retratada.

Sabe o que as mulheres estão querendo dizer aos maridos quando os presenteiam com uma revista de si próprias? “Se você quer uma mulher produzida, maquiada, numa bela lingerie e corrigida no Photoshop, aqui está a sua mulher como você gosta de ver.” E em seu íntimo está gritando: “Pelo amor de Deus, olhe pra mim!”

Em que momento da história dos relacionamentos o homem passou a acreditar que sua mulher não se importa se ele compra, assina, coleciona revista de mulheres nuas? Que as fica admirando e se excitando por elas?
Que homem gostaria que sua mulher fizesse isso? Que homem ficaria satisfeito se sua mulher comprasse, assinasse, colecionasse revistas de homens nus para os mesmos fins?

Aí a mulher pensa: “Já que ele gosta de revista, vou dar uma minha pra ele não precisar comprar de outras mulheres.” Mas e a variedade? Logo o presente deixará de ser novidade. E essa mulher não poderá presenteá-lo eternamente assim, porque seu corpo não ficará eternamente belo. E as revistas sempre terão novas mulheres, sempre jovens e atraentes. Em resumo, essas mulheres estão correndo atrás do vento.

O ser humano, homem e mulher, é importante demais para isso; eles são belos demais pra isso, e não falo de uma beleza estética. Somos dotados de inteligência e sentimentos nobres. Essa beleza, sim, deve ser valorizada.

Por isso Deus recomendou que o homem escolhesse sua mulher na juventude e casasse com ela formando uma só carne. Desfrutasse de sua beleza e juventude enquanto seus sentimentos fossem se solidificando e com o passar do tempo se amassem cada vez mais, não pelo que vissem, mas pelo que conhecesse dela.

A sociedade está cada vez mais distante do plano divino para nossa vida, por isso os homens e mulheres têm perdido o melhor e mais nobre da vida, buscando dinheiro, poder e beleza. Seguindo o padrão inatingível que o mundo impõe, para ao fim ficarem deprimidos, frustrados e doentes por estarem vazios como sepulcros caiados.

Sobre as mulheres das revistas: “A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão” (Levítico 18:16).

Sobre a mulher da sua casa: “Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente” (Provérbios 5:19).

(Acervo de Ideias)