quarta-feira, dezembro 22, 2010

Conversa com um estudante de Paleontologia

Formado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, campus Engenheiro Coelho, e futuro mestrando em Paleontologia pela Universidade de Loma Linda, Califórnia, Estados Unidos, o brasileiro Kleber Mereth do Amaral participou de escavações com equipes de paleontólogos adventistas da Southwestern Adventist University. Nesta entrevista, concedida ao jornalista Márcio Tonetti, Kleber fala um pouco sobre essa experiência e seu gosto pela área:

Quando surgiu o interesse pela paleontologia?

Meu interesse por paleontologia existia antes de cursar Teologia. Como tenho um irmão e uma prima que são biólogos, e uma irmã professora, percebia os pontos conflitantes existentes entre a fé e o que eles estudavam, ou seja, as informações que recebiam. Antes de cursar Teologia, a área de ciências já me atraía. Entretanto, Deus me levou por alguns caminhos que não compreendia bem, mas que aceitei. E se tivesse estudado ciência sem ter uma base teológica, talvez abandonasse a fé.

Estudando Teologia, percebi que poderia direcionar meu interesse anterior por ciência para poder levar pessoas sinceras a Cristo. Pessoas que são enganadas por informações incorretas que recebem.

Você participou de alguma expedição com paleontólogos?

Participei de um grande projeto que existe há pelo menos dez anos na Universidade Adventista do Texas (Southwestern Adventist University), e é dirigido pelo Dr. Art Chadwick, Ph.D. O projeto tem como objetivo encontrar novos fósseis, identificá-los, catalogá-los e expô-los no museu virtual da universidade.

Também participei de outra expedição em agosto de 2009, no Peru, com o Dr. Raul Esperante (do Geoscience Research Institute, emLoma Linda). Pesquisamos fósseis de baleias que foram encontrados na região.

Ao participar dessas expedições e visitas a sítios paleontológicos e se deparar com fósseis, até que ponto isso fortaleceu sua fé?

Fortaleceu muito, pois pude tocar e perceber claramente evidências de que o Dilúvio foi um evento real e que teve uma magnitude que não podemos imaginar.

Que descobertas cientificas recentes na paleontologia reforçam suas convicções em uma catástrofe global por ocasião do Dilúvio, conforme lemos na Bíblia?

As descobertas de fósseis de baleias no Peru, por exemplo, bem como outras descobertas não somente no campo da paleontologia, têm reforçado minha convicção em uma catástrofe global. Assim como os estudos na área da genética e pesquisas no campo da geologia têm levado inúmeros cientistas a crer em um Criador do universo.

Que elementos o levam a crer que esses fósseis de baleias são evidências do Dilúvio?

Essa descoberta é importante porque os fósseis estão a uma distância média de 120 km da costa do Peru, e a uma altitude de aproximadamente 400 metros acima do nível do mar. Isso reforça a ideia de uma catástrofe, aos olhos dos criacionistas. Ao participar de escavações, quaisquer que sejam, você pode perceber que as catástrofes modificam muito rapidamente o que aos olhos dos naturalistas levaria milhões de anos para se formar. Por isso, levar em conta uma catástrofe é importante para entender alguns eventos que não compreendemos até agora.

Como a comunidade cientifica reage diante de descobertas como essa?

Alguns cientistas tentam justificar e atacar as áreas de estudos dizendo que essas pesquisas estão influenciadas por dogmas, por concepções religiosas, lançando descrédito sobre esses trabalhos. Também tentam impedir a publicação dos resultados em revistas de divulgação científica renomadas.

Como você pretende utilizar no seu ministério esses conhecimentos adquiridos?

Pretendo usar o conhecimento adquirido para informar jovens e lhes fornecer material para compreenderem as bases do criacionismo, e conhecerem muitas evidências científicas que reforçam a veracidade das narrativas bíblicas.

Conforme está escrito em Romanos 1:20, Deus Se revela através das “coisas que foram criadas”. A palavra empregada no texto que expressa essa ideia é poiema. Meu objetivo é ajudar outros a lerem mais o poiema e identificarem seu Autor; e o mais importante: relacionar-se com Ele e aceitá-Lo com Senhor das suas vidas.