quarta-feira, março 16, 2011

O futuro da UE já estava escrito em Daniel 2

A chanceler alemã, Angela Merkel, tem o futuro da Europa nas mãos. Como maior credor do continente, a Alemanha tem o poder de resolver da crise de dívida governamental na zona do euro. Como gigante econômico da Europa, é ela quem determina as direções da União Europeia [UE]. E no momento, a Europa ruma em um caminho que pode desviar a união do liberalismo econômico, correndo risco de separação, e até mesmo de uma saída do Reino Unido. Merkel parece seguir rumo ao perigo como uma sonâmbula. Apesar de seus celebrados instintos e habilidades como política, ela parece não ter uma visão para a UE. Ela demorou uma eternidade para tomar as rédeas dos problemas da zona do euro, em boa parte porque os eleitores alemães não querem resgatar países mais fracos como a Grécia, a Irlanda e, talvez, Portugal. E, em seus esforços para assegurar a seus conterrâneos de que está impondo a disciplina teutônica aos países periféricos, ela está permitindo que o papel da zona do euro na formação das políticas econômicas da UE tenha um aumento significativo.

Dois encontros nessa semana ilustram esse preocupante desenvolvimento. Uma reunião de 27 chefes de governo da UE será seguido de um encontro da zona do euro que deixará dez deles de fora. Isso pode parecer um procedimento um tanto misterioso por parte de Bruxelas, e de fato, os britânicos, normalmente os mais desconfiados quanto à integração europeia, estão fingindo que os encontros não fazem diferença. Mas outros países que não compõe a zona do euro estão preocupados. Os historiadores podem, no futuro, enxergar esse momento como o momento em que a UE se dividiu em uma área dominante e corporativa (a zona do euro), e uma região menor e mais liberal. Merkel é esperta o suficiente para perceber isso, e certamente não está contente com a ideia, mas não foi suficientemente corajosa para impedir esse processo. [...]

Por que uma Europa seguindo em duas velocidades distintas seria um problema? [Olha o barro e o ferro aí!] Os britânicos defendem sua passividade afirmando que muitas políticas e instituições da UE somente funcionam por não incluir todos os membros – a zona de livres fronteiras, a cooperação defensiva, a ainda embrionária patente da EU. Eles afirmam ainda que a Comissão Europeia e o Tribunal de Justiça Europeu irão deter qualquer aventura do grupo da zona do euro com o mercado único, e se os “de dentro” tentarem alguma ousadia, os “de fora” ainda mantêm poder de veto em questões como impostos e regras de benefícios. Se a zona do euro quer um governo econômico, diz David Cameron, deixe que ela crie um: não nos afetará. [...]

O projeto europeu sempre teve em seu coração uma tensão entre o liberalismo econômico que favorece a abertura para o mundo e um nacionalismo econômico que prefere a criação de fortalezas. Merkel sempre esteve do primeiro lado da disputa. Como política mais poderosa da Europa, ela deve deixar claro que o encontro exclusivo para países da zona do euro neste mês é um encontro especial de emergência, e não o início de algo mais permanente – e mais perigoso.

(Opinião e Notícia)

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