quinta-feira, abril 21, 2011

Apologética para nossos dias

Acabei de ler dois livros muito bons de apologistas cristãos consagrados: Apologética Para Questões Difíceis da Vida, de William Lane Craig (Ed. Vida Nova), e A Morte da Razão - Uma resposta aos neoateus, de Ravi Zacharias (Ed. Vida).

Em seu livro, Craig (que é doutor em teologia e filosofia) mostra que a teologia bíblica pode responder satisfatoriamente questões que têm que ver com nosso dia a dia. Por exemplo: Por que Deus não responde às minhas orações? Se Deus é onipotente, por que o mal existe? Se Deus é tão amoroso, por que sofremos? Qual é o significado do sofrimento para o cristão? Como ele deve lidar com suas dúvidas?

É mais uma contribuição do escritor que vem promovendo incessantemente a ideia de que o cristão pode e deve desenvolver uma fé racional, e deve estar sempre pronto para responder a todo aquele que lhe pedir a razão da sua esperança (1 Pedro 3:15).

Craig também lida francamente com questões espinhosas que envolvem as polêmicas do aborto e da homossexualidade.

Ao propor uma verdade absoluta, cristãos como Craig e outros podem parecer arrogantes e intolerantes. Por isso, logo na introdução de seu livro, o autor avisa: “O cristão está comprometido tanto com a verdade como com a tolerância, porque acredita naquele que não somente disse ‘Eu sou a verdade’, como também declarou ‘amai os vossos inimigos’” (p. 11).

Enfim, é leitura obrigatória para quem quer entender o mundo com as claras lentes da cosmovisão cristã.

A Morte da Razão é uma resposta ao livro Carta a Uma Nação Cristã, do ateu militante Sam Harris, mas bem pode ser lido como uma resposta breve ao neoateísmo de modo geral, defendido por figuras como Dawkins, Hitchens, Dennett e outros. O indiano Ravi Zacharias sabe muito bem do que está falando, pois foi ateu e, no tempo em que cursava filosofia em Nova Délhi, por sugestão das ideias de Albert Camus tentou o suicídio. Não foi bem-sucedido e acabou no hospital. Ali ganhou uma Bíblia e sua vida deu uma guinada. A história é impressionante, mas Zacharias nos dá apenas uma “palhinha” dela nessa obra, cujo objetivo é mostrar que Deus não é produto da imaginação e que o cristianismo fornece boas respostas para questões levantadas – muitas vezes de forma leviana – pelos ateus fundamentalistas.

Entre outros assuntos, Zacharias trata da verdadeira natureza do mal, da absoluta falência do neoateísmo, da coexistência da religião e da ciência e da fundamentação da moralidade. Zacharias mostra que a visão de mundo dos neoateus leva a um vácuo. “Pelo menos Voltaire, Sartre e Nietzsche foram sinceros e coerentes na visão de mundo deles. Eles confessavam o ridículo da vida, a falta de sentido de tudo num mundo ateísta. Os ateus de hoje, como Richard Dawkins e Sam Harris, todavia, estão tão cegos pela arrogância da mente deles que procuram apresentar essa visão da vida como algum tipo de libertação triunfal. [...] A vida sem Deus é em última análise uma vida sem nenhum ponto de referência de sentido que não seja a que alguém lhe dá na hora” (p. 36, 38).

Na página 64, Zacharias sumariza suas ideias assim: “A visão de mundo da fé cristã é bem simples. Deus pôs neste mundo o suficiente para tornar a fé nEle uma coisa bem razoável. Mas deixou de fora o suficiente a fim de que viver tão somente pela razão pura fosse impossível”.

O livro tem apenas 110 páginas, mas traz inspiração e lições para uma vida.

Michelson Borges

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