quinta-feira, abril 07, 2011

Homossexual "pré-histórico" ou imaginação fértil?

Cientistas tchecos escavaram o que acreditam ser o esqueleto de um homem pré-histórico homossexual ou transexual que viveu entre 4.500 e 5.000 anos atrás. A equipe de pesquisadores da Sociedade Arqueológica Tcheca constatou que os restos - retirados de um sítio arqueológico neolítico em Praga - indicam que o indivíduo, de sexo masculino, foi enterrado segundo ritos normalmente destinados às mulheres. A arqueóloga Katerina Semradova disse à BBC Brasil que o enterro “atípico” indica que o indivíduo encontrado fazia parte do “terceiro sexo”, provavelmente homossexual ou transexual. “Trabalhamos com duas hipóteses. A de que o indivíduo poderia ter sido um xamã ou alguém do ‘terceiro sexo’. Como o conjunto de objetos encontrados enterrados ao redor do esqueleto não corroboravam a hipótese de que fosse um xamã, é mais provável que a segunda explicação seja a correta”, disse Semradova. As escavações foram abertas ao público nesta quinta-feira e a visitação tem sido intensa.

Os restos são de um membro da cultura da cerâmica cordada, que viveu no norte da Europa na idade da Pedra, entre 2.500 a.C. e 2.900 a.C. Nesse tipo de cultura, os homens normalmente são enterrados sobre o seu lado direito, com a cabeça virada para o oeste, juntamente com ferramentas, armas, comida e bebidas. As mulheres, normalmente sobre o seu lado esquerdo, viradas para o leste e rodeadas de joias e objetos de uso doméstico.

O esqueleto foi enterrado sobre o seu lado esquerdo, com a cabeça apontando para o oeste e cercado de objetos de uso doméstico, como vasos.

“A partir de conhecimentos históricos e etnológicos, sabemos que os povos neste período levavam muito a sério os rituais funerários, portanto é improvável que esta posição fosse um erro”, disse a coordenadora da pesquisa, Kamila Remisova Vesinova. “É mais provável que ele tenha tido uma orientação sexual diferente.”

(Folha.com)

Nota: Terceiro sexo?! Deixando essa discussão de lado, o que chama a atenção é a tremenda criatividade dos pesquisadores evolucionistas. Ao encontrar um sepultamento “anômalo”, concluem logo de cara que o indivíduo era gay. Acredito que dezenas de outras possibilidades poderiam ser consideradas (e se fosse o cozinheiro da tribo?). Quem sabe o tempo revele novas compreensões sobre o achado. Mas, até lá, muitos GLBTS terão visitado a tumba de seu suposto ancestral.[MB]