Países cuja população tem significativa parcela de ateus (ou de não religiosos) tendem a minguar até desaparecer por causa de seu baixo índice de natalidade, diferentemente do que ocorre naqueles em que os crentes têm domínio consolidado. Essa conclusão é do pesquisador de religião Michael Blume, da Universidade de Jena, na Alemanha, com base em dados de 82 países. Ele disse que seu estudo apontou para um cenário já previsto em uma hipótese evolucionista de Friedrich August Von Hayek (1899-1992), matemático e Prêmio Nobel. Como exemplo de baixa natalidade, ele citou os ateus suíços, que têm em média 1,1 filho por casal (censo de 2000), contra os 2,7 dos hindus, 2,4 dos muçulmanos e 2 dos judeus. Nestes tempos em que as pessoas passaram a viver mais, a taxa mínima de natalidade para repor com acréscimo a mortandade seria de no mínimo de 1,7 filho, disse Blume. A população da Suíça é majoritariamente cristã, mas lá o estrato dos não religiosos vem tendo forte crescimento nos últimos anos, representando 11,1% do total. O percentual sobe para 20% quando se consideram somente as cidades com população a partir de 100 mil habitantes.
Blume apurou que, independentemente da fé de cada um, os casais que rezam pelo menos uma vez por semana têm a média de 2,5 filhos, mais do que o dobro do que os ateus e agnósticos. Constatou que os casais de fundamentalistas [como gostam desse termo...] - de qualquer religião - são os que mais têm filhos porque obedecem à risca a determinação divina do “crescei e multiplicai”. Para esses religiosos, mais do que outros, os filhos são dádivas de Deus [e não são?].
Assim, o estudo de Blume, que é crente, deixa subentendido que, se houvesse hoje uma predominância dos fundamentalistas na população mundial, o planeta teria muito mais pessoas. E se a maioria fosse de ateus, a humanidade estaria em extinção.
(Paulopes Weblog)