quarta-feira, junho 01, 2011

Depois dos “ervoafetivos”, vêm aí as vagabundas

Meninas com cara de ingênua não entram. A Avenida Paulista receberá sábado às 14 horas mais uma manifestação organizada pela internet: a Marcha das Vagabundas. Apesar da brincadeira do título, o evento é sério e luta contra o machismo, diz a organizadora Solange De-Ré. “Não acho que vamos mudar o mundo, mas queremos levantar a poeira desse assunto.” A origem da manifestação é canadense. A primeira passeata, chamada de “SlutWalk”, reuniu mais de 3 mil pessoas em abril, na cidade de Toronto. A ideia surgiu depois que um policial disse em uma universidade que as mulheres não deveriam se vestir como vagabundas para evitarem a violência sexual. “Sofremos isso todos os dias. É dizer que o estupro pode ser culpa da mulher, e não de um cara louco que gosta de ver mulheres sofrendo”, diz a organizadora do evento em São Paulo.

Solange, que é escritora de contos e poesias, afirmou já ter sofrido assédio sexual ao ser simpática com um homem e ser interpretada como uma “mulher fácil”. “Muitos homens chamam as mulheres de gostosas na rua, se não olhamos, logo nos chamam de vagabunda. O Brasil é um país machista”, diz. A ideia veio por acaso, depois que ela e uma amiga viram a notícia da marcha no Canadá e acharam que deveriam trazer a ideia para o Brasil.

Assim como a Marcha da Liberdade e o Churrascão da Gente Diferenciada, organizados pela internet recentemente, a Marcha das Vagabundas faz barulho no Facebook. Mais de 4 mil pessoas já confirmaram presença no evento pela rede social.

E nem o tempo frio da capital paulista vai espantar as participantes, de acordo com Solange. As mulheres não precisam comparecer vestidas com roupas curtas. “Devem ir como se sentirem melhor. Não é um concurso de miss ou festa à fantasia. O corpo é seu e você faz o que quiser com ele”, diz Solange.

(Galileu)

Nota: Sem dúvida que o machismo deve ser combatido, e os cristãos criacionistas devem dar exemplo a esse respeito, já que creem que Deus criou homem e mulher com o mesmo status e sabem que Jesus tratou as mulheres de Seu tempo com muita dignidade e respeito, valorizando-as, a despeito da cultura sexista que O rodeava. Não questiono aqui a legitimidade dessa marcha (embora continue contra a marcha em defesa da maconha), mas não vejo com bons olhos o teor apelativo dessa campanha, a começar pelo nome dela. Em lugar de valorizar a mulher, creio que isso apenas a desvaloriza. É mais ou menos como certas campanhas da Peta, cuja causa até é nobre, mas cai no ridículo pela apelação (confira aqui, aqui e aqui).[MB]

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