quinta-feira, janeiro 26, 2012

DNA prova a existência de Deus?

A teoria da seleção natural, proposta inicialmente por Charles Darwin, revolucionou a ciência e dominou os meios acadêmicos durante muito tempo. Porém, hoje ela está sendo desafiada pelo chamado Design Inteligente que [promoveu] diversas descobertas bem como intensos debates sobre a origem da vida na Terra. De acordo com o The Christian Post, cientistas que participaram do documentário “Unlocking the Mystery of Life” (Desvendando o Mistério da Vida) afirmam que o Design Inteligente pode provar, cientificamente, a existência de Deus através da análise do DNA. O DNA é um dos argumentos mais contundentes usados pelos cientistas criacionistas, defensores do design (ou projeto) inteligente. O documentário explica que não há no Universo nenhuma entidade que armazene e processe mais informação de modo tão eficiente quanto a molécula do DNA. Um complemento total de DNA humano possui três bilhões de caracteres individuais, carregando informações em cada célula viva de cada organismo vivo.

Quando se vê um sistema tão complexo e com tão grande quantidade de informações como o DNA, surge a pergunta: “De onde vem essa informação?” Para responder a essa pergunta o filósofo e cientista Stephen C. Meyer tem estudado o assunto e desenvolveu um argumento para provar que o design inteligente tem a melhor explicação para a origem da informação necessária à construção da primeira célula viva.

A resposta proposta é que não há explicação natural; seleção natural; processos auto-organizacionais ou o acaso que produzam a informação, ou seja, o que é capaz de produzir informação é a inteligência. Assim, os cientistas concluem que, quando se descobre um sistema na célula rico em informação, especificamente na molécula do DNA, podemos concluir que uma inteligência teve papel na origem desse sistema.

Para defender essa ideia, Michael Behe, bioquímico da Universidade Lehigh, compara os sistemas biológicos a um motor de popa: “Com o motor de popa vemos como as partes interagem e sabemos que alguém fez isso. O raciocínio é o mesmo para as máquinas biológicas. Por isso a ideia do design inteligente é completamente científica.”

Scott Minnich, Biólogo Molecular da Universidade de Idaho, também defende o design inteligente e afirma: “É uma ideia muito forte de que o Universo é racional e compreensível subscrito por uma inteligência suprema. É algo que transcende o programa da ciência, algo que traz significado ao mundo. Se tudo fosse de caráter caótico, então não haveria razão para se esperar qualquer propósito lá fora. Mas, de fato, se for produto de uma mente inteligente, então a ciência torna esse projeto enorme e maravilhoso de se resolver o quebra-cabeça.”

(Gospel Mais)

Nota: Dizer que o design inteligente “prova” a existência de Deus é um pouco precipitado. Na verdade, a constatação de design ou projeto inteligente na natureza aponta para a existência de uma mente inteligente, ou um designer por trás da imensa quantidade de informação complexa e específica contida numa célula, por exemplo. Quem é esse designer? Teóricos ateus da Teoria do Design Inteligente (sim, há também ateus e agnósticos nesse grupo) acreditam que possam ser outras civilizações inteligentes. Já os criacionistas bíblicos defendem que o Designer seja o Deus revelado nas Escrituras Sagradas. Se a existência de Deus pudesse ser cientificamente provada, não haveria espaço para a fé. Deus deixou evidências suficientes espalhadas pelo Universo (as digitais do Criador), mas não suplanta nossa liberdade de crer/aceitar ou não essas evidências, afinal, “sem fé é impossível agradar-Lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam” (Hebreus 11:6). No entanto, conforme defendeu o filósofo Britânico W. K. Clifford, se existe a capacidade e a oportunidade de coletar informações suficientes para formar uma crença, recai sobre a pessoa a incumbência de fazer exatamente isso. De modo contrário, aquele indivíduo comete uma grande falta moral por apegar-se à sua crença sem se importar se era verdadeira ou falsa.[MB]