quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Dois pesos e duas medidas

A verdade nua e crua é que as portas estão escandalosamente abertas para o islamismo no Brasil (e em todos os outros países democráticos) e hermeticamente fechadas para o cristianismo em quase todos os países islâmicos. Segundo o CDIAL (Centro de Divulgação do Islã para a América Latina), há vinte anos havia aproximadamente dezoito mesquitas e vinte pontos de oração no Brasil. Hoje são sessenta mesquitas e noventa pontos. O censo de 2000 apontava mais de 27 mil muçulmanos. Hoje, o CDIAL calcula que deva haver pelo menos 1,5 milhão. A liberdade é tal que cerca de cinquenta xeques estrangeiros, a maior parte da África (Egito e Marrocos), vivem no Brasil. Oito deles são de Moçambique, para facilitar a comunicação. O CDIAL e outras organizações muçulmanas estão trabalhando para criar dentro de cinco anos o primeiro curso universitário de teologia islâmica no país, para formar xeques aqui mesmo (hoje doze brasileiros estudam em universidades da Arábia Saudita e da Síria).

Um dos xeques moçambicanos, que vive em uma cidade do interior de São Paulo, elogia a sociedade brasileira: “Aqui se aceita todo ser humano, o que não acontece às vezes em outros países.”

Na maioria dos países muçulmanos ocorre exatamente o contrário. Em agosto de 2011, por exemplo, o xeque salafita Adel el-Ghihadi, em uma entrevista publicada no Rose Al-Yusuf, declarou: “Os judeus e os cristãos para nós são kafir, não crentes. Eu como muçulmano devo apoiar o muçulmano, antes do cristão. Os demais são considerados inimigos. Se não incomodam, podem ser tratados com certa benevolência. Sempre dentro de certos limites. Os cristãos não devem ocupar um lugar de importância, como o de juízes de tribunais, nem no exército nem na polícia. Eles são livres para rezar em suas igrejas. Mas se forem motivos de discórdia e houver problemas, eu as destruirei. Não posso contradizer minha religião para contentar as pessoas. Quem quer viver em um país de maioria muçulmana deve aceitar suas leis. Ou paga o tributo, ou se torna muçulmano, ou é morto.”

A respeito da revolução egípcia, o mesmo xeque declara: “Completaremos a islamização das nações em torno de nós, enviando missionários ao Sudão e à Líbia. Depois passaremos estado por estado, para converter todos ao Islã. E fazer aceitar a sharia. Prepararemos um exército egípcio capaz de formar outros exércitos islâmicos, aos quais Alá dará seguramente a vitória.”

É muito oportuna a palavra de Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as Relações com Outros Estados: “A liberdade religiosa não pode se limitar à simples liberdade de culto. Ela inclui, entre outros, o direito de pregar, educar, converter, contribuir para o discurso político e participar plenamente das atividades públicas”.

(Ultimato; com informações da Folha de S. Paulo, 3/11/2011, p. A-14; e Zenit, 24/9/2011, p. 28)