domingo, junho 10, 2012

Mapa metabólico e complexidade irredutível

Encontrei um mapa metabólico ainda mais completo e estou enviando para compartilhar (também disponível aqui). Destaco que, apesar da complexidade das vias representadas nesse mapa (que fazem os outros até parecerem simples, quando comparados a esse), o metabolismo humano está longe de ser completamente desvendado, ou seja, mesmo esse mapa mais completo é ainda apenas um resumo do que acontece em nosso corpo!


Há uns meses, tive a triste oportunidade de acompanhar um recém-nascido com uma mutação do gene DHCR7 (mutações são falhas, e falhas não fazem bem; quando acontecem, são deletérias), que fazia com que o recém-nascido não tivesse apenas uma das setas desse imenso mapa metabólico. Ele era incapaz de produzir a 7-dehidrocolesterol redutase, enzima responsável pela última etapa do metabolismo do colesterol, que o converte do precursor 7-dehidrocolesterol. É uma rara condição conhecida como síndrome de Smith-Lemli-Opitz, devido a qual o bebê nasceu prematuro, com baixo-peso e com várias e graves malformações cardíacas, encefálicas e anatômicas; infelizmente, vindo a falecer com um mês de vida na UTI pediátrica.

O mapa metabólico tenta representar o motor bioquímico que nos mantém vivos, o qual precisa estar completo para a vida poder existir. A falha em apenas uma, desse emaranhado de setas, foi suficiente para impossibilitar a vida desse bebê! Como explicar o surgimento aleatório e gradual de um sistema tão complexo e interativo, que, além de tudo, para funcionar, precisa estar exatamente completo e ajustado da forma apresentada no mapa?

Vale lembrar que existem inúmeros outros processos bioquímicos necessários à vida acontecendo em nosso corpo que não estão representados no mapa (como, por exemplo, a cascata de coagulação e o sistema imunológico). Todos eles tendo que ser completos desde o início e interagindo entre si! Sem falar nos processos fisiológicos, nas estruturas anatômicas, histológicas e celulares, na informação genética, mentalidade, moral, beleza... Temos que ser sinceros: o único jeito é admitir que foi Deus quem nos criou!

(Roberto Lenz Betz é estudante de Medicina na Universidade Regional de Blumenau)