domingo, setembro 16, 2012

Pediatras americanos defendem circuncisão

Uma nova orientação da Academia Americana de Pediatria defende a circuncisão de recém-nascidos, sob o argumento de que seus benefícios ultrapassam os riscos. Entre as vantagens, segundo a academia, está a prevenção de infecções urinárias, de doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV e o HIV, e do câncer de pênis. Hoje, 56% dos recém-nascidos nos EUA são circuncidados - cerca de um milhão a cada ano. As taxas mais elevadas estão em áreas onde há uma tradição cultural ou religiosa (como entre os judeus e os muçulmanos). No Brasil, não há estimativas. Segundo a academia americana, a decisão ocorreu após estudos feitos nos últimos sete anos atestarem os benefícios do procedimento. Um deles diz que há uma redução de 90% no risco de infecções urinárias no primeiro ano de vida.

“É impossível continuar neutro após evidências tão robustas”, diz o pediatra Paulo Cesar Nogueira, membro do departamento de nefrologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Mas, segundo ele, não deve haver nem nos EUA nem no Brasil uma recomendação expressa para que todos os meninos sejam circuncidados. “Continuará sendo uma decisão exclusiva dos pais.”

“Do ponto de vista médico, os benefícios da circuncisão na redução de riscos de doenças ultrapassam os pequenos riscos envolvidos no procedimento”, disse o pediatra Andrew Freedman, coautor da revisão publicada na Pediatrics que embasou a nova orientação.

Ainda assim, a postura da academia é polêmica. Médicos dizem que as evidências científicas sobre os benefícios são questionáveis e que o procedimento expõe crianças a riscos desnecessários.

Para o professor Antonio Macedo Júnior, chefe do grupo de uropediatria da Unifesp, só crianças com indicações clínicas (como as que têm malformações congênitas do trato urinário) devem se submeter à circuncisão. “Há riscos de infecção ou mesmo anestésicos no procedimento que precisam ser levados em conta.”

Fora essas situações, segundo ele, a circuncisão seria justificada em regiões onde há muito câncer de pênis associado à falta de higiene ou em locais com alta incidência de HIV. [...]


Nota: Câncer de pênis associado à falta de higiene – não seria esse um dos motivos para Deus ter indicado a circuncisão entre os israelitas? Para esse povo, a circuncisão era símbolo externo de uma aliança espiritual, mas Deus pode ter levado em conta o aspecto da saúde, também. O fato é que, entre as mulheres judias, a incidência do câncer de colo de útero é bem menor que a verificada entre as mulheres em geral. Dois fatores podem contribuir para isso: (1) a circuncisão e (2) a valorização do sexo monogâmico depois do casamento, o que previne as DSTs como o HPV, causador do câncer do colo de útero. Nunca é demais lembrar: o único sexo verdadeiramente seguro é o praticado com apenas uma pessoa, no casamento. Se quiser argumentação convincente a esse respeito, recomendo a leitura do livro A Verdade Nua e Crua, de Josh McDowell (CPAD).[MB]