sexta-feira, outubro 12, 2012

A música pop contemporânea está ficando depressiva

A Sociedade Britânica de Psicologia confirmou que a música pop está ficando mais depressiva e emocionalmente ambígua a cada ano. Os pesquisadores analisaram as tonalidades (maior ou menor) e os tempos (rápido ou lento) de 1.010 “pop-hits” listados na revista Billboard entre os anos de 1965 e 2009. A quantidade de músicas em tonalidades menores aumentou consideravelmente durante os últimos 50 anos juntamente com as músicas de andamento lento. O ponto importante da pesquisa é que muitas pessoas associaram suas sensações ao ouvir tais músicas com a melancolia. De acordo com o psicólogo Glenn Schellenberg e o sociólogo Christian von Scheve, as letras desse tipo de música se tornaram mais autocentradas e negativas ao longo do tempo, a música ficou mais triste e emocionalmente mais ambígua (Flávia Nogueira, “Musicoterapia e depressão: benefícios comprovados”).

Muitos álbuns e músicas de sucesso na atualidade são profundamente melancólicos. Parece que em algum momento no tempo a felicidade se tornou uma violação do bom gosto. Esse gosto pode advir de uma percepção pessimista da vida.

Em outra dimensão, pesquisadores da Glasgow Caledonian University, pesquisam os efeitos positivos da música no tratamento da depressão e até da dor física. Como a tonalidade, as melodias e alguns ritmos podem ajudar a melhorar as condições clínicas de quem sofre desses transtornos (“New research could leadto doctors prescribing music to treat pain”).

Que a música nos influencia emocionalmente sabemos e percebemos. Creio que uma análise do que costumamos ouvir é necessária. A música que temos ouvido tem nos influenciado positivamente? Música pode ser melancólica, mas também pode ser estimulante, contagiante, feliz, motivadora, crítica, didática e pode dar um toque especial ao nosso dia. A melancolia não deve ser um padrão. Essa é uma reflexão que devemos fazer.