sexta-feira, outubro 19, 2012

O primeiro converso ao adventismo no Brasil

Sempre houve guardadores do sábado no mundo. No Brasil não foi diferente. Além de judeus fiéis ao quarto mandamento, possivelmente deve ter havido um ou outro cristão que fazia o mesmo. Mas o primeiro converso ao quarto mandamento, graças à leitura de literatura adventista do sétimo dia no Brasil, foi Guilherme Belz. Belz nasceu na Pomerânia, em 1835. Veio para o Brasil e estabeleceu-se na região de Braunchweig (hoje Gaspar Alto), a cerca de 18 quilômetros de Brusque, SC. Certa ocasião, ao voltar das compras na Vila de Brusque, notou algo de especial em uma das mercadorias. O papel de embrulho trazia um texto escrito em alemão, e tratava do assunto do sábado como dia de repouso (o papel de embrulho era, na verdade, uma folha das revistas missionárias enviadas pela editora adventista norte-americana ao Brasil, antes que qualquer missionário houvesse pisado em nosso país). A leitura do impresso deixou Belz pensativo por várias semanas, até que teve contato com o Comentário Sobre o Livro de Daniel, de Uriah Smith, também enviado pela editora adventista dos Estados Unidos e adquirido pelo irmão de Guilherme, Carl.

Nascido em uma família luterana, Guilherme tinha por hábito ler a Bíblia, mas algo o intrigava: “Se apenas o sábado é mencionado nas Escrituras, por que guardamos o domingo?” Sua mãe, Luise, e o pastor de sua igreja desconversavam e, por isso, a dúvida teve que aguardar muitos anos e muitos quilômetros de distância para ser respondida.

Belz investigou o assunto do sábado mais a fundo, comparando com sua Bíblia o conteúdo do livro de Smith. Finalmente, convenceu-se da santidade do sábado e de que a observância do domingo era, na verdade, apenas uma “tradição humana”. Guilherme tinha então 54 anos e tornava-se, assim, o primeiro a reconhecer, no Brasil, o sábado como dia do Senhor.

Guilherme convidou a esposa, Johanna, e os filhos mais novos Guilherme, Elfride e Augusta para guardarem o primeiro sábado da vida deles. A família Belz começou a observar o sétimo dia em 1890.

Michelson Borges

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