quarta-feira, dezembro 12, 2012

Governo russo se mobiliza para desmentir fim do mundo

Detentas de uma prisão perto da fronteira com a China teriam passado por uma “psicose coletiva” tão intensa que um padre teve de ser chamado para acalmá-las. Em uma fábrica no leste de Moscou, cidadãos em pânico limparam prateleiras de fósforos, querosene, açúcar e velas. Um imenso portal de estilo maia está sendo erguido – com gelo – na rua Karl Marx, em Chelyabinsk. Para os que não conhecem a profecia New Age, há rumores de que o mundo irá acabar em 21 de dezembro de 2012, quando um ciclo de 5.125 anos conhecido como Contagem Longa, no calendário maia, irá supostamente acabar. A Rússia, um país com uma inclinação para o pensamento místico, está atenta.

Na semana passada, o governo russo decidiu colocar um fim nessa conversa de Juízo Final. Seu ministério de situações emergenciais afirmou [na] sexta-feira que teve acesso a “métodos de monitoramento do que está acontecendo no planeta Terra” e que podia afirmar, com certeza, que o mundo não vai acabar em dezembro.

Admitiu, entretanto, que os russos continuam vulneráveis a “nevascas, tempestades de neve, tornados, cheias, problemas de transporte e alimentação, além de falhas nos sistemas de aquecimento, eletricidade e água”.

Comunicados similares foram lançados nos últimos dias pelo chefe de medicina sanitária da Rússia, por um alto oficial da Igreja Ortodoxa Russa, por congressistas e por um ex-DJ da Sibéria que recentemente ganhou um programa de TV chamado “Batalha dos Videntes”. Uma autoridade propôs que russos que espalhem o boato sejam processados.

“Não dá para falar sem parar sobre o fim do mundo, e falo disso como médico”, afirma Leonid Ogul, membro da comissão de ambiente do Parlamento. “Cada um tem um sistema nervoso diferente, e esse tipo de dado os afeta de forma diferente. Informação age subconscientemente. Algumas pessoas são levadas ao riso, algumas a ataques cardíacos, e algumas a ações negativas.”

Na semana passada, vereadores de Moscou enviaram uma carta aos três principais canais da Rússia pedindo que eles parem de levar ao ar informações sobre a profecia.


Nota 1: Processos e censuras. À medida que os adventistas intensificarem sua pregação a respeito da volta de Jesus (e o verdadeiro fim do mundo), certamente também sofrerão esse tipo de pressão.[MB]

Nota 2: No artigo “O mundo assombrado pelos demônios”, Ulisses Capozzoli, editor da revista Scientific American Brasil, tratando dos famosos “fundamentalistas”, escreveu que, para esses (segundo ele), “Darwin é um embuste, os animais nasceram prontos, não houve e nem há qualquer evolução. Deus criou o Universo em uma semana e com isso toda a história está contada”. Eu poderia discutir (e refutar) cada uma das afirmações de Capozzoli, pois ele “força a barra” ao dizer que os criacionistas (sim, esses são os fundamentalistas dele) pensam assim. Mas isso não vem ao caso agora. O que me interessa, no contexto desta postagem, são os últimos dois parágrafos do artigo do jornalista:

“No sábado, 22 de dezembro, como ao longo das infinitas manhãs da Terra, quando mais uma vez o Sol elevar-se como uma rubra moeda incandescente no horizonte leste, aqueles que temeram algo tão tolo e imbecil quanto a ideia de um iminente fim do mundo talvez se ruborizem de constrangimento.

“Mas em pouco tempo a história cairá no esquecimento, como acontece com praticamente todas as histórias. Mesmo o esquecimento, no entanto, não apagará para homens mais lúcidos do futuro que, um dia, já na segunda década do século 21, boa parte da humanidade temeu pela sobrevivência da Terra por obra de um discutível calendário maia e a esperteza doentia de um grupo de farsantes em escala global.”

Como já escrevi anteriormente em algum lugar, com essa agitação em torno do 21/12 (e de outras datas no passado, como o ano 2000, por exemplo), o inimigo de Deus consegue matar dois coelhos com um engano só: (1) os que acreditam que o fim do mundo será nessa data acabam desapontados com o amanhecer do dia seguinte, marcam novas datas ou perdem a fé, e (2) os que não acreditam reafirmam sua descrença e consideram o tema “fim do mundo” digno de deboche.

Não é à toa que Jesus previu que Sua vinda seria como a do ladrão (inesperada) (1Ts 5:2), num mundo carente de fé (Lc 18:8) e com pessoas que estariam escarnecendo dos que creem que o mundo (este mundo) efetivamente terá fim (2Pe 3:9), mas não com um meteorito gigante, com aquecimento global, ou superbactérias. O mundo terá fim quando Deus puser o ponto final na história de pecado, após a volta de Jesus. E isso vai acontecer, creiamos ou não.[MB]