terça-feira, janeiro 31, 2012

Dinossauro tinha ouvido “muito desenvolvido”

Uma equipe de pesquisadores espanhóis reconstruiu em 3D a cavidade craniana de um dinossauro Spinophorosaurus nigeriensis, de 165 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista], o que revelou que esses exemplares possuíam um ouvido interno muito desenvolvido, uma característica relacionada com a coordenação dos olhos e cabeça. Os resultados desse trabalho foram publicados na revista PLoS One e dele participaram pesquisadores do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha. O estudo foi feito em fósseis encontrados no Níger em 2006 e pertencem ao Jurássico Médio, informa o CSIC em comunicado. A descoberta sugere que esse dinossauro, apesar de ser um animal de menor agilidade que seus ancestrais, apresentava um aparelho vestibular (conjunto de órgãos do ouvido interno) considerável.

A nota indica que os Spinophorosaurus eram quadrúpedes herbívoros de pescoço longo que costumavam alcançar 15 metros de comprimento e cujas caudas apresentavam protuberâncias ósseas como espinhos.

O aparelho vestibular constitui a base do sentido do equilíbrio e possui três canais semicirculares encarregados de detectar a aceleração angular da cabeça. Esses canais são mais alongados em animais ágeis e mais curtos nos mais lentos.


O trabalho contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade Nacional de Educação a Distância da Espanha, da Universidade de Ohio (EUA) e da Universidade Humboldt de Berlim (Alemanha).

(UOL)

Nota: Com o avanço das pesquisas e o refinamento dos equipamentos (a começar pelo microscópio do qual Darwin não dispunha em sua época), o que os cientistas têm percebido, mais e mais, é que a complexidade sempre existiu, de alto a baixo na coluna geológica. Será que um dia os darwinistas vão admitir que os tais primeiros seres vivos eram tão complexos que seu súbito “aparecimento” não difere de um milagre?[MB]

Crianças criadas com afeto têm hipocampo maior

As crianças criadas com afeto têm o hipocampo - área do cérebro encarregada da memória - quase 10% maior que as demais, revela um estudo publicado nesta segunda-feira pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). A pesquisa, realizada por psiquiatras e neurocientistas da Universidade Washington de Saint Louis, “sugere um claro vínculo entre a criação e o tamanho do hipocampo”, explica a professora de psiquiatria infantil Joan L. Luby, uma das autoras. Para o estudo, os especialistas analisaram imagens cerebrais de crianças com idades entre 7 e 10 anos que, quando tinham entre 3 e 6 anos, foram observadas em interação com algum de seus pais, quase sempre com a mãe. Foram analisadas imagens do cérebro de 92 dessas crianças, algumas mentalmente saudáveis e outras com sintomas de depressão. As crianças saudáveis e criadas com afeto tinham o hipocampo quase 10% maior que as demais. “Ter um hipocampo quase 10% maior é uma evidência concreta do poderoso efeito da criação”, ressalta Luby.

A professora defende que os pais criem os filhos com amor e cuidado, pois, segundo ela, isso “claramente tem um impacto muito grande no desenvolvimento posterior”.

Durante anos, muitas pesquisas enfatizaram a importância da criação, mas quase sempre focadas em fatores psicossociais e no rendimento escolar. O trabalho publicado nesta segunda-feira, no entanto, “é o primeiro que realmente mostra uma mudança anatômica no cérebro”, destaca Luby.

Embora em 95% dos casos estudados as mães biológicas tenham participado do estudo, os pesquisadores indicam que o efeito no cérebro é o mesmo se o responsável pelos cuidados da criança é o pai, os pais adotivos ou os avós.

(Folha.com)

Nota: Alguma dúvida de que os seres humanos foram criados para amar e ser amados?[MB]

Meus textos no OI: evolução a la Gleiser e BBB

A edição do jornal on-line Observatório da Imprensa desta semana traz dois textos de minha autoria: um sobre o recente artigo (publicado na Folha) de autoria do físico Marcelo Gleiser defendendo a teoria da evolução e outro sobre a baixaria veiculada pelo reality Big Brother Brasil. Clique aqui e aqui para ler os artigos e, se desejar, deixe seu comentário lá.

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Não há vantagem evolutiva na depressão

[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] Em alguns setores acadêmicos, só se fala em analisar o comportamento humano por meio da biologia evolutiva. Os pesquisadores querem descobrir que vantagens evolutivas estariam escondidas em nossas ações, ou mesmo em nossas patologias [curiosamente, a biologia evolutiva não ajudou em nada no desenvolvimento da medicina]. É a vez de a depressão ser examinada em detalhes. Alguns psicólogos evolucionistas acreditam que essa doença dolorosa e incapacitante pode esconder algo de positivo. Mas, como eu, a maioria dos profissionais que tratam pacientes discorda com veemência. Tome como exemplo uma paciente que analisei há algum tempo, uma mulher de trinta anos de idade cujo marido a havia traído e abandonado. Durante muitas semanas, ela se tornou abatida e se isolou socialmente. Ela desenvolveu insônia e começou a refletir constantemente sobre o que havia feito de errado.

Um psicólogo evolucionista talvez afirmasse que a resposta de minha paciente tinha alguma lógica. Afinal de contas, quando sua rotina normal foi quebrada, ela procurou se isolar, tentou entender a razão para seu abandono e se planejar para o futuro. Talvez você perceba alguma vantagem evolutiva na habilidade que as pessoas depressivas têm de fixar sua atenção de forma rígida e obsessiva em um único problema, desligando-se de tudo e de todos a seu redor.

Alguns estudos parecem dar apoio a essa perspectiva. Paul W. Andrews, psicólogo da Virginia Commonwealth University, relata que sujeitos normais ficam tristes quando tentam resolver um teste de reconhecimento de padrão espacial mais complicado, o que sugere que alguma característica da tristeza possa melhorar a capacidade analítica dos sujeitos.

Com uma abordagem similar, Joseph P. Forgas, psicólogo da Universidade de New South Wales, na Austrália, descobriu que sujeitos tristes obtiveram mais sucesso no reconhecimento de mentiras do que sujeitos felizes submetidos ao mesmo teste. [...]

Resultados como esses podem sugerir alguns benefícios da tristeza, mas, com o tempo, eles foram generalizados para pacientes que sofriam de depressão profunda. Por exemplo, Andrews e o Dr. J. Anderson Thomson Jr., psiquiatra da Universidade da Virgínia, propuseram que a reflexão entre os depressivos seria uma estratégia de adaptação para resolver um problema doloroso. Os psicólogos clínicos, por outro lado, continuam a afirmar que o aspecto sombrio dos depressivos é uma evidência de que seus processos cognitivos estão distorcidos e funcionando de forma errônea. Esses processos devem ser corrigidos, não incentivados. [Assim é com todo tipo de comportamento nocivo ou condenável – aliás, se é condenável é porque existe uma moral absoluta à qual até os ateus e darwinistas apelam. Mesmo a ideia de “sobrevivência do mais apto” deve ser condenada, do ponto de vista sociológico, pelo menos. Resumindo: o pecado é um desvio do plano de Deus; tudo o que causa sofrimento e morte neste planeta não pode ser visto como “normal”, como querem os defensores da teoria da evolução. Devemos sempre lutar contra o mal, a violência, o pecado, as injustiças e promover a disseminação do evangelho no mundo, a fim de que Jesus volte logo e destrua para sempre o mal.]

Há evidências concretas de estudos neuropsicológicos e de imagem cerebral que demonstram que a depressão clínica está ligada a vários tipos de deficiências da memória em todas as faixas etárias e em todos os graus de depressão. Desafiar e modificar os pensamentos disfuncionais da depressão é o objetivo da terapia cognitivo-comportamental, uma das formas mais populares e empiricamente comprovadas de psicoterapia.

Mas quem está certo sobre a depressão, os psicólogos evolucionistas ou os psicólogos clínicos?

Para começar, os sujeitos dos estudos citados eram controles saudáveis, cujo estado de espírito havia sido manipulado para que ficassem temporariamente tristes. Eles não são realmente depressivos do ponto de vista clínico, condição que pode durar por meses ou até anos. [É interessante notar, fazendo um paralelo com esta constatação do Dr. Friedman, que muitas pesquisas de biólogos evolucionistas dependem de modelos computacionais, de interpretações a partir de fósseis e de extrapolações macroevolutivas a partir de evidências de microevolução. Assim, as conclusões acabam se originando de premissas e dados enviesados, mais ou menos como têm feito os psicólogos evolucionistas.] [...]

Sob olhares mais atentos, o caso dos benefícios evolutivos da depressão apresenta grandes problemas. O fato é que o pensamento reflexivo dos deprimidos não é particularmente eficiente na resolução de problemas. Um de meus pacientes disse certa vez: “Eu pensava sempre da mesma maneira e era incapaz de decidir o que fazer. Essa não é uma forma muito criativa de pensar.”

Além disso, a depressão pode surgir sem a influência de qualquer fator psicossocial, o que torna difícil o argumento de que a depressão seria a resposta a uma situação difícil ou a um problema. O Dr. David J. Kupfer, psiquiatra da Universidade de Pittsburgh, descobriu que o primeiro episódio de depressão é quase sempre precedido por um grande fator estressante, mas os episódios recorrentes podem ser desencadeados por pequenos fatores, ou mesmo sem causa aparente.

Caso a depressão aumentasse a capacidade de solucionar problemas, ela nunca iria se transformar em uma condição crônica ou autônoma, mas é isso o que ocorre em praticamente metade dos pacientes.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão é a principal causa de afastamento do trabalho e a quarta doença mais difundida no mundo, devendo alcançar a segunda posição em 2020. Há evidências claras de que ela é um fator de risco para problemas no coração e diversos estudos demonstram que a depressão prolongada está associada a danos seletivos e permanentes no hipocampo, a região do cérebro responsável pela memória e pelo aprendizado. Se adicionarmos ainda o fato de que de 2 a 12 por cento dos deprimidos cometem suicídio, as “vantagens” da depressão deixam de parecer assim tão boas.

Mas, por que ainda existe essa noção de que a depressão traz benefícios e autoconhecimento? [Dr. Richard, essa teimosia, na verdade, é comum em muitos arraiais evolucionistas, pois os darwinistas costumam sempre salvar a teoria dos fatos.]

Recentemente, um paciente me ajudou a compreender essa questão. Ele era um jovem educado e articulado, infeliz porque o mundo era um lugar horrível, segundo dizia. Já que ele tinha diversos outros sintomas da depressão – insônia, fadiga, pouca libido e baixa autoestima – confirmei seu diagnóstico de depressão clínica e lhe disse que sua visão de mundo provavelmente era um resultado da depressão, não sua causa.

Ele zombou, mas estava disposto a tentar um tratamento cognitivo-comportamental associado ao uso de antidepressivos, caso isso o fizesse se sentir melhor. Meses depois, quando já estava recuperado, eu lhe perguntei mais uma vez sobre sua visão de mundo. Para ele, o mundo continuava terrível, mas ele se sentia melhor. Ainda assim, refletiu melancolicamente que sua alegria recém-descoberta não representava o seu verdadeiro eu, que, segundo ele, seria ensimesmado e criativo.

Essa é a razão pela qual a depressão é cada vez mais romantizada. De acordo com esse pensamento, o que é natural, é bom. Se nós fomos projetados para sofrer de depressão como resposta às doenças da vida, deve haver uma boa razão para isso e nós devemos permitir seu curso natural e doloroso. [Na verdade, fomos projetados para ser felizes, por isso resistimos tanto e sofremos ante a perspectiva da dor. Se a morte e a doença são elementos “naturais” constituintes do processo evolutivo, por que, depois de supostos milhões de anos e com tanto avanço na compressão da evolução, ainda não nos acostumamos a isso? Simples: fomos criados para não morrer e nunca nos conformaremos com esse intruso chamado morte.]

Mas, ao contrário da tristeza comum, o curso natural da depressão pode ser devastador e até letal. Mesmo que a tristeza possa ser útil [pelo menos neste lado da eternidade], a depressão clínica assinala uma falha na adaptação à perda ou a situações estressantes, uma vez que diminui a habilidade de resolver os dilemas que a causaram.

Mesmo que a depressão seja “natural” [coisa que não é] e evolua a partir de um estado emocional que, em algum momento, foi vantajoso, isso não significa que ela seja uma doença mais desejável do que outras. A natureza nos oferece infecções, câncer e problemas do coração, e nós fazemos o possível para evitar esses problemas e tratá-los da melhor forma. Não podemos agir de outra forma com a depressão. [E também não deveríamos ignorar o fato de que a causa primária de tudo isso é o pecado. Tratamento? A aceitação da solução proposta por Jesus, que já pagou o preço por nossa redenção. – MB]

(Richard Friedman, UOL)

Nota: Cuidado, Dr. Friedman, ou você pode terminar como este outro médico!

Leia também: “Depressão tem lado bom? Para Darwin, sim” e “Esperança contra a depressão”

Dinossauro alado tinha penas pretas

Uma equipe internacional de cientistas conseguiu descobrir que as penas de um dinossauro alado que viveu há 150 milhões de anos eram pretas. O achado pode parecer estranho, mas é um passo importante para entender como aconteceu a evolução dos répteis para as aves. O Archaeopteryx, animal que tinha o tamanho de um corvo, sempre foi visto pelos cientistas como um elo evolucionário. Ele reunia algumas características de répteis, como dentes, cauda ossuda e garras, e outras de aves, como as asas com penas. Os cientistas descobriram que a asa desse animal era preta porque conseguiram identificar a presença de melanossomos na pena fossilizada. Essa estrutura celular é responsável pela produção de pigmentos, mas também serve para dar mais sustentação estrutural à pena.

De acordo com a análise, a pena do dinossauro tinha uma estrutura bastante parecida com a das aves modernas, o que mostra que esse tipo de asas já existe há 150 milhões de anos [segundo a cronologia evolucionista].

“Não podemos dizer que é uma prova de que o Archaepteryx voava. O que podemos dizer é que nas penas dos pássaros modernos, esses melanossomos providenciam força e resistência adicionais para o voo, que é o motivo pelo qual as penas e suas pontas são as áreas mais comumente pigmentadas”, afirmou o autor Ryan Carney, em material divulgado pela Universidade Brown, em Providence, EUA, onde ele trabalha.

O estudo foi publicado pela revista científica Nature Communications.

(G1 Notícias)

Nota: Se as penas do Archaeopteryx já eram perfeitamente adequadas ao voo, como ele pode ser ancestral das aves? Já “surgiu” pronto? E como explicar o fato de que ele, na verdade, era contemporâneo das aves? O avestruz possui penas bem desenvolvidas, mas não voa. Se estivesse extinto e somente fosse conhecido como fóssil, seria tido como ancestral das aves? Características compartilhadas por duas espécies (no caso do Archaeopteryx, semelhanças com aves e répteis) fazem desse ser vivo um “elo”? E o que dizer, então, do vivinho-da-silva ornitorrinco?[MB]

Leia também: "Archaeopteryx – ave extinta ou forma intermediária?", "Primeira ave é apenas dino com penas" e "Penas e sistemas de voo, mas nada de intermediários"

Revista publicará pesquisas científicas que falharam

Hipóteses perdidas, experimentos que falharam e resultados que não foram encontrados em pesquisas científicas agora terão um lugar ao sol. Ou pelo menos um lugar para serem publicados. Um novo periódico científico, batizado de Journal of Errorology (Revista de Errologia), surgiu para contar a história de trabalhos que não seguiram o rumo esperado. O objetivo da publicação, de acordo com o editor, o biólogo brasileiro Eduardo Fox, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é discutir os furos de paradigma. “Conhecer um experimento que falhou ou teve um resultado inesperado pode ser muito interessante para os cientistas”, explicou Fox. “É importante ter acesso às experiências que não funcionaram. Isso evita que outros cientistas cometam o mesmo erro”, analisa o cienciometrista Rogério Meneghini. Ele é coordenador do Scielo, base que reúne 911 revistas científicas da América Latina.

Hoje, a maioria dos periódicos científicos não publica informações de pesquisas que “falharam”. O foco dos trabalhos são os resultados positivos. Esse padrão dos artigos científicos é, inclusive, ensinado em cursos de técnica de escrita feitos por editoras de periódicos e empresas especializadas na área. Algumas revistas até publicam resultados inesperados – mas desde que já tenham uma explicação lógica.

“Estamos interessados em publicar situações em que os pesquisadores chegaram e que ainda não têm explicação científica”, afirma Fox. A ideia é promover a discussão dos cientistas-leitores na própria revista.

“Essa situação inesperada aconteceu comigo. Tinha hipótese de que, ao silenciar um determinado gene [suprimir sua função], uma abelha operária pudesse se desenvolver numa abelha rainha”, conta o biólogo da USP de Ribeirão Preto, Francis Nunes. “Mas meus dados mostraram que não houve tal modificação. Em termos científicos, tais episódios não são considerados erros. São uma rejeição de uma hipótese.”

O Journal of Errorology está aberto para receber trabalhos de cientistas de todo o mundo pelo site. Mas, de acordo com o editor, o grupo responsável pela publicação – uma sociedade científica internacional chamada Souls (Society Of United Life Sciences) – estuda alternativas para selecionar os textos recebidos.

Hoje, os periódicos científicos têm um comitê que analisa os trabalhos por meio de pares (conhecida como peer-review): são dois cientistas para cada artigo recebido. “Sabemos que esse sistema é falho e que muitos cientistas só aprovam o que lhes interessa”, diz Fox. A ideia é que os cientistas que interagirem nas discussões on-line sobre os artigos atuem como uma espécie de peer-review externo.

Outra novidade do Journal of Errorology é que ele será totalmente eletrônico. “As publicações eletrônicas concentram os cientistas mais jovens. Mas é um caminho sem volta para as revistas científicas”, conclui Fox.

(Folha.com)

Nota: Será que alguma edição dará destaque à macroevolução?[MB]

domingo, janeiro 29, 2012

Criacionistas sofrem censura em site científico

Um dos meus sites preferidos de divulgação científica popular no Brasil, o Hypescience, tomou uma decisão, no mínimo, estranha (pelo menos em tempos de liberdade de expressão). No texto “Sobre os comentários: o que fazer com os criacionistas”, eles explicam a decisão de boicotar os criacionistas: “Temos observado que artigos sobre evolução das espécies, fósseis, Big Bang e qualquer assunto que possa levar à noção de que o universo tem mais de seis mil anos tem [sic] sido veementemente atacados por um punhado de criacionistas. Este tipo de comentário acaba criando uma discussão cíclica e inútil que nunca leva a lugar nenhum.” E dizem mais: “se falar de criacionismo em uma roda de amantes da ciência [como se não houvesse criacionistas que amam a ciência] ouvirá argumentos racionais. E este é um dos principais problemas: os comentários deixam de ser sobre o conteúdo do artigo e viram comentários sobre mitos religiosos.”

Depois de afirmar que a evolução biológica é um “fato” e que “há inúmeras provas irrefutáveis que mostram a inexorabilidade desse processo”, eles sentenciam: “Comentários de natureza criacionista que neguem a Teoria da Evolução das Espécies, a real idade da Terra ou do Universo e afins serão sumariamente removidos (juntamente com suas réplicas) por criarem discussões cíclicas inúteis.”

Na condição de jornalista, sinto cheiro de censura, e não sou o único, haja vista alguns comentários postados lá no Hypescience. Por exemplo:

“O site está equivocado em falar que aqui não é lugar de comentários criacionistas. Acredito na criação, mas não sou ignorante ao ponto de fechar meus olhos para a ciência e dizer que ela está errada; sempre venho aqui para poder entender os dois, e estar sempre apto a novas ideias sobre a ciência. Se for para tirar comentários que geram confusões terão que fazer isso tanto em relação dos ateus quanto aos criacionistas ignorantes que ficam com brigas infantis.”

“A internet é livre para diferentes opiniões e discussões. E o livre direito de expressão que está na nossa Constituição Federal? Vão ignorar isso? Bastam os governantes que querem censurar a internet, parece que vocês estão do lado deles. Mesmo nas discussões entre ateus e criacionistas aprende-se. Toda discussão de teorias está ligada à ciência.”

Em seguida ao comentário acima, o site se justifica: “Temos o pleno direito de deletar os comentários que acharmos inadequados.” Correto. Então que deletassem, na condição de moderadores, todos os comentários inadequados, fossem feitos por criacionistas, darwinistas ou quaisquer outras pessoas. Mas a decisão dos mantenedores do site exclui os comentários por origem (de criacionistas ou de quem se atreva a colocar em dúvida a “fatualidade” da evolução) e não por inadequação.

Outro leitor comentou: “Não é preconceito definir que ‘todo’ comentário de um certo grupo causa incômodos? Não é preconceito dizer que o grupo oposto é que pode estar com a razão? Leia calmamente: Que tal se ao invés de ‘criacionista’ [vocês colocassem] ‘que causa confusão’?”

Outro disse ainda: “Isso aí já é censura. Eu concordo que discussões que não são sobre o conteúdo devem ser removidas, mas não quer dizer que todos os comentários criacionistas devem ser removidos. Muitas vezes, pessoas que não são criacionistas comentam coisas que não são nem um pouco relacionadas com o conteúdo também.”

E um agnóstico completou: “A retirada de comentários ofensivos e sem conteúdo ou intenção de discussão faz muito sentido, mas a retirada de comentário generalizado de uma ideia oposta ao que é veiculado não passa de censura.”

Depois, o moderador simplesmente disparou, sem maiores comentários: “No nosso vocabulário, criacionismo é sinônimo de agressão. Agressão ao bom-senso.”

Nunca leio os comentários postados nesse site, fico apenas nas matérias mesmo (por falta de tempo). Mas imagino que alguns criacionistas mais exasperados realmente acabam ultrapassando a linha do bom senso e misturando ciência com aspectos religiosos não relacionados. Mas, mesmo nesses casos, não acredito que a censura arbitrária seja a melhor solução. Sites mais sérios e que não se limitam a apenas traduzir conteúdos de sites e blogs estrangeiros (científicos e/ou jornalísticos) evitam recorrer a esse expediente. Além disso, darwinistas frequentemente também misturam filosofia e metafísica quando querem falar de ciência, isso sem contar argumentos non sequitur como este: bactérias adquirem resistência a antibióticos, portanto, evoluímos a partir de um ser unicelular primordial (mesmo gente grande como Marcelo Gleiser se vale desse tipo de ideia). Ou então empregam argumentos tautológicos como este: em algum momento a vida surgiu no universo. Como? Não sabemos, mas como estamos aqui é porque surgiu.

O pessoal do Hypescience afirma que a evolução é um “fato”. Mas a que eles se referem? À aquisição de resistência a antibióticos por parte das bactérias (microevolução)? Ou à suposta origem de todos os seres vivos a partir de um ancestral comum desconhecido (macroevolução)? O primeiro exemplo de evolução (que, na verdade, não passa de diversificação de baixo nível) é fato. O segundo é hipótese (que mais cheira a mito, para usar uma palavra empregada pelo próprio site).

Criacionistas falam bobagem por aí? Sim, mas o que dizer das mistificações repetidas ad nauseam por darwinistas mal-informados? Coisas como esta: criacionistas acreditam que as espécies atuais são as mesmas criadas por Deus no Éden; criacionistas não têm formação acadêmica sólida; criacionistas não fazem pesquisa de campo. E a lista de inverdades vai além disso, infelizmente. Mas a desinformação ou má intenção de um comentarista justifica a censura? Não acredito nisso e nunca defenderei isso, pois a liberdade de expressão foi conquistada a duras penas neste país e deve ser mantida, e porque, em ciência, o ensino e a análise do contraditório é que a fazem avançar e crescer.

Para não me estender comentando essa decisão absurda de um site que eu tinha prazer em recomendar e apoiar (e que não deixarei de visitar, por isso), quero encerrar com a declaração de Voltaire: “Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.”

Michelson Borges, jornalista e mestre em teologia

Leia também: "Sobre o HypeScience: o que fazer com um site ideologicamente vendido ao naturalismo filosófico"

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Fé e vida acadêmica

Em 2006, através do Programa Universidade para Todos, iniciei o curso de graduação em Agronomia na Faculdade Assis Gurgacz, situada na cidade de Cascavel, região oeste do Paraná. Como as aulas eram ministradas no período matutino, procurei desenvolver alguma atividade no período da tarde, de forma a obter recursos para custear minhas despesas de moradia e alimentação, já que não morava com minha família. Aproveitando a sugestão de um dos professores, me envolvi com estágio em um laboratório dentro da instituição e participei de alguns projetos de extensão e de projetos de iniciação científica na área de qualidade de alimentos, aproveitamento de resíduos e agrometeorologia.

Como um dos dirigentes do centro acadêmico de agronomia, tive várias oportunidades de testemunhar aos amigos sobre minha fé e do propósito de Deus para o ser humano. De forma indireta, o curso de Agronomia sempre esteve envolvido com as campanhas sociais da Igreja Adventista. No Vida por Vidas, vários alunos aceitaram doar sangue. Durante dois anos consecutivos, o curso foi um dos maiores arrecadadores de alimentos para a campanha do Mutirão de Natal na cidade, conseguindo mais de duas toneladas a cada ano.

No último semestre do curso, tive a oportunidade de assumir a função de analista de laboratório em uma empresa parceira de um dos projetos em que atuei na faculdade. Embora tenha sido uma oportunidade vantajosa no âmbito profissional, havia a incompatibilidade de horários, sendo necessário que eu passasse a estudar no período noturno para dedicar o dia ao trabalho.

Estava prestes a viver um grande desafio, pois na turma noturna, além das aulas teóricas de sexta-feira, havia as aulas práticas que eram ministradas aos sábados durante todo o dia. Procurando evitar transtornos e ainda permanecer fiel, procurei conversar com a direção da instituição para verificar o que poderia ser feito. Em conversa com o reitor, fui informado de que não havia amparo legal que possibilitasse o abono de minhas faltas, no entanto, se eu conseguisse participar em 50% das aulas das disciplinas que tinham aula aos sábados, e caso o professor responsável aceitasse passar atividades extras equivalentes ao conteúdo das aulas que eu faltasse, essas atividades poderiam compor mais 25% de presença na disciplina, ou seja, desse modo eu teria a quantidade mínima de presença exigida pelo Ministério da Educação.

Com essa alternativa, iniciei a conversa com os três professores das disciplinas ministradas às sextas e aos sábados. Como participava de projetos de pesquisa e tinha bom relacionamento com os professores, não houve nenhuma resistência por parte de dois dos três professores. No entanto, o terceiro me informou que não iria colaborar comigo, pois ele não considerava que o aluno poderia desenvolver o conhecimento transmitido participando de apenas metade das aulas, além de argumentar que eu, como estudante adventista, deveria ter escolhido um curso ou instituição de ensino em que os horários de aula não entrassem em conflito com minha fé.

Após faltar nas aulas do primeiro fim de semana, recebi uma mensagem do professor comunicando que em conversa com a direção e com outros professores ele havia resolvido reconsiderar sua decisão e que eu poderia entregar as atividades solicitadas e obter presença com elas. Meus amigos da antiga turma (turma da manhã) não acreditavam no que estava acontecendo; muitos me auxiliaram a realizar as atividades e manifestavam seu espanto ao ver o quanto eu estava disposto a permanecer fiel ao mandamento divino.

No fim do semestre, com todas as presenças necessárias obtidas, fui aprovado com excelência em todas as disciplinas, inclusive aquelas em que assisti apenas 50% das aulas. Na análise das notas finais do curso, fui informado pela coordenação de que havia obtido a terceira maior média geral da turma, faltando apenas 0,5 ponto para ser laureado com a menção honrosa de maior média entre os 110 formandos.

Graças às bênçãos divinas e ao mérito acadêmico conquistado através da participação nos projetos de pesquisa durante a graduação, fui aprovado no processo seletivo para o curso de mestrado em Engenharia Agrícola na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

No ano de 2010, iniciei o mestrado em Engenharia Agrícola, em meio a novos desafios acadêmicos e profissionais, participei de vários eventos com outros pesquisados da Unicamp. Graças a meu comportamento diferenciado, como abstinência de álcool e de carne suína, pude explicar vários dos princípios de saúde ensinados na Bíblia.

Durante uma viagem com um pesquisador doutorando em Engenharia Química, mantivemos um longo diálogo sobre os efeitos dos alimentos industrializados no organismo. Nessa conversa, ele, pela primeira vez, ouviu falar a respeito dos princípios de saúde ensinados pela Igreja Adventista e confirmados pela Bíblia. Foram momentos durante os quais também tive a oportunidade de explicar a ele sobre o surgimento do povo remanescente como cumprimento de parte de uma das profecias bíblicas.

Mais uma vez, por meio do poder do bondoso Deus, estou concluindo o mestrado e já aprovado em primeiro lugar no processo seletivo do curso de doutorado em Engenharia Agrícola da Unicamp. A jornada acadêmica ainda é longa, no entanto, espero poder aproveitar muitas outras oportunidades para apresentar Jesus à comunidade acadêmica e científica.

(Wesley Esdras Santiago é engenheiro agrônomo)

Tóquio pode ter superterremoto nos próximos 4 anos

Segundo cientistas, um terremoto de grandes proporções tem muito maior probabilidade de atingir a capital japonesa, Tóquio, nos próximos anos do que o governo tem anunciado. A equipe, da Universidade de Tóquio, afirma haver uma probabilidade de 75% de que um terremoto de magnitude 7 atinja a região nos próximos quatro anos. O governo tem anunciado que as chances de um evento como esse são de 70% nos próximos 30 anos. O grupo de cientistas que faz as previsões para o governo ainda não se manifestou sobre os novos dados estudados pela equipe. A última vez que Tóquio foi atingida por um grande terremoto foi em 1923, quando um terremoto de magnitude 7,9 matou mais de 100 mil pessoas.

Os pesquisadores da Universidade de Tóquio basearam-se em dados que mostram um crescente aumento no número de tremores na capital desde o terremoto de 11 de março de 2011. O alerta vem menos de um ano depois que um terremoto seguido de tsunami devastou a costa nordeste do Japão. Eles afirmam que, em comparação com anos normais, tem havido cinco vezes mais tremores na área metropolitana de Tóquio desde o desastre do ano passado. [...]

(Inovação Tecnológica)

Leia também: “Dois terremotos atingem o norte da Itália”, "Tabela mais atualizada de terremotos" e "Terremotos: catástrofes mais mortais da última década"

O Livro Amargo

quinta-feira, janeiro 26, 2012

DNA prova a existência de Deus?

A teoria da seleção natural, proposta inicialmente por Charles Darwin, revolucionou a ciência e dominou os meios acadêmicos durante muito tempo. Porém, hoje ela está sendo desafiada pelo chamado Design Inteligente que [promoveu] diversas descobertas bem como intensos debates sobre a origem da vida na Terra. De acordo com o The Christian Post, cientistas que participaram do documentário “Unlocking the Mystery of Life” (Desvendando o Mistério da Vida) afirmam que o Design Inteligente pode provar, cientificamente, a existência de Deus através da análise do DNA. O DNA é um dos argumentos mais contundentes usados pelos cientistas criacionistas, defensores do design (ou projeto) inteligente. O documentário explica que não há no Universo nenhuma entidade que armazene e processe mais informação de modo tão eficiente quanto a molécula do DNA. Um complemento total de DNA humano possui três bilhões de caracteres individuais, carregando informações em cada célula viva de cada organismo vivo.

Quando se vê um sistema tão complexo e com tão grande quantidade de informações como o DNA, surge a pergunta: “De onde vem essa informação?” Para responder a essa pergunta o filósofo e cientista Stephen C. Meyer tem estudado o assunto e desenvolveu um argumento para provar que o design inteligente tem a melhor explicação para a origem da informação necessária à construção da primeira célula viva.

A resposta proposta é que não há explicação natural; seleção natural; processos auto-organizacionais ou o acaso que produzam a informação, ou seja, o que é capaz de produzir informação é a inteligência. Assim, os cientistas concluem que, quando se descobre um sistema na célula rico em informação, especificamente na molécula do DNA, podemos concluir que uma inteligência teve papel na origem desse sistema.

Para defender essa ideia, Michael Behe, bioquímico da Universidade Lehigh, compara os sistemas biológicos a um motor de popa: “Com o motor de popa vemos como as partes interagem e sabemos que alguém fez isso. O raciocínio é o mesmo para as máquinas biológicas. Por isso a ideia do design inteligente é completamente científica.”

Scott Minnich, Biólogo Molecular da Universidade de Idaho, também defende o design inteligente e afirma: “É uma ideia muito forte de que o Universo é racional e compreensível subscrito por uma inteligência suprema. É algo que transcende o programa da ciência, algo que traz significado ao mundo. Se tudo fosse de caráter caótico, então não haveria razão para se esperar qualquer propósito lá fora. Mas, de fato, se for produto de uma mente inteligente, então a ciência torna esse projeto enorme e maravilhoso de se resolver o quebra-cabeça.”

(Gospel Mais)

Nota: Dizer que o design inteligente “prova” a existência de Deus é um pouco precipitado. Na verdade, a constatação de design ou projeto inteligente na natureza aponta para a existência de uma mente inteligente, ou um designer por trás da imensa quantidade de informação complexa e específica contida numa célula, por exemplo. Quem é esse designer? Teóricos ateus da Teoria do Design Inteligente (sim, há também ateus e agnósticos nesse grupo) acreditam que possam ser outras civilizações inteligentes. Já os criacionistas bíblicos defendem que o Designer seja o Deus revelado nas Escrituras Sagradas. Se a existência de Deus pudesse ser cientificamente provada, não haveria espaço para a fé. Deus deixou evidências suficientes espalhadas pelo Universo (as digitais do Criador), mas não suplanta nossa liberdade de crer/aceitar ou não essas evidências, afinal, “sem fé é impossível agradar-Lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que é galardoador dos que O buscam” (Hebreus 11:6). No entanto, conforme defendeu o filósofo Britânico W. K. Clifford, se existe a capacidade e a oportunidade de coletar informações suficientes para formar uma crença, recai sobre a pessoa a incumbência de fazer exatamente isso. De modo contrário, aquele indivíduo comete uma grande falta moral por apegar-se à sua crença sem se importar se era verdadeira ou falsa.[MB]

HAARP: arma de destruição em massa?

Em 1993, começou a funcionar no Alasca (EUA) o HAARP, um projeto de estudos sobre a ionosfera terrestre. O HAARP, que significa “Programa de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência”, visa a compreender melhor o funcionamento das transmissões de ondas de rádio na faixa da ionosfera, parte superior da atmosfera. Segundo relatos oficiais, o projeto tem como objetivo principal ampliar o conhecimento obtido até hoje sobre as propriedades físicas e elétricas da ionosfera terrestre. Com isso, seria possível melhorar o funcionamento de vários sistemas de comunicação e navegação, tanto civis quanto militares (o que gera desconfiança em grande parte dos conhecedores do HAARP). Para realizar esses estudos, as antenas de alta frequência do HAARP enviam ondas para a ionosfera visando a aquecê-la. Assim são estudados os efeitos das mais diversas interações de temperaturas e condições de pressão. [...]

Há frequências de ondas que são quase completamente refletidas pela ionosfera quando aquecida pelas antenas HAARP. Os pesquisadores do HAARP pretendem provar que essa reflexão pode ser utilizada como um satélite para enviar informações entre localidades, facilitando as comunicações e também a navegação, melhorando os dispositivos GPS utilizados atualmente. O problema é que ainda não se conhecem as reais propriedades da reflexão ionosférica. Além disso, há o fato de as propriedades da ionosfera se modificarem durante a noite, por exemplo, quando a altitude dela aumenta e as densidades ficam mais baixas. Essas variações tornam difícil uma padronização para o envio de ondas, independente do comprimento delas. [...]

Em uma espécie de efeito estufa ionosférico, locais abaixo da ionosfera atingida pelas antenas do HAARP podem ter suas temperaturas elevadas em alguns graus centígrados.

Assim como boa parte de tudo o que é produzido sob tutela de alguma das forças armadas norte-americanas, o HAARP também gera uma série de desconfianças por parte das mentes mais conspiratórias. Ameaça global ou apenas melhorias nas tecnologias de comunicação? Confira as teorias de conspiração que envolvem esse projeto.

Arma geofísica: a denúncia russa – E nem todas essas teorias surgem de movimentos independentes. A prova disso aconteceu em 2002, quando o parlamento russo apresentou ao então presidente Vladimir Putin documentos que afirmavam veementemente que os Estados Unidos estariam produzindo um novo aparelho, capaz de interferir em todo o planeta, a partir de pontos isolados. O relatório dizia que o HAARP seria uma nova transição na indústria bélica, que já passou pelas fases de armas brancas, armas de fogo, armas nucleares, armas biológicas e chegaria então ao patamar de armas geofísicas. Segundo essas teorias, seria possível controlar placas tectônicas, temperatura atmosférica e até mesmo o nível de radiação que passa pela camada de ozônio.


Todas essas possibilidades podem gerar uma série de problemas para as populações atingidas. Atingindo países inteiros, desastres naturais podem minar economias, dizimar concentrações populacionais e gerar instabilidade e insegurança em toda a Terra.

Terremoto no Haiti – Quais seriam os efeitos dos controles de frequência sobre as placas tectônicas? Segundo a imprensa venezuelana a resposta é: terremoto. O jornal Vive afirma que teve acesso a documentos que comprovam a utilização do HAARP para manipular a geofísica caribenha e ocasionar os terremotos do Haiti, que causaram a morte de mais de 100 mil pessoas.

Caso esteja se perguntando os motivos para a escolha de um país tão pobre, as teorias conspiratórias também possuem a resposta para esta pergunta. Os Estados Unidos precisavam de um local para testar o potencial de sua nova arma. Os testes oceânicos não davam informações suficientes e atacar os inimigos no oriente médio seria suicídio comercial. Afinal de contas, terremotos poderiam destruir poços de petróleo muito valiosos. Assim, o governo norte-americano viu no Haiti, um país já devastado, o alvo perfeito para seus testes. Sem potencial econômico e sem possuir desavenças com outros países, dificilmente haveria uma crise diplomática com a destruição do Haiti.

Bloqueio militar – Outra teoria bastante defendida diz que os Estados Unidos poderiam causar um completo bloqueio militar a todas as outras nações do mundo. Causando interferências nas ondas habituais, impedindo que qualquer frequência seja refletida pela atmosfera e até mesmo que dispositivos de localização possam ser utilizados. Para isso, a defesa norte-americana só precisaria aquecer a ionosfera com seus aquecedores HAARP. Com a potência correta, todo o planeta ficaria em uma completa escuridão geográfica. Então, apenas quem possui o controle do aquecedor ionosférico poderia ter acesso aos dados de localização e navegação de seus veículos militares.

Também se fala em mapeamentos de todo o planeta em pouco minutos, pois as ondas de frequências extremas poderiam criar relatórios completos de tudo o que existe na superfície terrestre. Elementos vivos ou não, tudo poderia ser rastreado pelas ondas do HAARP. Pelo menos é o que dizem as teorias conspiratórias.

Controle mental – Existem ondas de rádio em diversas frequências, por mais que não sintonizemos nossos rádios para captá-las, elas estão no ar. O som também é emitido em frequências e há amplitudes delas que os ouvidos humanos não são capazes de captar, mas isso não quer dizer que elas não existam. Somando esses dois pontos, temos mais uma teoria conspiratória. Utilizando uma mescla de ondas de rádio com frequência sonora, os Estados Unidos poderiam manipular a mente coletiva para que algum ideal fosse defendido ou algum governo rival fosse atacado. Enviando as informações para toda a população em frequências que não poderiam ser captadas por aparelhos, não demoraria para que a “lavagem cerebral” estivesse concluída.

Há quem diga que esse tipo de manipulação será utilizado em breve no Irã. O governo atual não é favorável às políticas norte-americanas, portanto, seria vantajoso que o povo se rebelasse contra os seus líderes. Mensagens antigoverno seriam incutidas na mente do povo iraniano com o auxílio das antenas HAARP.

Nota sobre as teorias conspiratórias: É necessário lembrar que essas teorias são originadas em fontes que, muitas vezes, não possuem informações concretas sobre os assuntos tratados. Logo, a utilização delas neste artigo possui fins ilustrativos e não devem ser encaradas como verdades absolutas. [...]

Quando se fala no mundo real, tudo o que se tem de concreto sobre o HAARP é que estudos são feitos constantemente sobre a ionosfera terrestre para que ela possa ser transformada em uma antena de transmissão de informações, beneficiando as comunicações e sistemas de navegação. Mas será que é somente para isso que os investimentos bilionários do governo norte-americano estão sendo utilizados? Nunca foram revelados dados concretos sobre o dinheiro empregado no projeto, mas há especulações de que mais de 200 milhões de dólares sejam gastos por ano com as antenas do HAARP.

(Tecmundo)

Leia também: “HAARP cria ionosfera artificial” e “Aquecimento global ou HAARP?”

Keira Knightley: cenas de sexo? Só com vodca

A atriz Keira Knightley pode até ter conquistado fama em filmes “família” como Piratas do Caribe, ou de época, como Orgulho e Preconceito, mas teve de enfrentar problemas maiores do que um espartilho apertado para gravar seu próximo longa, Um Método Perigoso. Em entrevista à revista Culture, a atriz, que também tem uma bem-sucedida carreira como modelo, disse que, por pouco, não conseguiu fazer as cenas de sexo explícito de sua personagem. Para dar prosseguimento às filmagens, só mesmo depois de alguns goles de vodca, contou a atriz. No longa, Keira interpreta Sabina Spielrein, uma paciente psiquiátrica masoquista. A atriz afirma que, antes das filmagens mais “difíceis”, como a de uma cena em que sua personagem é espancada com um cinto de couro, bebia algumas doses para se acalmar. E, assim que terminava de gravar, celebrava com champanhe. “Era só uma ou duas doses. Só para acalmar os nervos mesmo”, contou Keira. “Quando a equipe do filme acabava de gravar, tomávamos champanhe. Bebemos muito durante as gravações, na verdade. A vodca e o champanhe formavam uma ótima combinação.” [...]

(Veja)

Nota: Como se não bastasse a Globo (tentando burlar a classificação de faixa etária de sua programação podre e com seu BBB que bestializa cada vez mais o Brasil), agora vem a atriz Keira Knightley admitir que consome álcool para fazer as constrangedoras cenas de sexo em um filme. Quando os telespectadores se darão conta de que a TV de suas casas é como a tubulação de um esgoto lançando lixo diretamente na sala de estar?[MB]

Leia também: "Pedro Cardoso: 'diretor nos obriga a fazer pornografia'", "Ator não faz filme com a esposa; o outro tapa os olhos" e "

gwyneth
sexo sem compromisso

Uma grata visita

No último fim de semana, meu "pai na fé", o Vanderlei Ricken - depois de Deus, o maior responsável por eu ter me tornado adventista (confira aqui) - veio com a família (esposa e filho) a Tatuí fazer-nos uma visita. Aproveitei para mostrar-lhes a Casa Publicadora Brasileira, na sexta-feira. No sábado, fomos até Engenheiro Coelho e passamos o dia no Unasp. Foram momentos muito agradáveis e uma rara oportunidade para matar saudade.

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Adventista é rejeitado em emprego por ser criacionista

O Oslo University Hospital recebeu uma reprimenda de órgãos antidiscriminação da Noruega depois de ter recusado um candidato a emprego que disse não acreditar na teoria da evolução. Um psiquiatra e candidato a emprego denunciou o hospital por discriminação, depois de receber uma carta de rejeição citando suas crenças religiosas como motivo para não ser empregado. A informação foi dada pelo jornal Terra Vårt. “Estamos muito distantes um do outro em termos de visão de mundo, e não acho que isso iria funcionar”, o empregador escreveu na carta. “Meus colegas e eu reagimos fortemente ao fato de que eles [o hospital] usaram isso como justificativa”, disse o médico, que pediu para não ser identificado. “Optei por levar o assunto adiante a fim de obter a confirmação de um órgão independente de que isso não é aceitável”, disse ele ao jornal.

No decorrer da entrevista de emprego, o psiquiatra revelou que é membro da Igreja Adventista do Sétimo dia. O entrevistador perguntou-lhe então o que ele pensa sobre a teoria da evolução, e o que ele disse não foi aceito como verdadeiro.

Em sua decisão, o ombudsman disse que o hospital discriminou o requerente com base em sua fé. O regulador admitiu que o empregador estava dentro de seu direito de levar em conta o parecer do psiquiatra sobre a evolução. Mas o ombudsman acrescentou que o hospital não tinha razões suficientes para concluir que o psiquiatra era inadequado para o trabalho. [...]

(The Local)

Nota: Por enquanto, em alguns lugares, a lei ainda defende esses que insistem em remar contra a maré para ser fieis ao Deus Criador. Por enquanto...[MB]

Leia também: “Procuradora pede dispensa do sábado por ser adventista”

A Mitologia do Império

O doutor e editor da Casa Publicadora Brasileira Vanderlei Dorneles acaba de lançar o livro A Mitologia do Império pela Editora CRV (clique aqui para conferir e adquirir), uma editora acadêmica, de Curitiba. É basicamente o conteúdo da tese dele defendida na USP. O livro tem quatro capítulos. O primeiro apresenta a fundamentação teórica da pesquisa baseada na Semiótica da Cultura, uma ciência que estuda o desenvolvimento das culturas especialmente por meio das expressões culturais e dos textos artísticos e religiosos. O segundo capítulo trata do desenvolvimento da simbologia da nova ordem e da nação eleita na cultura americana. E os dois últimos são uma interessante análise semiótica de dois filmes (o épico de Ridley Scott 1492, "A Conquista do Paraíso" e a ficção-aventura de Rolland Emmerich "Independence Day").

“Tenho certeza de que será uma leitura curiosa, reveladora e gratificante para qualquer público. Uma pessoa com formação adventista perceberá, nas entrelinhas, que as hipóteses e as pressuposições adjacentes do autor são resultado de nossa visão profética. No entanto, essa visão profética é apresentada de uma forma inteiramente diferente do que temos visto, embasada na ciência da linguagem e dos símbolos”, diz o autor.

Família faz campanha para tratamento na China

Para melhorar a qualidade de vida de Pedro Tassi Peixoto, 2 anos, de Votuporanga, a família está disposta a viajar para a China, distante 25 mil quilômetros, em busca de um tratamento médico com uso de células tronco. O menino nasceu prematuro, com 1.040 gramas, e contraiu graves infecções e meningite viral durante os 80 dias de internação. A combinação ocasionou paralisia cerebral, que gerou sequelas motoras. A esperança é que o procedimento ajude a criança a desenvolver a fala e locomoção, a comer normalmente (não só alimentos pastosos) e a firmar o pescoço. Movidos por esses propósitos, os pais iniciaram a campanha Pedrinho Rumo à China para arrecadar R$ 150 mil.

O dinheiro é necessário para pagar 45 dias de tratamento, hospedagem e alimentação em um hospital em Guangzhou, a 120 km de Hong Kong. Já foram conseguidos R$ 30 mil. O casal Andreza Tassi Peixoto, 28 anos, e Álvaro Peixoto Júnior, 31, tem ciência de que o procedimento com células tronco oferecido na China não é reconhecido pela comunidade científica internacional. “Não há garantias. Mas qualquer melhora fará diferença na vida dele”, diz a mulher. A ideia é buscar complemento ao tratamento tradicional ao qual Pedrinho é submetido. Faz fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia.

Álvaro não pensa duas vezes ao afirmar que vale a pena o esforço. “Pedrinho é inteligente. A parte motora é que foi mais afetada.” O menino entende o que os pais falam. Com esforço, tenta levantar o pescoço e virar o corpo sempre que solicitado. Interage com sorrisos e gargalhadas, que ecoam na casa simples dos Peixoto. A gravidez, após um ano de tentativas, transcorreu normalmente até que, na 27ª semana de gestação, Andreza sentiu fortes dores e o parto foi realizado.

O bebê nasceu bem, foi internado e enfrentou toda sorte de problema. “A gente nem sabia o que era paralisia cerebral”, afirma a mãe. Após a longa internação, a família iniciou epopeia em busca de respostas. Andreza conseguiu uma consulta para Pedrinho no hospital Sarah Kubitschek, de Belo Horizonte (MG). “Uma médica falou que não havia cura. Foi a primeira vez que ouvi isso. Chorei bastante.” O casal começou a pesquisar e conversar com famílias de crianças que passaram pelo tratamento chinês, e se animou.

Entraram em contato com Carlos Pereira, de Recife (PE), que passou a representar a Beike Biotechnology no Brasil após a filha, Clara, ser submetida ao tratamento, em 2009. Foi a primeira brasileira, de 30 até agora, a se tratar na China. A menina tem o mesmo problema que Pedrinho. “Hoje, come todo tipo de alimentos, firmou o pescoço e frequenta a escola.” Pereira afirma que 20 famílias brasileiras estão em campanha para fazer o tratamento chinês, oferecido desde os anos 80.

A família Peixoto mandou o prontuário e cópias de exames de Pedrinho para o hospital asiático. O corpo clínico enxergou a possibilidade de bons resultados, e aceitou o caso. A viagem está programada para 30 de abril. Álvaro cogitou vender a casa, mas desistiu. A melhor proposta, de R$ 90 mil, foi insuficiente para cobrir a viagem. A família pediu ajuda a entidades, associações e pessoas influentes, e iniciou a campanha. [...]

A pediatra Regina Céli Marcelino acompanha Pedrinho desde o começo e afirma que não incentivou nem desencorajou a família. “Já faz o tratamento tradicional com vários profissionais. A ida para a China é um complemento. Espero que traga melhoras.” [...]

[O e-mail para contato com o pai de Pedrinho, Álvaro, é este: alvarovotu@hotmail.com]


(Diário Web)

terça-feira, janeiro 24, 2012

Tempestade solar intensa ruma para a Terra

Uma tempestade solar de grandes proporções atingiu a Terra no início da tarde desta terça-feira. A nuvem de partículas carregadas é resultado de uma erupção registrada na superfície da estrela na noite do último domingo. A erupção solar de anteontem foi classificada como de intensidade M8,7, pouco abaixo das do tipo X, as mais fortes. Ela lançou um fluxo de prótons energizados em alta velocidade que rumou para Terra a até 2 mil quilômetros por segundo. De acordo com nova medição do clima espacial da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA (NOAA), a ejeção de massa coronal associada à erupção está provocando uma tempestade geomagnética de nível S3 em sua escala, a mais forte desde 2003, mas ainda assim considerada apenas moderada.

A tempestade se segue a um dos mais longos e fracos períodos de atividade do Sol dos últimos ciclos, dando uma prévia do que pode-se esperar no próximo ciclo de atividade máxima da estrela, entre 2012 e 2013. Embora seja uma preocupação principalmente para os satélites e astronautas em órbita da Terra, a tempestade também pode afetar as comunicações de aeronaves voando próximas dos polos e redes elétricas de alta tensão - um surto de energia já foi relatado na Suécia -, além de provocar belas auroras boreais e austrais, que poderão ser vistas ainda a latitudes menores que o comum. Seus efeitos deverão ser observados pelo menos até esta quarta-feira.

Apesar disso, os seis astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) não tiveram que tomar medidas adicionais para se protegerem do fluxo de partículas e estão bem, informou a Agência Espacial Europeia (ESA). Mesmo sendo a maior dos últimos anos, a tempestade ainda está longe das intensidades máximas frequentemente geradas nos picos de atividade dos ciclos do Sol.

"Vamos observar mais tempestades como essa ou até maiores a medida que nos aproximamos do máximo de atividade solar", comentou Michael Hesse, chefe do setor de heliofísica do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa.

(Globo Ciência)

Nota: Segundo matéria publicada no site Folha.com, o Sol tem ciclos de atividade de 11 anos, com períodos mais intensos e outros de calmaria. O pico de atividade do ciclo atual está previsto para o ano que vem. As tempestades devem ficar mais fortes até lá. Em 1989, uma tempestade solar causou a queda na rede elétrica no Canadá.

Leia também: “Tempestade solar é mais forte do que se pensava”, "Radiação espacial deve aumentar nos próximos anos", "Tempestade solar pode perturbar comunicações" e "Raios cósmicos influenciam temperatura na Terra"

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Por que duvidam da evolução?

[Meus comentários seguem entre colchetes. – MB] Ao menos nos EUA, a evidência é indiscutível. Em uma pesquisa do grupo Gallup na véspera do aniversário de 200 anos do nascimento de Charles Darwin, no dia 12 de fevereiro de 2009, apenas 39% dos americanos responderam que “acreditam na teoria da evolução”. Não há dados semelhantes no Brasil, mas imagino que os números sejam semelhantes ou piores [há sim, confira aqui]. A mesma pesquisa relaciona o resultado com o nível educacional dos respondentes. Apenas 21% das pessoas com ensino médio completo ou menos acreditam na evolução. O número sobe para 53% nos graduados e 74% em quem tem pós-graduação [mas é claro. Isso é resultado da doutrinação no naturalismo filosófico que vai corroendo a visão crítica da pessoa, preparando-a para aceitar a hipótese macroevolutiva como se fosse sinônimo de fato científico; além disso, praticamente não há professores que queiram ou se aventurem a lecionar evolução de uma perspectiva mais crítica, analisando suas insuficiências]. Outra variável investigada foi a relação do resultado com frequência à igreja. Dos que acreditam em evolução, 24% vão a igreja semanalmente, 30% ao menos uma vez por mês e 55% nunca vão. Quanto mais crente, maior a desconfiança em relação à teoria de Darwin. [O contrário é verdadeiro: quanto mais ateu, maior a aceitação do darwinismo como fato, possivelmente porque o darwinismo – se corretamente compreendido – se trata de uma teoria naturalista ateia – mesmo que alguns religiosos tentem se convencer do contrário, ou seja, de que seria possível hibridizar evolucionismo com a Bíblia. Criacionistas bem informados não têm receio de ler a vasta literatura evolucionista disponível no mercado; curiosamente, são poucos os evolucionistas com quem tenho conversado que admitem ter lido um ou dois bons livros criacionistas. A verdade não precisa temer o confronto e o pesquisador sincero deve estar disposto a seguir as evidências levem aonde levar.]

Por outro lado, a evidência em favor da evolução também é indiscutível. Ela está no registro fóssil, datado usando a emissão de partículas de núcleos atômicos radioativos [verdade? O registro fóssil mostra que as inúmeras formas transicionais que deveriam existir simplesmente não existem; mostra também que a vida simplesmente “explode” com toda a sua complexidade no chamado período Cambriano; e mostra que a superposição de camadas se deu de maneira rápida e catastrófica, já que os extratos geológicos são plano-paralelos sem evidência na área de contato entre eles de erosão ou exposição às intempéries]. Rochas de erupções vulcânicas (ígneas) enterradas perto de um fóssil contêm material radioativo. O mais comum é o urânio-235, que decai em chumbo-207 [por que Gleiser não se pergunta: Por que datar um fóssil a partir de uma rocha vulcânica enterrada com ele? Quem disse que a tal rocha tem a mesma idade do fóssil? E quem disse que o processo de decaimento do urânio-235 até o chumbo-207 se deu de maneira linear no tempo, intocado, de tal forma que possamos assumir que a taxa de decaimento nunca variou? Quem disse que podemos confiar nas estimativas com respeito às quantidades dos elementos pai e filho na amostra de rocha? E a atividade vulcânica, não teria promovido alterações nos relógios radioativos? “Por que duvidar da evolução?”, pergunta Gleiser; por esse e outros muitos motivos]. [...]

A evidência em favor da evolução aparece também na resistência que bactérias podem desenvolver contra antibióticos [mais uma vez esse argumento das bactérias... “Por que duvidar da evolução?”, pergunta Gleiser; porque seus defensores vivem trombeteando exemplos de microevolução – aceitos pelos criacionistas – como se fossem exemplo de macroevolução; porque os evolucionistas acreditam que uma baleia evoluir de uma ameba é a mesma coisa que uma bactéria adquirir resistência a antibióticos, muito embora continue sendo bactéria]. Quanto mais se usam antibióticos, maior a chance de que mutações gerem bactérias resistentes [só isso]. Esse tipo de adaptação por pressão seletiva pode ser investigado no laboratório, sujeitando populações de bactérias a certas drogas e monitorando modificações no seu código genético [perfeito, e o mesmo tipo de investigação vem sendo feita há cem anos com as drosophila. Resultado? Clique aqui para conferir].

Posto isso, pergunto-me por que a evolução causa tanto problema para tanta gente. Será que é tão ofensivo assim termos tido um ancestral em comum com outros primatas, como os chimpanzés? [Note como é típico este argumento evolucionista: as pedras parecem ter milhões de anos; as bactérias adquirem resistência a antibióticos; portanto, somos descendentes de um ancestral comum dos macacos e humanos (ancestral esse totalmente hipotético); isso é que é argumento non sequitur, mas o físico Gleiser parece não perceber isso. “Por que a evolução causa tanto problema para tanta gente”? Bem, na verdade, causa problema para aqueles que têm coragem de duvidar dela; para aqueles que, embora sejam chamados de “crentes”, resistem a crer numa teoria cuja fundamentação teórica é a filosofia naturalista, essa, sim, impossível de ser submetida ao método científico; causa problema para aqueles que pensam que a sociedade é democrática e que temos liberdade de expressão e, por isso, decidem manifestar sua discordância do establishment científico/educacional/político.]

A nossa descendência é ainda muito mais dramática: se formos mais para o passado, todos os animais que existem e descenderam [como ele pode afirmar isso com tanta certeza?] de um único ancestral, o Último Ancestral Universal Comum (na sigla Luca, em inglês), que provavelmente era um ser unicelular. [“Provavelmente”? Então que se prove! Depois de mais de um século e meio da publicação das ideias de Darwin, essa teoria (no que diz respeito à macroevolução, repito) continua tão especulativa quanto quando foi imaginada na cadeira de balanço do naturalista inglês – imaginada, sim, porque o microscópio nem permitia ver a complexidade contida dentro de uma “simples” célula que deveria ser semelhante ao suposto ser unicelular primordial que querem nos fazer crer que era tão simples que poderia ter “surgido”.]

Essa desconfiança do conhecimento científico é muito estranha, dada a nossa dependência dele no século 21. (De onde vêm os antibióticos e iPhones?) [Com todo respeito, mas isso é jogo sujo! Como Gleiser pode misturar tecnologias desenvolvidas por seres inteligentes e as hipóteses macroevolutivas naturalistas da biologia evolucionista? O que iPhones têm a ver com o suposto ancestral comum e com fósseis interpretados sob a lente darwinista?! Criacionistas não desconfiam do conhecimento científico – como Gleiser tenta induzir. Desconfiam, sim, de hipóteses metafísicas que tentam se passar por ciência experimental. Isaac Newton, Galileu Galilei e outros grandes cientistas do passado ajudaram a criar o método científico e não precisaram da evolução para fazer boa ciência. Agora quem pergunta sou eu: Por que endeusar essa hipótese e ficar tão chocado com aqueles que querem submetê-la à crítica? Não é exatamente assim que a ciência avança? Por que Gleiser sai de seus domínios na física para defender seus amigos evolucionistas contra os críticos? Que eles mesmo se defendam!] O problema parece estar ligado ao Deus-dos-Vãos, a noção de que quanto mais aprendemos sobre o mundo, menos Deus é necessário [clique aqui para ler uma parábola relacionada com essa ideia]. Os que interpretam a Bíblia literalmente [lá vem o físico dizer como se deve interpretar a Bíblia...] veem nisso uma perda de rumo. Se Deus não criou Adão e Eva e se não nos tornamos mortais após a “queda do Paraíso”, como lidar com a morte?

Uma teologia que insiste em contrapor a fé ao conhecimento científico só leva a um maior obscurantismo. Mesmo que não acredite em Deus [deu para perceber], imagino que existam outras formas de encontrar Deus ou outros caminhos em busca de uma espiritualidade maior na vida. [Termino parafraseando o que Gleiser disse: uma teoria que insiste em contrapor a filosofia naturalista (que posa de método e confunde tecnologia com ciência) ao conhecimento científico só leva a um maior obscurantismo. E querem saber, Gleiser e Folha? Cada vez que leio um texto como esse duvido ainda mais da evolução. – MB]

(Marcelo Gleiser, Folha de S. Paulo, 22/01/2012)

Leia também: "Dawkins comemora vitória sobre criacionistas", "Marcelo Gleiser: os cientistas também são dogmáticos", "A 'ecologia espiritual' de Marcelo Gleiser", "Marcelo Gleiser e a origem da vida" e "Marcelo Gleiser chega perto, mas tapa os olhos"

Deus e a existência do mal

“A existência do mal é para muitos a maior dificuldade em se aceitar a existência de Deus. Mas o que é o mal? Não quero exemplos, quero uma definição. Mal é o contrário do bem. É a sensação de que algo deveria ser diferente. Ora, se há o bem, tem que haver uma regra que mostre o que é um e outro. Caso contrário, ninguém se sentiria desconfortável com o mal, pois só existiria ele. Assim, se há uma regra que mostre que o mal e o bem existem, essa regra inteligível demanda uma inteligência pessoal e superior que a estabeleceu. A essa inteligência chamo Deus. Mas se Deus não existe... não há regra; se não há regra, não há mal nem bem; se não há mal nem bem, como o mal pode ser argumento para se negar a existência de Deus?”

(Ravi Zacharias, enviado pelo Dr. Rodrigo Silva)

O BBB e o “estupro consentido” dos brasileiros

A revista Veja desta semana (com uma capa pra lá de apelativa) reclama da baixaria que vem tomando conta da TV. No editorial, publicaram: “O beijo mais casto já foi considerado imoral no cinema nos anos 30 e hoje a nudez parcial e as cenas que evocam o ato sexual são comuns nas telas.” É a mídia contribuindo para, aos poucos, romper toda barreira que ainda persiste na tentativa de conter a avalanche de imoralidade que toma conta do mundo. Mesmo sob a suspeita de que um dos participantes do reality teria estuprado uma colega adormecida (ou entorpecida pelo álcool), Pedro Bial disse: “O amor é lindo.” Além de distorcer o significado da palavra amor (na verdade, o que houve, possivelmente, tenha sido abuso – ou, que seja, fornicação indecente e voyeurística), o jornalista ajuda a esconder os fatos – o que a própria Globo fez, ao retirar da internet os vídeos suspeitos. Depois, Bial simplesmente justificou a saída do rapaz dizendo que o que ele havia feito se tratava de “comportamento inadequado”. Só isso? Possibilidade de estupro (crime), então, seria apenas “comportamento inadequado”?

As redes sociais fervilharam. A TV Record aproveitou a polêmica e martelou o “escândalo BBB” durante todo aquele dia. E a Veja, sem poupar críticas, escreveu: “Santa ironia: a emissora dos bispos da Igreja Universal do Reino de Deus, lar do assistencialismo apelativo de Gugu Liberato, do sensacionalismo do Domingo Espetacular e das peladonas de A Fazenda, desancava o baixo nível da líder de audiência. Logo quem.” Pois é, o sujo não pode falar do mal lavado. 

Voltando ao BBB da Globo, o que esse programa chulo tem promovido? O consumo de álcool, o comportamento irresponsável e o sexo livre. E o que a mesma emissora hipocritamente combate ou noticia com espanto, de vez em quando? Os malefícios do álcool (famílias desfeitas, crimes e mortes no trânsito, por exemplo) e o aumento do número de mães adolescentes solteiras. Além disso, tenta combater a disseminação de doenças como a aids (com campanhas igualmente apelativas). Ou seja: morde e assopra.

Infelizmente, é a lei, os valores, os princípios morais e a mente dos brasileiros que vêm sendo estuprados diariamente por essa programação rasteira. Passou dos limites? Sim, mas a audiência continua nas alturas... E uma vez consentido, o abuso deixa de ser abuso.

Michelson Borges

sexta-feira, janeiro 20, 2012

O poder da música

A música tem realmente o poder que alguns lhe atribuem? O rock e estilos assemelhados podem ser usados como música sacra? A bateria é um instrumento musical apropriado para o louvor a Deus? O que dizer do exagero nos melismas? Quais os conselhos divinos para o louvor mais apropriado?

Quando era adolescente, no fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990, eu apreciava o chamado rock progressivo, estilo de rock que surgiu no fim da década de 1960, na Inglaterra. Mas minha preferência musical era, de fato, o rock brasileiro dos anos 1980. Minhas bandas prediletas eram Legião Urbana, Engenheiros do Hawaii, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, entre outras. Vivia de rádio ligado (os CDs ainda não estavam popularizados) à espera de canções que diziam coisas como estas: [Continue lendo.]

Declaração dos bispos da Comece defende o domingo

Em sua declaração sobre a economia social de mercado, publicada em 12 de janeiro, os bispos da Comece clamam pela proteção dos domingos sem trabalho na União Europeia: "Hoje, nossa tarefa é proteger-nos de um cenário onde o mercado e sua lógica interna conseguem invadir todas as áreas da vida e as mantêm cativas. Existem necessidades comuns e qualitativas que não podem ser satisfeitas pelo mercado, particularmente em relação à a família. É por isso que é a tarefa do governo fornecer a garantia de tempo livre de comércio e espaços de convivência onde as pessoas podem buscar formas para atender a essas necessidades. É necessário que a atividade do mercado seja restrita em feriados oficiais e domingos, porque nesses dias, por razões nacionais, culturais ou religiosas, paz, tranquilidade e tempo para recolher os pensamentos têm precedência sobre as atividades econômicas."

(European Sunday Alliance)

Nota do blog Diário da Profecia: "A igreja de Roma iniciou o ano focada nas prioridades de Bento XVI anunciadas no início de seu pontificado, quais sejam, o domingo e o ecumenismo. Movimentações na Europa e nos EUA neste sentido demonstram que o ano promete ser recheado de novidades nesses temas."

Leia também: "Bispos apelam a um novo modelo de sociedade" e "Reforma trabalhista reforça descanso dominical"

Reforma trabalhista reforça descanso dominical

O acordo assinado [no dia 18] entre o governo [português], os patrões e a UGT estabelece a eliminação do descanso compensatório por trabalho suplementar. Ou seja, trabalhar num sábado passará a traduzir-se apenas num acréscimo de remuneração, que não acumula com um dia de descanso. A medida consta da versão final do "Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego", e terá "carácter imperativo". Isto é, os patrões deixarão de ter a opção de escolher entre as duas formas de compensação. Na prática, isso significa que os empregados poderão ser chamados a trabalhar seis dias por semana, até um máximo de 25 vezes no ano (Diário de Notícias).

"Com os bancos de horas agora aprovados, vai ser possível trabalhar até 25 sábados por ano. Se um ano tem apenas 52 sábados e se contarmos com os sábados das férias, concluímos que o descanso no domingo é o único dia que fica garantido", disse à Lusa o secretário geral da CGTP, Carvalho da Silva (Diário de Notícias).

O governo de Portugal e sindicatos fecharam [na terça-feira 17] um acordo sobre um pacote de reformas trabalhistas sob os termos de um plano de resgate econômico patrocinado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE).

Para obter o apoio da União Geral de Trabalhadores (UGT), uma das maiores centrais sindicais, o governo derrubou uma de suas principais propostas: o aumento de oito para oito horas e meia da jornada de trabalho.

Entre outras medidas, o acordo encurta o período de férias de 25 para 22 dias por ano e elimina quatro feriados nacionais, dois religiosos e dois civis. Além disso, flexibiliza a maneira como as empresas administram as horas extras dos funcionários. Também aumentou de 200 para 250 o limite de horas extras quando a negociação é feita por convenção coletiva. [...]

O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho celebrou o acordo, dizendo que “temos hoje uma importante coligação social” em Portugal. Ele agradeceu “a todos aqueles que saem da sua zona de conforto” e encontraram “a abertura necessária” para o acordo. Já o sindicalista Arménio Carlos, da CGTP, disse que o acordo é um “retorno ao feudalismo” que aumentará a a desigualdade e a pobreza” no país.

Portugal é um dos países mais afetados pela crise da dívida na Europa e vem adotando medidas de austeridade para receber um socorro de 78 bilhões de euros (Valor Econômico).

Nota do blog Minuto Profético: "Os sindicatos serão um dos instrumentos que trarão sobre a Terra um tempo de angústia tal como nunca houve desde o princípio do mundo" (Ellen White, Eventos Finais, p. 116).

O tempo de angústia mencionado no texto acima é o de Daniel 12:1. Portanto, a atual crise econômica e todas as "reformas trabalhistas" que forem surgindo ao redor do mundo daqui para frente também evidenciam que a crise final está às portas...

Em tempo: "Após Portugal, agora é a vez de Espanha, França e Itália impulsionarem por profunda flexibilização do mercado de trabalho, alegando que isso é essencial para evitar ainda mais desemprego em meio à deterioração econômica" (Valor Econômico).

"Tanto no Velho como no Novo Mundo o papado receberá homenagem pela honra prestada à instituição do domingo, que repousa unicamente na autoridade da Igreja de Roma" (Ellen White, O Grande Conflito, p. 579).

"A história se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primeiro dia da semana, um dia comum de trabalho que não possui santidade alguma, será estabelecido como o foi a estátua de Babilônia. A todas as nações, línguas e povos se ordenará que venerem esse sábado falso" (Eventos Finais, p. 134, 135).

quinta-feira, janeiro 19, 2012

Prepare-se para o fim

Lucy: "Eu não me preocupo mais com o fim do mundo."

Lucy: "Conforme eu calculo, o mundo não pode acabar hoje porque já é amanhã em alguma outra parte do mundo!"

Lucy: "Não é isso uma teoria confortadora?"

Charlie Brown [murmurando]: "Eu nunca me senti tão confortável em toda a minha vida!"

Nota: Ao racionalizar a questão do fim do mundo, Lucy deixa escapar o real problema da humanidade - fruto da incredulidade: preocupar-se só com o hoje (interesses seculares) e esquecer-se do amanhã (interesses espirituais).

"Assim, vocês também precisam estar preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que vocês menos esperam" (Mt 24:44, NVI).

(Minuto Profético)

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Dawkins comemora vitória sobre criacionistas

Cientistas e naturalistas, incluindo o professor Richard Dawkins e Sir David Attenborough, estão comemorando uma vitória sobre o movimento criacionista depois que o governo ratificou as medidas que vão impedir grupos antievolução de ensinar o criacionismo nas aulas de ciências. O Departamento de Educação revisou seu modelo de contrato de financiamento, permitindo que o secretário da Educação retire dinheiro de escolas que não cumpram critérios rigorosos relacionados com o que elas ensinam. Com o novo acordo, o financiamento será retirado de qualquer escola gratuita que ensine que o que eles alegam são “evidências baseadas em opiniões ou teorias” que vão “contra o que está estabelecido cientificamente e/ou evidências históricas e explicações” [leia-se: que vão contra a filosofia darwinista].

A British Humanist Association (BHA), que liderou uma campanha contra o criacionismo - o movimento que nega a evolução darwiniana [nega apenas a hipotética macroevolução] e afirma que a Terra e toda a vida foram criadas por Deus - descreveu o movimento como “altamente significativo” e previu que ele teria implicações para outros grupos religiosos que procuram atuar em escolas.

Dawkins, que foi um dos principais expoentes na campanha, deu boas-vindas à confirmação de que os criacionistas não receberão financiamento para atuar livremente nas escolas, se procurarem retratar suas opiniões como ciência. “Congratulo-me com todos os movimentos para garantir que o criacionismo não seja ensinado como fato nas escolas”, disse ele. “Leis governamentais como essa são extremamente bem-vindas, mas eles precisam ser devidamente aplicadas.” [...]

Vários grupos criacionistas têm manifestado interesse em abrir escolas nas vilas e cidades em toda a Inglaterra, incluindo Bedford, Barnsley, Sheffield e Nottingham. Críticos dizem que eles procuram promover o criacionismo, ou a doutrina do “design inteligente”, como uma teoria científica e não como um mito ou metáfora. [...]

O acordo de revisão do financiamento foi aproveitado por anticriacionistas que estão pressionando por concessões mais amplas do governo. “É claro que algumas escolas religiosas estão ignorando as leis e continuam a ensinar mito como se fosse ciência”, disse Dawkins. “A evolução é fato, apoiada pela evidência de uma série de disciplinas científicas, e prestamos um grande desserviço aos nossos jovens, se não formos capazes de ensiná-lo corretamente.”

(The Guardian)

Nota: A posição da Sociedade Criacionista Brasileira (e deste blogueiro filiado a ela) é a de que o criacionismo não seja ensinado nas aulas de ciência, já que o modelo criacionista lida com aspectos científicos e teológicos. No entanto, seria interessante que os alunos tivessem acesso às críticas ao darwinismo, oriundas de suas insuficiências epistêmicas. Seria bom que os alunos aprendessem a diferença entre macro e microevolução; que o darwinismo está “contaminado” pela filosofia naturalista e que esta não é científica, uma vez que não pode ser submetida ao método científico (naturalismo metodológico). Seria bom que, nas aulas de ciência, os alunos, a despeito de não aprenderem sobre criacionismo, pudessem aprender muitas outras coisas sobre ciência (método) e evolução (aspectos factuais e hipotéticos). Mas, lamentavelmente, eles são doutrinados no naturalismo, enquanto pensam que estão apenas aprendendo sobre ciência. O que está acontecendo na Inglaterra é mais uma Inquisição sem fogueiras. O ateu ultradarwinista Richard Dawkins abomina o Tribunal do Santo Ofício católico, mas tenho a impressão de que, se pudesse, mandaria os criacionistas para a fogueira, com aquele sorrisinho de canto de boca que lhe é peculiar. Já que não pode riscar o fósforo, ele ao menos estoura seus rojões em comemoração à truculência do Departamento de Educação britânico. Pelo menos assim poderão calar esses odiados criacionistas! Condenando-os ao silêncio (inclusive os defensores da Teoria do Design Inteligente, muitos dos quais nem criacionistas são), cessa o incômodo de ter que debater o assunto das origens e preserva-se à força a hegemonia acadêmica e midiática do darwinismo naturalista ateu (sim, porque, no fundo, é isso o que quer o autor de Deus, Um Delírio). O que os criacionistas farão com a evidência de design inteligente que lhes vêm da genética pós projeto genoma, cujas revelações converteram o próprio diretor desse projeto, o ex-ateu Francis Collins? O que farão com as observações advindas da estratigrafia, que lhes mostram imensas formações de estratos planos-paralelos (como os do Grand Canyon) que apontam para uma megainundação com grande deposição de sedimentos? O que farão com as evidências científicas de que as mutações geralmente são deletérias (veja-se o caso das drosophilas) e de que a microevolução não é capaz de promover o “surgimento” de novos planos corporais nem tampouco nova informação complexa e específica? Terão que dizer que tudo isso e muito mais não passa de mito. Por lei, os criacionistas não poderão dizer que o criacionismo é baseado em evidências! Bico calado! Que mundo é esse que Dawkins quer legar a seus descendentes? Um mundo em que os discordantes são calados à força da lei e em que a teoria darwinista permanecerá blindada das discussões que podem ameaçar seu viés filosófico. “Deus não existe e eu o odeio.” Esse é o verdadeiro slogan motivador das atitudes de Dawkins. Esse senhor precisa de terapia. Fósforos na mão dele são um perigo![MB]

Em tempo: No Brasil também há gente preocupada com o criacionismo (clique aqui para conferir). Ficaram de cabelo em pé com nosso tuitaço de sexta-feira, dia 14, o qual colocou a tag #criacionismo em primeiro lugar nos Trend Topics e a manteve lá por quase quatro horas. Infelizmente, muitos ainda acham que o criacionismo nasceu no coração de fundamentalistas norte-americanos que querem impô-lo à força por via política. Os primeiros nomes importantes do criacionismo norte-americano (é bom especificar, porque Adão e Eva já eram criacionistas), entre eles, adventistas como o biólogo Frank Marsh, nada tinham que ver com política. Os bem-informados sabem que a Igreja Adventista defende a separação entre Igreja e Estado. No Brasil, não foi diferente. O matemático adventista Orlando Ritter é tido como um dos primeiros defensores do criacionismo, no Brasil, a usar argumentos científicos. O fundador da Sociedade Criacionista Brasileira (com 40 anos de história), o ex-agnóstico Dr. Ruy Vieira, sempre foi professor universitário e nunca se valeu da política para defender a abertura para discussão dos modelos criacionista e evolucionista. Portanto, pessoal, não se pode julgar o todo pelas partes. Não devemos colocar todos os criacionistas debaixo do mesmo guarda-chuva. Assim como há darwinistas que discordam uns dos outros (isso era mais evidente especialmente nos tempos em que Stephen Gould e Dawkins se engalfinhavam por aí), nem todos os criacionistas aprovam os mesmos métodos de divulgação de suas ideias. Uma coisa é o criacionismo, outra são os criacionistas.[MB]