domingo, janeiro 20, 2013

País da baixaria, da irreverência e do carnaval

As duas notícias a seguir são do portal G1 e mostram o nível da moral e do (des)respeito em nosso país:

Um grupo de travestis de Fortaleza lança nesta quarta-feira (16) a 2ª edição do “translendário”, um calendário ilustrado com imagens de travestis em referência a símbolos religiosos. Neste ano, o grupo se inspirou em santos de diversas religiões para criar os próprios deuses e santos protetores dos travestis [eles exigem respeito, mas não respeitam a fé alheia]. Em 2012, o calendário do mesmo grupo gerou polêmica ao replicar imagens sacras, como a Última Ceia, de Leonardo da Vinci, e Pietà, de Michelangelo. “No ano passado nós retratamos imagens clássicas, não apenas religiosas. Se eles entenderam isso como ofensivo, esse vai ser mais ainda”, diz o idealizador do projeto, Silvero Pereira. Numa das páginas do translendário 2013, há uma crucificação inspirada em um quadro de Salvador Dalí. “O objetivo não é retratar Jesus Cristo. Nós nos inspiramos em religiões e criamos nossos santos e deuses”, explica o diretor de arte do translendário, Andrei Bessa. [...]

Inspirada em uma santa católica, o grupo também criou a “Nossa Senhora Protetora das Esquinas”. “A ideia dessa santa é proteger os travestis que se prostituem nas esquinas de Fortaleza e de todo o Brasil”, explica o diretor de arte. [...]


Para o carnaval 2013 de São Paulo, a escola de samba Mocidade Alegre pretende chamar a atenção do público e dos jurados com um apelo especial: um convite à tentação de ser Deus por um dia. A Mocidade Alegre é a terceira a passar pelo Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, no sábado (9), segundo dia de desfiles do Grupo Especial. Seu enredo é “A sedução me fez provar, me entregar à tentação... da versão original, qual será o final?” Prometendo um desfile bem colorido e animado, a escola e seus 3,2 mil componentes pretendem recriar dogmas da humanidade e contos de fadas na avenida, em uma tentativa de questionar verdades e conceitos que são transmitidos de geração para geração. “De tudo aquilo que nos foi contado ao longo dos tempos, até que ponto podemos ser donos dos nossos caminhos e das verdades que nos são apresentadas? Assim, a nossa proposta é nos tornarmos donos dessas histórias e mudarmos esses finais”, conta o carnavalesco Sidnei França. A Mocidade desfilará com cinco setores, cinco alegorias e 25 alas.

Com o propósito que questionar valores, o primeiro setor da escola vai trazer exatamente um convite à sedução. Ele será formado pela comissão de frente, pelo primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira - Emerson Ramires e Karina Zamparolli -, um grupo de teatro e o carro abre-alas. “Vai ser uma versão de pecado original, com maçãs e serpentes. E uma vez mordida a maçã, você não tem mais como fugir, tem que conhecer a história da Mocidade Alegre”, diz França.

O segundo setor apresenta novas versões dos conceitos universais no ponto de vista da escola. No universo da Mocidade, quem peca não vai para o inferno, mas para o céu. “Haverá sete alas representando os sete pecados capitais, seguidas pelo céu, que é a própria redenção. O carro, porém, não vai mostrar um céu convencional. Ele vai virar uma balada para mostrar porque é tão gostoso pecar e ir para lá”, comenta o carnavalesco. Assim, harpas serão trocadas por guitarras estilizadas, os anjos vão se tornar DJs, São Pedro vai ser o responsável por checar o nome na lista de convidados e Deus vai se tornar o anfitrião da festa. Os 240 ritmistas estarão no clima do enredo e vão integrar uma das alas deste setor, representando o pecado capital da Ira. [...]