quinta-feira, maio 23, 2013

A evolução da vagina: pergunta sem resposta

Vagina: o único órgão encontrado apenas em mamíferos, mas não em peixes, anfíbios, répteis ou pássaros. E como surgiu [sic] esse diferencial da nossa classe? [...] O desenvolvimento nos conta uma parte da história de como surgiu a vagina. Os tratos reprodutivo e urinário são entrelaçados no início do nosso desenvolvimento, surgindo juntos de dois pares de canais, os ductos de Müller e de Wolff, que são modificados de forma complexa para formar uma série de rins (da qual mantemos apenas o último, os metanefros), um conjunto de vias para os testículos, e ainda outro conjunto para os ovários das fêmeas. Nos mamíferos que não pertencem à subclasse Theria, todos esses tubos têm um destino comum, uma única saída para o mundo exterior: a cloaca. [...]

Mamíferos marsupiais e placentários dispensaram algumas dessas funções, e expandiram outras [sic]. Uma parte do oviduto adquiriu [sic] um epitélio vascularizado e especializações para investir e nutrir um embrião residente, tornando-se um útero [fácil assim?]. Isso é uma função surpreendente e inovadora em si, mas, além disso, também formou, de outro canal separado, a vagina. A vagina é uma estrutura completamente nova, que não tem homólogo em anfíbios ou répteis.

Essa é uma observação interessante. É uma estrutura totalmente original que surgiu [sic] algum tempo depois da separação monotreme-marsupial, uma novidade evolucionária. Como isso aconteceu? Como podemos estudar um evento único, que ocorreu mais de 150 milhões de anos atrás? [Segundo a cronologia evolucionista que precisa ser muuuuiiiito longa, já que, em “apenas” milhares de anos toda a complexidade verificada na vida não poderia ter “evoluído”.]

O pressuposto básico de uma abordagem de evolução molecular para o estudo das novidades evolutivas é que as mudanças na regulação desenvolvimental deixam vestígios na estrutura molecular do genoma, e que um estudo genômico comparativo das estruturas deve ser capaz de identificar alterações genéticas coincidentes com uma novidade fenotípica. Pesquisadores usaram essa abordagem para tentar descobrir como surgiu a vagina.

Esse processo de consolidação e individuação deve ter deixado cicatrizes detectáveis no genoma – os genes envolvidos devem ter adquirido alterações necessárias para corrigir o fenótipo na população [somente alterações dariam origem a novos órgãos complexos e funcionais?]. Essas alterações teriam sido feitas aos genes reguladores que controlam especificamente a expressão gênica de tecido. E que genes são esses?

Existem alguns prováveis candidatos, como os genes HoxA, que têm regiões de domínio específicas no trato reprodutivo feminino. A questão é saber se há alguma evidência de que esses genes particulares têm sinais de qualquer conjunto de mudanças que estejam associadas com transições particulares na evolução de vertebrados – em particular, existem diferenças que podem ser rastreadas para a transição entre os monotremados e os Theria, e entre placentários e marsupiais – e, de acordo com a pesquisa feita até agora, a resposta parece ser sim.

Mas ainda há muito a ser feito. Os genes Hox são bastante elevados na cadeia de genes regulatórios, por isso há muitos mais genes que precisam ser analisados. Nós também estamos muito longe de descobrir como esses padrões de expressão gênica definiram os processos morfogenéticos que criaram essa estrutura adorável – a vagina. O importante, porém, é que existem essas questões à espera de ser respondidas – um problema para a ciência investigar.

Essa é a graça da biologia evolutiva: perguntas interessantes, antepassados excitantes e a promessa de ferramentas para entendermos mais e melhor nosso corpo e nossa história.


Nota: Percebeu o tom sensacionalista e especulativo, e a ausência de respostas na matéria acima? Há certos assuntos (como este) que os evolucionistas deveriam deixar “quietos” sob pena de, ao tocar neles, saírem envergonhados. Como surgiu a vagina? Não sabemos, mas estamos à espera “de ferramentas para entendermos mais e melhor nosso corpo e nossa história”. Essa é boa! Ciência pré-datada! Entender como o corpo funciona é uma coisa (e frequentemente esse estudo leva ao design inteligente); entender nossa história é outra coisa bem diferente. A biologia explica bem o funcionamento da vida, mas será que tem o mesmo sucesso quando dá uma de “ciência histórica”? Certamente que não. Investigar um passado remoto é levantar hipóteses desprovidas de evidências empíricas e observacionais. Ninguém estava lá para saber se as coisas foram assim mesmo como dizem os macroevolucionistas. Ciência depende de observação, e não pode ser feita somente na base de hipóteses e modelos computacionais. A verdade é que o “surgimento” da vagina (assim como o de qualquer outro órgão complexo) é um grande problema para os evolucionistas. O texto acima admite que “a vagina é uma estrutura completamente nova, que não tem homólogo em anfíbios ou répteis”. Se é completamente nova, foi necessário o acréscimo de grande quantidade de informação genética para que ela passasse a existir. De onde teria vindo essa informação? Além disso, como qualquer outro sistema de complexidade irredutível, o sistema reprodutor feminino, para funcionar bem, depende de vários mecanismos interligados que não poderiam “surgir” aos poucos, já que são interdependentes. O sistema reprodutor feminino não se trata apenas de um tubo de carne. Ele é de uma complexidade maravilhosa, com seus músculos especializados, glândulas, terminações nervosas (que presenteiam a mulher com o prazer do sexo) e a capacidade de abrigar uma (ou mais de uma) nova forma de vida, suprindo-lhe as necessidades por nove meses (pergunte a um ginecologista). E quando se fala em reprodução, é inevitável perguntar: Como podem ter evoluído numa mesma geração e numa mesma área geográfica (do contrário, seriam inúteis) dois órgãos tão diferentes e tão compatíveis como os aparatos sexuais do macho e da fêmea? Realmente, esse assunto é um problemão para os evolucionistas![MB]