Desde
que o pecado entrou no mundo, nossa maneira de conhecer a Deus foi afetada. Em 1
Coríntios 13:12, Paulo diz: “Porque,
agora, vemos como em espelho, obscuramente, então, veremos face a face. Agora,
conheço em parte, então, conhecerei como também sou conhecido.” Muito da
maneira como enxergamos a Deus foi formado lá na infância. E não só a imagem
dEle sofreu influência de nossas experiências de criança, mas também nosso
caráter e a maneira como nos relacionamos uns com os outros. Todos veem Deus de
uma forma diferente e, consequentemente, se relacionam com Ele de forma também diferente.
Alguns até rejeitam a imagem de Deus que lhes foi apresentada e preferem dizer
que Ele não existe. Pode ser que não estejam rejeitando a Deus verdadeiramente
como Ele é, mas a ideia errada que lhes passaram ou que construíram.
No
livro A Ciência do Bom Viver, Ellen
White escreveu: “As lições aprendidas, os hábitos formados durante os anos da
infância, têm mais que ver com o caráter e a direção da vida do que todas as
instruções e educação dos anos posteriores” (p. 380). Tudo começa com o vínculo
afetivo entre a mãe e o filho. Embora sem entender cognitivamente o que é certo
e errado, o amor, o carinho, o aconchego e ter as necessidades básicas
atendidas, tudo isso forma a base para uma consciência saudável. O amor pelos
pais é a primeira motivação para aprender as regras sociais (certo e errado) e
transferirmos a imagem dos pais para Deus. (Pessoas que não tiveram vínculo
afetivo apresentam distúrbios comportamentais, como os psicopatas.)
Deus
nada tem que ver com relativismo. Pode ser que a influência de suas
experiências tenha moldado uma imagem errada de Deus, mas Ele quer revelar a
você como Ele realmente é. Pode ser que no início você até se decepcione e suas
expectativas sejam frustradas, mas Deus sempre acaba nos surpreendendo com Seu
amor.
O
mais interessante, porém, é que Deus procura a melhor maneira de chegar ao
nosso coração para ser compreendido. Deus é paciente e misericordioso. Em cada
etapa da história humana, podemos perceber que Ele utilizava a melhor maneira
de Se apresentar, levando em conta a cultura das pessoas. Jesus contou muitas
parábolas envolvendo o cotidiano dos ouvintes e fez comparações com o reino do
Céu.
Deus
faz isso individualmente, também. Ele conhece sua história e sabe o que pode
tocar seu coração. Mas você precisa querer ouvir.
Não
há nada que cause mais impacto do que ouvir a voz de Deus falando com você.
Saber que o Deus do Universo Se importa com você! Podemos ouvir um testemunho
maravilhoso, saber que Ele curou ou ressuscitou alguém, mas ter um pequeno
sinal de que Ele nos vê será mais importante para mudar em nossa vida o que
parecia impossível.
Sem
a Bíblia, tudo fica confuso. Cada um pode falar que Deus é de um jeito ou de
outro. Eu vivi assim: confusa e insegura. No meu lar não havia Bíblia. Meu pai
era evolucionista e cria no espiritismo. Minha mãe foi criada por freiras em um
orfanato católico e acabou depois se distanciando da religião. Mas, graças ao
bom Deus, fui alcançada por Ele e pude ajustar
minha compreensão a respeito do amor do Criador. Continuo aprendendo sobre isso
dia após dia, ano após ano. E cada vez me apaixono mais por Ele.
(Débora Borges é
pedagoga)