quinta-feira, agosto 08, 2013

Campanha pela abolição da família monogâmica

Sérgio Lessa escreveu uma monografia em que defende a abolição da família monogâmica. Em guerra política, isso se chama espiral do delírio. À medida que vai consolidando o poder cada vez mais absoluto, um grupo tende a abafar a voz visando calar totalmente os grupos oponentes, que têm interesse e argumentos para contestá-lo. Se o oponente se cala ou não mais se consegue fazer ouvir, entra na espiral do silêncio: quanto mais calado, mais fraco se torna e por isso menos ouvido é. Já o grupo dominante, obtida a hegemonia e sem ter quem o conteste, passa a defender (e até mesmo implementar) as ideias mais absurdas.

O caso da erosão da família é um exemplo emblemático: primeiro, superam-se as limitações de sexo (que os engenheiros sociais humanistas ressignificaram para “gênero”), depois abolem-se as restrições de cardinalidade (em vez de um com uma, vários com vários), a seguir, caem as interdições de parentesco e, por fim, as balizas de gênero biológico. Até que voilà: temos uma sociedade que não diferencia a união monogâmica heterossexual procriativa de relacionamentos pautados apenas no (ab)uso das cavidades corporais de outros seres vivos (eu disse “vivos”? perdão, esqueci-me de que a necrofilia também pode ser abrigada por essa “nova” heterodoxia militante).

Quando alertei para isso, já faz um tempinho, me acusaram de apelar para a falácia do declive escorregadio (foi o de menos, até houve um colega de trabalho que não via problema algum no incesto hétero ou homossexual, desde que praticado por maiores de 15 anos consensualmente). Hoje se vê que o declive não é falacioso nem retórico; é uma ribanceira real, na qual estamos chegando cada vez mais perto do fundo.

(Marco Dourado, formado em Ciência da Computação pela UnB, com especialização em Administração em Banco de Dados; reside em Curitiba)