terça-feira, setembro 24, 2013

Balde de água fria: nada de metano em Marte

Curiosity: único sinal de "vida" lá
O robô Curiosity não encontrou qualquer sinal de metano na atmosfera de Marte. O resultado foi recebido como um balde de água fria pelos pesquisadores, uma vez que dados anteriores, coletados por sondas espaciais e telescópios, foram interpretados como detecções positivas e muito significativas. A presença de metano na atmosfera de Marte é uma questão de grande interesse porque o metano pode ser um sinal potencial de vida, embora o gás também possa ser produzido por fontes não biológicas. Na Terra, cerca de 90% do metano presente na atmosfera é emitido por coisas vivas ou restos de vida passada. O gás também pode ser produzido por processos geológicos ou pode ser trazido por asteroides ou cometas. Os instrumentos do Curiosity analisaram amostras da atmosfera marciana em busca do metano seis vezes, de outubro de 2012 até junho de 2013 - e todos os resultados foram iguais: zero metano. Os primeiros resultados, publicados ainda em 2012, já indicavam que poderia não haver metano em Marte, apesar da grande expectativa em contrário.

Dada a sensibilidade do instrumento utilizado - o TLS, sigla em inglês para Espectrômetro a Laser Ajustável - e a não detecção do gás, os cientistas calculam que a quantidade de metano na atmosfera marciana hoje não seria maior do que 1,3 parte por bilhão. Os estudos anteriores haviam concluído pela presença de até 45 partes por bilhão. As medições do Curiosity não são consistentes com concentrações tão elevadas mesmo se o metano estivesse disperso globalmente.

“Teria sido emocionante encontrar metano, mas temos muita confiança em nossas medições, e o progresso na expansão do conhecimento é o que é realmente importante”, disse Chris Webster, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “Nós medimos repetidamente, da primavera marciana até o fim do verão, sem nenhuma detecção de metano.”

Não há nenhuma maneira conhecida para o metano desaparecer rapidamente da atmosfera. As moléculas de metano são muito persistentes, e levaria séculos para o gás se decompor no ar rarefeito de Marte.