segunda-feira, setembro 30, 2013

Cérebro no computador: a vã esperança de vencer a morte

A mente é só um programa?
O desejo de perpetuar a vida para além da morte faz parte do imaginário do físico inglês Stephen Hawking, uma das mentes mais respeitadas da ciência. Segundo ele, tudo o que nossos cérebros armazenaram durante a vida poderia ser copiado para o disco-rígido de um computador, de forma a garantir que nossos pensamentos e ideias pudessem ser acessados por outros, mesmo após a nossa morte. “Eu acredito que o cérebro é um programa dentro da mente, que funciona da mesma forma que um computador. Portanto, teoricamente seria possível fazer uma cópia do cérebro para um computador e permitir vida mesmo depois da morte”, disse Hawking à imprensa durante visita a um festival de cinema inglês.

Ele adicionou que tal façanha ainda está “além de nossas capacidades”, mas que a ideia convencional de vida após a morte nada mais é do que um “conto de fadas para quem tem medo de escuro”. As informações são do jornal inglês The Telegraph.

O conceito de perpetuar a vida humana através das máquinas não povoa apenas o imaginário do físico: o bilionário russo Dmitry Itskov fundou em 2011 uma ONG com o objetivo de estudar a robótica para estender a vida humana, e um grupo de cientistas intitulado Brain Preservation Foundation trabalha no desenvolvimento de uma técnica que permita a conservação do cérebro e de suas memórias, emoções e consciência.

Já o gigante da internet Google lançou recentemente um braço de pesquisas chamado Calico, cujo objetivo também é estender a vida por meio do emprego da tecnologia – a empreitada do CEO do Google, Larry Page, [foi] inclusive tema de reportagem de capa da revista Time [da] semana [passada] nos Estados Unidos. 


Nota: Por mais materialista que se declare, o ser humano não consegue se conformar com a finitude. Por mais darwinista que se considere, o ser humano não aceita a “normalidade” da morte. Ao mesmo tempo em que Hawking considera “conto de fadas” a ideia de vida após a morte, sonha com a possibilidade de não morrer e de ter seu cérebro preservado num computador. “Eu acredito que o cérebro é um programa dentro da mente [não seria o contrário? Talvez a tradução não tenha sido correta aqui], que funciona da mesma forma que um computador”, diz ele. Com todo o respeito ao gênio de Hawking (um dos cientistas responsáveis por meu amor à ciência), não creio que nossa mente se limite a um “programa” de computador. Há muito mais no ser humano do que informação. Temos sentimentos, experiências de vida, caráter, personalidade, índole e, por mais que alguns a “abafem”, espiritualidade. Ainda que seus pensamentos pudessem ser preservados num computador, “aquilo” não seria você. Seria apenas informação armazenada. O único que pode devolver você à vida, mesmo depois de morto, é o Doador da vida: Deus. Isso não apenas não se trata de conto de fadas (afinal, ao ressuscitar, Jesus provou que tem poder sobre a morte), como consiste em nossa única esperança. [MB]