segunda-feira, setembro 23, 2013

Cientista diz ter achado na atmosfera vida extraterrestre

É mais fácil jogar o problema para fora
A imagem [ao lado] pode parecer um borrão branco, uma gosma esquisita ou uma tentativa de fotografia fracassada. Mas, para um grupo de cientistas da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, ela é a prova [!] de que existe vida fora da Terra. De acordo com os pesquisadores, essa fotografia, feita por uma sonda (espécie de balão desenvolvido para chegar à estratosfera), é de um micro-organismo voador encontrado na atmosfera da Terra durante a passagem da chuva de meteoros Perseid. Além deste, a sonda registrou a existência de uma série de micro-organismos similares. As lâminas dos microscópios da sonda, lançada no dia 31 de julho deste ano nas proximidades de Chester, só foram expostas quando atingiu uma altura entre 22 e 27 quilômetros. 

Segundo os cientistas, o fato de a coleta ter sido feita a cerca de 27 quilômetros de altura da superfície terrestre comprova [!] que o micro-organismo não pode ter tido origem em nosso planeta. De acordo com o diretor do grupo de pesquisa, Milton Wainwright, tal partícula só poderia ter sido proveniente da Terra se tivesse ocorrido uma erupção vulcânica extremamente violenta, capaz de expelir partículas a tal distância. “Nos três anos que trabalhamos em recolher as amostras, nada disso aconteceu.” Para ele, isso comprova [!] que o micro-organismo teve origem fora do planeta. O pesquisador garante que não houve qualquer tipo de contaminação.

“Na ausência de um mecanismo pelo qual as partículas de grandes dimensões como essa [possam] ser transportadas para a estratosfera, só podemos concluir que essa entidade biológica foi originada no espaço.” Segundo o pesquisador, os dados coletados pela sonda permitem concluir que a vida está constantemente chegando à Terra a partir do espaço. “A vida não se restringe a este planeta”, ele diz. Para Wainwright, é muito difícil que algum mecanismo desconhecido (capaz de expelir micro-organismos a uma distância tão grande) seja responsável pelo fenômeno.  

A descoberta da equipe liderada por Wainwright foi publicada no Journal of Cosmology que, segundo o site The Huffington Post, já foi acusado por outros cientistas de publicar artigos de consistência e qualidade questionáveis.

Críticos da comunidade científica afirmam que, por si só, o material não comprova a existência de vida extraterrestre e que seria necessário que as “provas” fossem submetidas a análises de outros grupos de pesquisadores.

Em outubro deste ano, Wainwright e seu grupo de pesquisa vão realizar um novo teste, do mesmo tipo, para coletar mais amostras que confirmem sua tese científica.


Nota: Embora pairem certas dúvidas sobre a idoneidade científica de Wainwright, o desespero para prover uma “explicação” para a origem da vida (que na Terra parece cada vez mais impossível, dados apenas alguns milhões ou mesmo bilhões de anos) é tão grande, que a hipótese de origem extraterrestre é cada vez mais considerada (como neste outro caso, por exemplo). Wainwright e seus colegas usam “numa boa” a palavra “prova”, parecendo se esquecer de que ela tem um grande “peso” em ciência. A frase dele é reveladora: “Na ausência de um mecanismo pelo qual as partículas de grandes dimensões como essa [possam] ser transportadas para a estratosfera, só podemos concluir que essa entidade biológica foi originada no espaço.” Como assim? O fato de desconhecerem um mecanismo que possa ter levado aquelas partículas tão alto na atmosfera é “prova” de que elas vieram de fora? Como ele pode afirmar isso sem ter esgotado/analisado todas as demais possibilidades? É muita pretensão! E mais: “Segundo o pesquisador, os dados coletados pela sonda permitem concluir que a vida está constantemente chegando à Terra a partir do espaço.” Além de concluir que os micro-organismos vieram do espaço, Wainwright extrapola e afirma que isso ocorre constantemente. “A vida não se restringe a este planeta”, diz ele. Isso não é ciência, é ficção científica baseada em evidências (não provas) mínimas. Mas há muita gente disposta a crer nessa história. [MB]