domingo, setembro 01, 2013

Monster High, crianças e a Bíblia

Especialistas em pedagogia e psicologia explicam que os brinquedos têm papel importante no desenvolvimento cognitivo de uma criança em diferentes idades e de diferentes maneiras. Há quem pense que os brinquedos passam indiferentes pelos pequenos, mas é um engano. Por isso, o tipo de brinquedo adotado por um menino ou menina vai influenciar seu comportamento. E isso me leva a pensar em que tipo de bonecas (para usar um exemplo apenas) está nas mãos e no imaginário das garotinhas hoje. Segundo reportagem da revista Exame, em publicação online do dia 17 de abril de 2013, a franquia da marca Monster High aumentou em 50% o portfólio de bonecas da linha trazidas ao Brasil no segundo semestre de 2012. De maneira geral, a divisão da qual a Monster High faz parte registrou crescimento global de 56% durante os três primeiros meses deste ano. Mas o que é Monster High e, o mais importante, que conceitos estão por trás dessa linha de bonecas?

É preciso frisar que não se trata apenas de uma linha de bonecas com vendas em franca ascensão. Monster High é uma franquia multiplatafórmica composta de brinquedos, DVD, série na web, vídeos de música, videogames, livros, acessórios de vestuário e muito mais. Ou seja, é uma série de estímulos audiovisuais que inevitavelmente vai levar avante um ou mais conceitos que influenciarão o desenvolvimento de crianças, especialmente meninas na faixa etária específica que se pretende alcançar com esses produtos.

Não vou comentar sobre questões como consumismo e sensualismo, que também estão presentes em muitos produtos voltados para crianças. Comentários dessa natureza exigiriam um artigo específico. Vou me deter no fato de que a marca Monster High, que aqui figura como um exemplo apenas (pois há mais do mesmo e muito ainda se produzirá), é caracterizada predominantemente por apresentar personagens inspirados em filmes de monstros e terror. São monstrinhos mesmo, zumbis do estilo mortos-vivos e há personagens que são boneco de Vodu e existe até uma espécie de menina vampira.

Com total respeito às diferentes crenças religiosas ou míticas que existem e aos que creem assim, o enfoque aqui é comparar os conceitos dos produtos com o que ensina a Bíblia Sagrada, livro essencial do cristianismo. Os zumbis são tradicionalmente conhecidos como criaturas fictícias relacionadas a mortos reanimados ou seres humanos que não são dotados de razão. A Bíblia ensina, tanto para crianças quanto para adultos, que as pessoas são mortais, ou seja, estão sujeitas à morte por causa do pecado (Romanos 6:23). Além disso, na morte não há consciência do mundo dos vivos (Eclesiastes 9:5,6 e outros textos) e a comparação mais clara da condição da morte foi a do sono, feita por Jesus (João 11: 11). É por isso mesmo que Deus disse ao povo de Israel que não se voltasse ou considerasse os que diziam consultar os mortos para saber algo neste mundo (Deuteronômio 18:11).

Sobre o personagem representado por um boneco de Vodu, é necessário ressaltar um aspecto antibíblico aí presente. Esse personagem não tem mente própria, o que contraria totalmente o preceito bíblico de seres humanos que conscientemente adoram a Deus (Romanos 12:1, 2 e outros textos) e cuja mente não pode ser controlada por outros.

E o conceito de vampiros e vampirismo? Certamente vai de encontro ao que está claro no Livro Sagrado do cristianismo. Vampirismo, em sua origem, é muito mais do que a lenda popularizada em filmes e livros, feitos para vender. Tem relação direta com indivíduos que supostamente se alimentam de sangue das pessoas e com crenças sobre mortos que atuam no mundo dos vivos e geralmente praticam ações ruins contra as pessoas. Ocultismo e misticismo são os ingredientes principais; dois aspectos que se chocam frontalmente com o preceito bíblico de exemplos aprovados por Deus de pessoas que fazem o bem ao próximo, não bebem sangue humano nem possuem uma vida encoberta por mistérios nem escuridão ou trevas. Como disse Cristo, no registro bíblico de João 3:21, “mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus”.

Esses aspectos, aqui apresentados, de maneira rápida e sucinta, são suficientes para se levar à reflexão sobre o tipo de influência que esse tipo de mensagem tem na mente de uma criança. Principalmente se essa criança receber ensinamentos cristãos que irão, em curto espaço de tempo, gerar um paradoxo em sua mente. Contradições que podem levá-la a dificuldades na tomada de decisões no futuro. Coerência é o caminho mais seguro. Ensino bíblico não coaduna com bruxaria, vodu, vampirismo, zumbis e tudo o que envolve produtos como Monster High. Parece brincadeira, mas não é.

(Felipe Lemos, Realidade em Foco)